3. Lua cheia

196 18 0
                                    

-Sirius, você tem certeza? Eu acho que vi alguém passando antes de entrar...
-Relaxa, deve ter sido só um fantasma. Vamos, tire a roupa.
-Eu acho melhor na...
-Abafiato!- Interrompendo a frase, Sírios, agitando a varinha com o braço que ainda estava vestido com a camisa, murmurou antes de tudo ser arremessado de lado.
Remo o observava com os olhos aflitos, mas algum tom de curiosidade expressado por seus lábios.
-Meu deus, vamos Remo. Quer que eu vá aí te ajudar?
-Não, obrigado.- ele falou enquanto observava Sirius desafivelar o cinto.
Ele desabotoou a camisa, e a dobrou. Fez isso com os sapatos e a calça, e depois levou o pequeno monte organizado de roupas até um canto. Quando voltou para a luz que entrava por uma das clarabóias no teto, a pele extremamente branca, com profundas cicatrizes vermelhas, pareceu ascencer e brilhar levemente.
Ele observou calado as costas musculosas de Sirius enquanto o mesmo mechia algumas torneiras e movimentava os braços carregando pequenas bolinhas para uma das mãos. Sirus não tinha muitas tatuagens, mas algumas, o que pareceu uma motocicleta, se mexiam sem sair do lugar.
-Espuma densa ou banho de leite?- falou Sirius virando-se para Remo, e fingindo ler em uma das bolinhas.
-Idiota. Cochichou Lupin se sentando na beira da piscina, colocando os pés na água, enquanto algumas as bolinhas caiam na água a poucos metros de distância, seguidas por Sirius, que caí espirrando água.
O cabelo que seco caia em grandes cachos, por baixo da água parecia estar líquido ou gasoso. O garoto nadava melhor que qualquer atleta. Braçadas delicadas, calculadas, as pernas que se contraiam em vai e vem. Remo ficou feliz, mas não soube explicar o porquê.
Sirius emerge colocando os braços por cima das pernas de Remo, que leva seus dedos indicadores sobre os seus cabelos molhados, tirando-os do rosto, segurando sua nuca, aproximando suas bocas, chapondo-lhe um beijo intenso e faminto.
A sereia, formada pelo mosaico do vitral, do outro lado da pscina pareceu acordar, e ao deparar com a cena, olhava afetuosa para a cena.
Algum tempo se passou. Remo se encontrava por trás de Sirius, abraçando-o em um dos lados da paicina.
-Eu vou sentir a sua falta.- disse Remo.
-Por favor não deixe de me escrever. Todos os dias, se possível.- falou Sirius.
-Se possível, sim. Só espero que alguma carta em que eu esteja falando sobre seu quadril não caia nas mãos de sua mãe, Sírius.- disse Remo, que riu em seguida.
-So espero que alguma em que eu esteja falando sobre o que você faz com el...- sussurrou Sirius sorridente quando uma corrente gelada de ar pareceu passar por seu corpo como uma onda. O abafiato se rompeu.
Os dois se olharam com cara de susto e saíram da pscina se encaminhado a porta. Parecia que haviam passos se aproximando. Sirius olhou para Remo, que já tinha a varinha à mão, apontou para a porta, e fez um leve gesto com o pulso. A porta se trancou, mas uma vesga de luz minina erradiou da ponta da sua varinha. "Esse feitiço não" pessou ele, punindo-se internamente.
Os meninos colocaram as roupas o mais rápido possível, os passos pareciam aumentar mais e mais.
Sirius olhou para Remo, que abotoava de mal jeito o que faltava da camisa. Fez sinal com a mão para que os dois pudessem ouvir mais atentamente. Os passos pareciam ter desaparecido, Sirius apontou com a varinha para a porta e sussou um feitiço, que abriu minimamente com um pequeno rangido.
Eles atravessam o portal e seguiram pelo corredor aparentemente vazio. Quase no fim do corredor, a voz familiar de Severo ecoa a poucos metros atrás deles, onde uma janela iluminava parte do ambiente.
-Tomando banho é? A essa hora? Quer ficar mais doente, Lupin?
Os garotos param, olham para trás e a varinha de Snap aponta de um para o outro.
-Sim, mas quem está precisando é você, não é Ranhoso?- falou Sírius se virando e empertigando à frente de Remo.
-Eu não sabia que se pode dar banho em animais a noite, eles podem ficar resfriados. Seus pais nunca te ensinaram, Remo?- disse Severo com um tom de desdém e riso na voz.
Sirius apertou a mão da varinha, mas parecia controlado. Remo segurou no seu ombro e começou a puxa-lo para o outro lado, mas Sirius se soutou gentilmente e se aproximou de Severo até que só os dois pudessem ouvir.
-Vamos dar uma festinha lá no Salgueiro um dia desses. Por que não aparece lá?- ele disse com um sorriso falso.
Severo não emitiu reação nenhuma, apenas continuou surtando a sorriso de desdém até que os dois sumissem na escuridão a sua frente.

Eu tinha pensando nesse capítulo em 11/07/2020. Escrevi um rascunho bobo e conclui ele hoje. Pensei em mais alguns para a fic. Espero que gostem desse assim como eu gostei.

LupusOnde histórias criam vida. Descubra agora