UM ATOR NA MINHA VIDA | JDM

CAPÍTULO 04

MARY

A fazenda

Meu despertador tocava pela segunda vez, era para ser um domingo qualquer, se eu não tivesse que trabalhar.  Tomei um banho rápido e em seguida tomei café.  Caminhei até o ponto de ônibus, coloquei meus fones de ouvido e ouvir músicas aleatórias até chegar na casa dos Morgan. 

Jeffrey e Gus arrumavam as coisas dentro do bagageiro do carro, apressei meus passos para segurar uma mala mal colocada por Gus.  O menino sorriu para mim. 

- Mary, você veio mesmo! - Ele disse contente.

- É claro!  - Disse.  Jeffrey se aproximou de mim.

- É claro que ela viria, está sendo paga para isso! - Ele disse. 

Revirei os olhos com seu mal humor.

- Bom dia para o senhor também! - Disse entre os dentes.

Jeffrey me olhou por cima do ombro, tirei a mochila das minhas costas e joguei sobre as outras malas do bagageiro.  Jeffrey fechou a mala e me encarou, ele usava uma camisa cinza que marcava seus músculos, quase me perdi em meus pensamentos imaginando como ele era por baixo roupa e como devia ter muitas tatuagens espalhadas pelo corpo.
Jeffrey estralou os dedos em minha frente, passei a mão pelo rosto só por precaução, caso esteja babada. 

- Você ainda não acordou? - Ele perguntou.

- Não senhor.  Digo, sim senhor! - Me atrapalhei. 

Jeffrey sorriu de lado, era o seu típico sorriso cafajeste que eu conhecia de alguns filmes que ele já tinha feito, era como uma marca registrada.  Meu estômago gelou. 

- Onde estar George? - Perguntei. 

- Lá dentro, pegue ela e ponha na cadeirinha.

Obedeci o senhor Morgan e caminhei para dentro de casa. George estava na sala brincando. A menina sorriu ao me ver, ela tinha o sorriso do pai. Carreguei ela até o carro, onde coloquei na cadeirinha. Eu estava prestes a entrar no carro para sentar atrás, quando Jeffrey me chamou atenção.

- Nada disso, você vai sentar na frente. As crianças vão atrás! - Ele ordenou.

Gus foi para o banco de trás visivelmente chateado, certifiquei que as crianças estavam bem seguras com seus cintos de segurança e logo me sentei na frente.
Jeffrey deu partida no carro e saímos da cidade rumo a sua fazenda.

Durante o percurso Jeffrey cantou algumas músicas com seus filhos, o que quase me fez acreditar que ele era uma pessoa simpática. Sorri em alguns momentos em que George imitava o irmão mais velho com algumas dancinhas improvisada. Depois de algumas horas chegamos a fazenda.

Era um lugar maior do que eu podia imaginar e uma casa bem rústica estava concentrada no meio do terreno. Haviam muitos animais, não demorou para que um jovem um pouco mais velho do que eu viesse nos receber.

- Senhor Morgan, veio mais cedo! - O jovem disse.

O garoto possuía uma pele bronzeada e cabelos escuros, usava um jeans sujo de barro e uma camisa de flanela vermelha, onde alguns botões estavam abertos exibiu no seu peitoral musculoso. Ele olhou diretamente para mim e quando percebi que tinha reparado demais nele, desviei o olhar para o carro novamente.