Cap 9

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Saímos pela porta de casa e corremos o mais rápido que podíamos para a parte de trás da mansão Eilish, quase tropecei no meu próprio tênis, consegui me equilibrar e continuei correndo.

— Merda! Esse muro é muito alto. — Courtney sussurrou quando paramos em frente a rua estava completamente deserta, sussurrar deixava tudo mais secreto.

— Vem, vamos pular pelo portão dos fundos. — Falei assim que avistei o portão de tamanho médio, pelo menos dava para apoiar os pés no portão e subir.

— Eu vou primeiro — Normani avisou já dando impulso. Puff, nem parece que estava com medo. — Me ajudem aqui. — Eu e Courtney empurramos ela por cima do portão, acho que calculamos mal a força e Normani caiu do outro lado.

— Meu Deus! Está tudo bem? — Courtney perguntou quando ouvimos os gemidos de dor.

— Claro. Só não é nada agradável cair de 2 metros de altura. — ela resmungou. Senti vontade de rir, mas estávamos em uma missão.

— Tem como abrir o portão por dentro? — perguntei.

— Droga! Tem. — ela bufou. — Eu deveria ter deixado vocês irem na frente. — Respirou fundo quando abriu o portão nos dando passagem.

— Pelo menos já sabemos por onde sair. — Courtney comentou.

— Agora vamos.

Corremos silenciosamente pelo gramado dos Eilish, igual ao filme do 007, nós entramos na casa nos escondendo em cada balcão, mesa ou parede que passávamos, até chegarmos no segundo andar que ficava o corredor dos quartos.

— Droga! Eu não sei qual o quarto dela. — sussurrei.

— Querida, só porque você não vem aqui, não quer dizer que o resto de nós também não. — Normani sussurrou de volta, passando na minha frente parando em frente a última porta do lado esquerdo.

Ela olhou para os lados, conferindo se não tinha ninguém e girou a maçaneta tentando não fazer barulho.

Entrei no quarto logo depois de Courtney, fiquei surpresa com a sensação de conforto e paz que o quarto transmitia. A cama encostada na parede bem no meio, logo em cima uma clarabóia iluminando tudo com o anoitecer do céu, o livro com marcador de páginas na cabeceira ao lado da cama, logo em frente a parede repleta de estantes de livros, uma TV enorme bem no meio, ao lado tinha duas portas que eu imaginei ser o closet e o banheiro dela.

Era tudo tão... Tranquilo.

— Ariana anda logo, não temos tempo. — Courtney disse me despertando do transe.

Começamos uma caçada pelo quarto, Courtney foi para o banheiro procurar por lá enquanto eu e Normani procuramos por ali. Ela abriu o closet e começou a revirar cada canto, enquanto eu fui direto para as gavetas do criado mudo.

Achei números de telefones anotados em guardanapos, papel de caderno rasgado e até mesmo em uma calcinha, eu aposto que foram as vadias que deram para ela.

Abri a próxima gaveta,  várias fotografias aleatórias de polaroid estavam lá, acabei vendo uma ou duas. Ok, algumas de quando Billie era pequena, outras eu até me lembrava. Tinha foto dela com as irmãs, outras com a avó, mas uma me chamou atenção: Era de quando ela era pequena, sentada no colo do tio Patrick, dentro do carro dele, com as mãos no volante.

O sorriso dela era tão lindo, seus olhos estavam quase fechados olhando para câmera, do lado de fora e seu cabelo loirinho perfeito. Merda! Ela é linda desde pequena.

— Achou algo? — Courtney me assustou. Joguei as fotos depressa na gaveta e fechei antes de responder nervosa:

— Não.

— Achei alguma coisa. — Normani falou ajoelhada ao pé da cama e puxou uma caixa de madeira.— Está trancado. O que será isso?

— Não sei, mas vamos achar as chaves… Ninguém esconde alguma coisa sem importância debaixo da cama e ainda por cima trancado.

Começamos a olhar tudo de novo para procurar pela chave. Normani levantou o tapete do quarto, Courtney desarrumou praticamente toda a roupa e eu fui para a estante de livros, tentando não desarrumar nada.

— Precisamos achar logo, já estamos aqui a muito tempo e eu to com sono. — Normani revelou cansada. — Sou capaz de deitar nessa cama e dormir.

— Continua procurando, Mani. — Pedi focada em sacudir as páginas dos livros para ver se cai alguma coisa.

27 livros depois, comecei a achar que Billie levava a chave com ela, até que passei a mão sem querer na última estante e um objeto pequeno metálico caiu.

– Achei! — Isso foi estranhamente fácil. Fácil demais para o meu gosto.

— Anda, abre logo. — Courtney pediu ansiosa.

Graças a Deus a chave era a que abria a caixa. Quando levantei a tampa não entendi muito bem o que eram aqueles envelopes até abrir um.

— Dinheiro? — estranhei abrindo outro pacote que tinha a mesma coisa.

— Porque Billie esconde tudo isso? — Normani perguntou

— Não é óbvio? — disse — É o que ela recebe vendendo o pó dela. — afirmei. Keana tinha razão sobre Billie.

— O que é isso? — Courtney perguntou retirando um papel que estava debaixo de todos os envelopes — "Departamento de polícia de Miami"? — leu.

— O que diz aí? — Perguntei.

— Não estou entendendo muito bem, parece que Billie foi detida em flagrante quando tinha 17 anos, mas como era de menor só fez 6 meses de trabalho comunitário em um asilo. — Tudo parecia fazer sentido, essa era a época que Britt e Keana começaram a brigar.

— Droga! — Normani disse alto suficiente para me assustar — Elas voltaram! Vamos embora! — surtou. Meu coração gelou.

Peguei o papel da mão de Courtney e guardei do jeito que estava na caixa. Tranquei o mais rápido que pude e coloquei a chave de volta no lugar. Saímos do quarto em disparada e descemos as escadas silenciosamente. Meu coração estava a mil.

— Vamos pela área da piscina. — Courtney sussurrou apavorada, assim que ouvimos passos e vozes se aproximando pela cozinha.

Andamos escondidas até o fundo da casa e, quando vimos que o caminho estava livre, corremos pelo gramado da parte de trás, nos escondendo em cada árvore para tomar fôlego. James Bond fazia tudo parecer mais fácil.

Olhei para a casa e vi a luz de dois quartos acesas. Merda! Corremos até o portão que entramos, senti o alívio invadir meu peito quando passamos por ele e corremos até a nossa casa.

— Eu nunca mais quero fazer isso de novo! — Courtney exclamou com falta de ar, assim que entramos no meu quarto.

— Eu acho que meu coração vai sair pela boca. — Normani colocou a mão no peito ofegante.

— Vamos focar no que importa, Billie claramente é uma traficante e as irmãs dela ajudam... Sem falar que ela já foi pega em flagrante. — conclui.

— Ou talvez tudo isso tenha uma explicação Ariana, não sabemos se ela foi pega por causa disso. — Courtney comentou se jogando na minha cama. Ouvi um barulho na parte debaixo da casa mas ignorei.

— Foi só eu ou vocês também ouviram o barulho da porta da frente? — Normani perguntou mas não prestei atenção, estava focada nos meus pensamentos. — Enfim, eu acho que deveríamos seguir elas e ver o que elas fazem quase todos os dias de madrugada. — Normani deu a ideia.

— Eu concordo. Precisamos ver antes de tirar conclusões precipitadas até porque não achamos nenhuma droga no quarto de Billie. — Courtney disse.

— Então amanhã à noite nós vamos seguir elas. — disse por fim.

— Mas e na escola? — Normani perguntou.

— Acho melhor ficarmos longe por enquanto, quer dizer, se Billie foi quase presa elas não são boa companhia. — Courtney respondeu.

— Então amanhã evitaremos elas. — decretei.

STREET RACER - BillianaOnde histórias criam vida. Descubra agora