CAPÍTULO 3 - Agora que você me encontrou

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Quando cheguei no hotel, depois de algumas horas vagando sem rumo pela cidade de Phuket, sentia-me exausto. Tanto pela confusão mental em minha cabeça quanto pela bagunça em meu exterior. Eu me encontrava totalmente embaçado, como se um tufão tivesse me arrastado. Simplesmente não conseguia segurar todos aqueles sentimentos que vieram à tona, de uma hora para outra e que me entorpeciam.

Eu me sentia cansado, assustado, culpado, temeroso e também um pouco... eufórico?

Ainda podia sentir o calor nos locais em que tocara PP horas antes, minhas coxas, minhas mãos, meu quadril, meus lábios. Fora tão bom naquele momento, tão intenso, tão único..., mas depois tudo desabara sobre mim, aquela confusão de emoções alucinantes em meu peito, tão intensas e barulhentas que deixavam minha cabeça zonza.

Tranquei a porta do quarto e fui direto para o banheiro, jogando minhas roupas pelos cantos e submergindo na água quente do chuveiro. Eu só queria sumir, sumir e esquecer tudo aquilo que aconteceu. Eu realmente não queria lidar com as consequências das minhas ações, principalmente naquele momento. Eu não queria lidar com ele.

Fiquei um pouco embaixo do chuveiro, apenas aproveitando a água escorrendo pelo meu corpo antes de me ensaboar. Levei meu corpo o esfregando com força, como se arrancasse toda aquela culpa acumulada em meu coração para longe de mim, deixando-a escorrer pelo ralo. Me sequei e vesti apenas um short preto de tactel, sem cueca e uma camiseta branca de algodão larga, desejando subitamente me aninhar nas cobertas e apagar minha mente.

Deitei, me cobrindo até o pescoço com a coberta, ainda que eu não estivesse com frio. Fechando meus olhos, me concentrei em desfocar minha visão daquele momento, inúmeros rostos chocados olhando para mim. Ouvi alguém batendo na porta e me chamando, mas simplesmente ignorei. Eu não podia me levantar agora. Eu não queria. Eu não conseguia. Era tudo demais para mim.

Deixei minha mente divagar em uma noite sem fim, cores negras dançando em minhas pálpebras fechadas, cores negras flamejantes. Apaguei minha consciência com a imagem dos olhos de Krit olhando para mim, olhos em fogo.

O que será que aqueles olhos queriam me dizer

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O que será que aqueles olhos queriam me dizer...?

***

Acordei sentindo dedos finos em minha cintura, um calor aconchegante me puxando para perto.

Ele de novo não, pensei, minha mente estremecendo com o calor que irradiava por todo o meu corpo.

Os dedos caminharam por minha barriga, toques suaves e delicados, as unhas compridas levemente roçando em minha pele, amortecendo lentamente cada célula do meu corpo e me tornando refém daquele imperceptível formigamento que crescia cada vez mais, como uma onda. Senti uma respiração quente em meu pescoço, as bochechas quentes se aproximando do meu queixo.

Suspirei, me deixando levar por aquela sensação agradável. Meus olhos se encontravam fortemente fechados, minhas mãos agarradas agressivamente no lençol embaixo de mim. Eu simplesmente não conseguia me mexer. Não conseguia me virar, por mais que eu ansiasse por isso, eu não conseguia movimentar nenhum músculo. Eu estava somente muito envergonhado. Culpado. Ressentido. Não podia encará-lo naquele estado.

Os momentos que me levaram até seu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora