CAPÍTULO 03

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MARY

Um chato de galocha

Gargalhei quando Gus pulou sobre mim. O contato caloroso do menino me alegrou. Estamos indo bem, dando um passo de cada vez para uma amizade verdadeira. Eu havia percebido como Gus era mais reservado, mas essa barreira parecia está se rompendo.

- Trouxe doces hoje também?  - Ele perguntou. Franzi o rosto.

- Não, me perdoe!  - Disse. Gus desfez o sorriso. Aquilo quase partiu meu coração.

- Ouvir a palavra doces?  - Jeffrey disse mais alto.  Paralisei onde estava. Jeffrey me dava um olhar de reprovação. 

- Me perdoe se fiz errado, mas ontem trouxe doce para as crianças sem mal algum. - disse. O homem fechou o rosto.

- Não quero que dê doces aos meus filhos, isso não é da sua competência.  - Ele disse rabugento. Suspirei derrotada, eu não havia feito nada por maldade. 

- Desculpe senhor Morgan, isso não vai mais acontecer!

- Espero que não mesmo, ou terei que avisar a sua agência!  - Ele disse estreitado seus olhos.  Suspirei ao levar a bronca. 

- Não se preocupe senhor. - Disse antes de passar por ele. 

Nesse momento eu estava calculando novamente seu convite para um dia na fazenda, não sei se poderia tolerar seu tom grosseiro por um dia inteiro.

- Mary!  - Gus me chamou.  Olhei para ele com ternura - Meu pai só estar cansado de tantos trabalhos.

- Ah não se preocupe Gus, eu estava errada em trazer doces sem autorização dele! - Disse.

- Mas sempre traga doces! - Gus sorriu, - Mamãe nos deixar comer doce, já o pai não. Sabe, eu sinto falta deles juntos. - O menino pareceu triste por um momento.

Percebi que provavelmente tinha uma divergência entre os pais, de um lado a mãe mimava e do outro o pai não cedia facilmente. Eu estava no meio do fogo cruzado.

- Sua mãe sempre dar coisas que seu pai não dar? - Perguntei. Gus confirmou.

Era óbvio, ela queria ganhar os filhos de alguma forma. Ouvir passos pesados anunciando a chegada do pai rabugento. Jeffrey me encarou rapidamente. Desviei o olhar para qualquer coisa que não fosse os olhos amendoados e instigantes.

- Mary! - Ele me chamou. Encarei ele de modo firme. - Gus precisa de ajudar no dever da escola, pode ajudar ele? - Me contive em revirar os olhos.

- É claro! - Disse no seu mesmo tom firme.

- Aliás, você vai nesse fim de semana para a fazenda, falei com sua agência e vou pagar o dobro por seus serviços! - Ele disse. Arregalei os olhos.

- Falou? - Franzi o cenho. Eu decido sobre o que faço aos fim de semana.

- Por acaso você tem algo mais sério que seu compromisso com minha família? - Ele perguntou sério. Encarei o menino que parecia confuso em meio a tudo isso.

- Por favor Mary, vai ser divertido! - Gus disse.

Engolir seco e com certa raiva, agora eu estava sendo obrigada a ir para a fazenda, mas ao menos meu salário ia dobrar e isso ia me ajudar com as despesas de casa. Eu também mal podia esperar para começar minha aulas na faculdade,

- Tudo bem! - Disse rispidamente.

- Ótimo, tente não se atrasar! - Jeffrey disse antes de sair.

- Porque está vermelha Mary? - Gus pergunto. Por que estou com raiva, respondi mentalmente.

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