Os frios machucam

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Quando isso tudo começou eu ainda não tinha sido criada, eu ouvi muitas histórias de como aconteceu, mais tem uma que eu acredito muito mais do que qualquer outra e foi minha mama quem me contou.

O mundo estava uma bagunça, mais mesmo assim era bonito, as florestas que restavam estavam todas sendo exploradas tinham árvores, minha mama me contava que essas árvores, eram de tamanhos diferentes, tinham folhas verdes e algumas davam comida, acho que se chamavam fu...fru....frutas, isso.. frutas, elas também tinham tamanhos diferentes, tinham também os supermercados, lá eles tinham todo tipo de comida, e as pessoas pagavam por essa comida  com uma espécie de monetização, acho que se chamava ..dinheiro.. Mais o melhor de tudo que minha mama contava era sobre as praias, o mar e os oceanos, eu sempre quis ver o mar, mais infelizmente  nada disso existe mais....

Oi, meu nome é L12, na verdade acho que isso nem é  um nome, é  uma classificação, tenho dezessete anos de idade, pelo menos é  oque minha mama me disse, aliás a  mama é  uma enfermeira que cuida de mim e do meu irmão desde que éramos fetos no tubo das gestações, (esses tubos foram feitos para manter os bebês vivos só  que fora do corpo da mãe), o nome dessa enfermeira é Delena, ela é  muito gentil, mais as vezes eu duvido um pouco dessa gentileza, ela parece forçar algumas reações, como se fosse forçada a gostar de mim, mas não me importo, sei que ela gosta de mim e do meu irmão como se fossemos filhos dela, em lembrar meu irmão: L11, sim nos dois temos números  como nome, ele é  meu irmão gêmeo e "nasceu" 11 minutos antes que eu, acho que é  por isso o nome.Ele é  alto e moreno, eu puxei isso dele, sou morena dos olhos verdes, já ele tem os olhos castanhos claros, temos os narizes iguaizinhos e sorrisos que eu devo admitir que são irresistíveis.

L12- Seja mais rápido-(falo batendo as mãos na porta  do banheiro do nosso dormitório)- e se eu perder a sobremesa por sua causa eu juro que te quebro no meio.( faço formato de soco com a mão e vou bater de novo na porta, quando ela se abre e  meu lindo irmãozinho segura minha mão, com toda a brutalidade do mundo).

L11- já estou saindo, desesperada.-(ele solta meu pulso que agora está doendo muito e vai em direção à porta de saída, pega sua máscara e joga a minha)-  precisamos ficar de máscara, eu ouvi que no segundo bloco  duas pessoas foram contaminadas.(ele fala me mandando colocar a minha máscara, ele morria de medo de que eu pegasse uma dessas doenças e acabasse morrendo, só tínhamos um ao outro).

L12- mais é  realmente necessário?-( pergunto fazendo beicinho)- e aliás,  essas máscaras não vão segurar um vírus.

L11- mais vão fazer com que as pessoas não fiquem com medo da gente.-( ele adiciona tirando a máscara da minha mao e colocando no meu rosto sem mais nem menos, quando me dei conta a porta do nosso quarto ja estava aberta, e ele saindo).

L12- Hummmm, que delícia.-(falo saboreando meu queridissimo pudim de chocolate, era uma sexta-feira então  tinha sobremesa, meu irmão me encarava de vez em quando com uma cara feia, me repreendendo pelos barulhos constrangedores.)- Foi mal, não dá pra segurar.( falo balançando os ombros.)

Microfone- bom dia cidadãos, espero que a comida esteja boa, hoje é  dia de descongelamento( o descongelamento é  algo bizarro que eu não entendi por muitos anos)
sejam receptivos com os novos moradores, espero que se deem bem (espera nada mentiroso).

Garotinha no refeitório- mama o que é  descongelamento?

Enfermeira auxiliar- o descongelamento é  quando literalmente descongelamos pessoas, para fazerem parte da nossa sociedade, de 10 em 10 anos  fazemos congelamentos  ou descongelamentos, entendeu?

Garotinha- mais ou menos.

Enfermeira- bom, nesse tempo descongelamos 20 pessoas por vez, e dependendo das escolhas mais 20 pessoas são congeladas no lugar delas, eles são congelados  para preservar seus corpos, para que eles vivam até uma próxima geração.

Garotinha- eles podem voltar quando quiserem?

Enfermeira- não, por isso existem os descongeladores, essas pessoas não entram no processo de congelamento, eles conduzem as máquinas que  congelam as pessoas, e quando eles morrem os filhos deles tomam seus lugares, e assim por diante.

Garotinha- Nossa, que complexo, mais acho que entendi.

L11- e então ele  me pediu pra soltar... Irmã? L12? Ei, você está  me escutando?

L12- oi... é  sim, tô escutando tudo.

L11- ahãm, mentirosa, então oq  foi que eu disse.

L12- voce disse que...que alguém pegou o.... pegou o.... Tá tá, eu não escutei oque você disse, mais eu não faço isso com frequência.

L11- voce mentiu de novo, você anda mais distraída que o normal, o que à de errado com você irmãzinha?

L12- eu não sei, eu só tava lembrando de quando a mama me contava as histórias da nossa sociedade (sim, podem me chamar de maluca, mais eu conseguia ver as minha lembranças, eu via como se eu fosse outra pessoa assistindo eu mesma só que no passado, fazendo coisas aleatórias, como ler, comer, mais o estranho é que todas as memórias, são com a mama).

*depois do café da manhã*

Voltei pro meu dormitório, eu tinha que fazer minhas tarefas diárias, e depois ir pras minhas aulas, mais antes, vou tomar um banho, não sei pq mais tudo era branco naquele lugar, nosso dormitório era todo branco, o piso do chão, o teto, paredes, toalhas, roupas de cama, mesa, cadeira, nossas roupas, mais fora isso era tudo colorido, como comida livros, e outros objetos aleatórios dos dormitórios, pelo que eu já tinha visto todos eram assim, era terrível, principalmente quando eu estava naqueles dias da mulher, eu tinha que virar uma estátua, pra não encostar em nada, pelo menos os corredores e algumas salas principais era de cores diferentes,mais não haviam janelas, nenhuma janela, eu não sabia se estávamos no ar ou na terra, era um lugar super vedado, eu mal sabia como a gente respirava lá dentro.

Tomei meu banho e saí e óbvio que meu irmão me forçou a usar uma daquelas máscaras, eu já estava andando naqueles grandes corredores a alguns 10 minutos, eram enormes e largos feitos de metal cada passo fazia barulho, sem exceção, quando eu finalmente cheguei na frente da porta da minha sala de ciência avançada, senti que alguém estava correndo, ouvi os passos de longe, quando olhei pra direita, quase fui derrubada por um garoto, que aparentava ter a minha idade ou mais um pouco, meus livros foram pros ares e a única coisa que ele fez foi  continuar correndo.(grosso)

Guarda- Parado aí....( dois guardas estão correndo na mesma direção do garoto, nunca fui muito de me meter nos negócios da polícia, mais esse moleque sem educação me despertou uma curiosidade desumana,  peguei meus livros e fui atrás do curioso garoto.

(Ele é  problema na certa, mais não resisti)
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Nova onda (finalizada) Onde histórias criam vida. Descubra agora