Any Gabrielly

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Fico contente quando Joshua finalmente vai embora, porque eu e Sabina podemos conversar melhor sobre a festa.

Preciso de mais detalhes para acalmar meus nervos, e a presença dele não ajuda em nada nesse sentido.

Onde é essa festa? Dá pra ir a pé?— pergunto, tentando parecer tranquila enquanto arrumo minhas botas na prateleira.

Sabina—É em uma das maiores fraternidades daqui.— Ela abre bem a boca enquanto passa ainda mais rímel nos cílios.Fica fora do campus, então não dá para ir a pé, mas Pepe vem buscar a gente.

Fico mais tranquila por não ser Joshua, apesar de saber que ele vai estar lá.

A ideia de andar no carro dele me parece intragável.

Por que é tão grosso?

Certo, talvez eu o esteja julgando um pouquinho, mas não na cara dele.

Pelo menos sei relevar nossas diferenças.

Na minha casa, má educação e andar desfraldada não é normal.

Sempre precisei andar muito bem penteada, com as sobrancelhas arrumadas e roupas limpas e bem passadas.

É assim que as coisas são.

Sabina— Você me ouviu?— pergunta Sabina,interrompendo meus pensamentos.

Desculpe O que disse?— Eu nem tinha percebido que estava distraída pensando no grosseirão.

Sabina— Eu disse pra gente se arrumar você pode me ajudar a escolher minha roupa.— Os vestidos que ela mostra são tão absurdos que olho ao redor em busca de uma câmara escondida ou de alguém que vá dizer que é uma pegadinha.

Faço caretas e mais caretas, e ela dá risada, achando graça da minha reação.

O vestido — não, o pedacinho de pano — que ela escolhe é preto arrastão, deixando o sutiã vermelho totalmente exposto.

A única coisa que impede que seu corpo todo fique à mostra é um forro de tecido preto por baixo que esconde algumas partes.

O vestido mal cobre suas coxas, e ela ainda fica puxando para cima a fim de mostrar mais as pernas, ou então para baixo, aumentando o decote.

Os saltos dos sapatos têm no mínimo uns dez centímetros.

Seus cabelos castanhos estão presos em um coque meio solto, deixando algumas mechas caírem sobre os ombros, e nos olhos ela aplica um pouco mais de delineador preto, deixando-os ainda mais produzidos do que antes.

O fato de sermos tão diferentes é estranhamente reconfortante.

Ela fica boquiaberta ao ver meu vestido.

Sabina— Sério que é isso que você vai usar?

Passo as mãos pelo tecido.

É meu vestido mais bonito, meu favorito, um dos poucos que tenho, aliás.

O que tem de errado?— pergunto, tentando não mostrar que fiquei ofendida.

O tecido é macio, mas bem resistente, do tipo que se usa para fazer terninhos.

O decote é fechado até o pescoço, e as mangas são três quartos, indo até um pouco abaixo

dos cotovelos.

Sabina—Nada, é que ele é tão longo!Mal passa dos joelhos.— Não sei se ela é capaz de perceber que estou chateada, mas por alguma razão prefiro continuar tentando esconder isso. É bonito, só acho um pouco formal demais pra uma festa. E se você usar um dos meus?— ela oferece com toda a sinceridade.

Não consigo nem me imaginar dentro de um daqueles vestidinhos minúsculos.

Obrigada, Sabi, mas estou bem assim— respondo pegando os produtos para definir melhor os meus cachos

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After-B.E.A.U.A.N.YOnde histórias criam vida. Descubra agora