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   "E se eu pudesse voltar no tempo
Eu me certificaria de que a luz derrotasse a escuridão
Eu gastaria cada hora, de cada dia
Mantendo você seguro
E eu escalaria todas as montanhas
E nadaria em todos os oceanos
Só para estar com você
E consertar o que quebrei
Oh, porque eu preciso que você veja
Que você é a razão"

You are the reason - Callum Scott


                Pov's: Cristal Giorno

Finalmente cheguei em casa, após uma manhã muito exaustiva e cheia de emoções, que eu ainda não sabia como lidar.

Me sentei no sofá ao lado do meu amigo de quatro patas, que começou a ronronar assim que lhe dei um pouco de carinho no pescoço. Fiquei ali por alguns minutos, apenas aproveitando o momento de paz que Oreo me proporcionava com seu som sendo emitido, quando percebi que meu celular tocava.

Olhei na tela, e era a Renata:

—Alô?

—Oi amiga. Aonde você tá?—Perguntou ela com um tom de voz calmo mas ao mesmo tempo preocupado.

—Eu já tô em casa. Acabei de chegar do hospital. Tive que ir assinar uns documentos da minha mãe—Respondi e minha voz falhou. Senti um forte aperto no peito e uma ardência nos olhos, assim que me recordei do que aconteceu nessa manhã. Eu já sabia que estava prestes a chorar.

—Poxa Cris, sinto muito por isso. Mas daqui a pouco eu tô chegando aí pra te fazer companhia, tá? Aguenta firme. — ela disse percebendo o estado em que eu estava.

—Tabom, vem com cuidado. — respondi por fim e desliguei em seguida.

Me levantei do sofá e fui tomar um banho para tentar acalmar minhas emoções, o que não deu muito certo, porquê assim que abri a água do chuveiro, os soluços começaram.
Me sentei no chão do box, ainda tentando fazer a ficha cair. "Minha mãe está morta. Minha mãe esta morta." Fiquei repetindo mentalmente, enquanto as minhas lágrimas se misturavam com a água clorada que caia sobre meu rosto e corpo. Após ficar alguns minutos tentando me livrar do peso que parecia ter me meus ombros, decidi encerrar o banho.

Me enrolei na toalha, e saí do banheiro, indo em direção ao meu quarto. Me joguei na cama assim que adentrei nele, mas logo levantei pra me vestir. Coloquei um short de moletom e uma camiseta de manga. Não queria colocar pijama, porque sabia que uma roupa confortável demais iria me fazer querer voltar a deitar, e dormir por muito tempo.

Peguei meu celular para olhar as minhas mensagens. Tinha 2 mensagens da Elisa, que eu resolvi não olhar por agora. Não falo com ela desde o enterro da nossa mãe, mas logo eu vou criar coragem. Tinha outra da Renata falando que ia passar numa cafeteria, perguntando se eu queria alguma coisa. Respondi um breve não, e agradeci. E a última era enviada pelo meu chefe do trabalho:

" Oi Cristal, e aí? Tô te mandando mensagem só pra te avisar que nesse fim de semana a empresa vai diminuir a carga horária por causa da campanha de inverno. Se quiser tirar um tempinho pra descansar, fique à vontade. Eu sei o tanto que você trabalha e se empenha pela gente"

Terminei de ler e o alívio tomou conta de mim. Achei estranha a atitude, dado o fato que ele nunca gostava de tirarmos folga, mas era tudo que eu precisava, apenas de um tempinho pra colocar ordem na minha mente. Respondi rapidamente a mensagem dele, aceitando e agradecendo-o pela proposta.

Escutei um barulho de chave, e logo em seguida a porta se abriu. A Renata chegou.

—Oi Cristal, aí meu Deus— disse vindo em minha direção para um abraço, assim que eu apareci na sala.
Aquele abraço estava muito bom, e eu não queria desfazê-lo por nada.

Renata é minha amiga desde que nos conhecemos numa festa do ensino médio. Estávamos no penúltimo ano da escola e nos aproximamos, desde então não desgrudamos mais. Ter ela aqui nesse momento é muito importante pra mim.

Ela me desabraçou mas continuou segurando meu braço, me puxando levemente atras dela, enquanto se direcionava até o sofá para sentar, fazendo um gesto de batidinhas com uma das mãos, indicando para eu me sentar ao seu lado, e assim eu fiz. Sem perceber, eu deitei a minha cabeça em seu colo e logo comecei a receber cafuné em meus cabelos, enquanto minha garganta fechava e dava inicio aos soluços acompanhados de lágrimas.

Após um tempo assim, a Renata achou melhor tentar me acalmar:

—Olha Cris, eu sei que deve ser difícil, e quero que você saiba que eu estou aqui pra te ajudar.— Disse tomando cuidado com as palavras que usava — Mas você não está se ajudando ficando assim, e eu não posso só observar.—Ela completou, pegando levemente no meu queixo, e me fazendo levantar a cabeça para olhar para ela.

—Eu sei, mas é tudo tão, estranho. Foi tudo tão de repente. Faz uma semana que eu não tenho mais ela, e, já parece uma eternidade.— Eu tentei falar em meio aos soluços, que iam se acalmando conforme eu controlava a respiração.

—Eu entendo. Mas vamos fazer assim.—Ela fez uma pausa, provavelmente esperando eu concordar com o que ela tinha a propôr — Toda vez que você pensar no velório, tenta buscar na sua cabeça uma memória feliz com ela. Pode ser?—

Eu apenas concordei com a cabeça, e a Renata, mais uma vez me puxou para um abraço.

—Você queria fazer algo pra me animar?—

—Só se você estiver afim— respondeu ela, após desfazer nosso abraço. Eu afirmei com a cabeça.

—Vai ter uma festa naquela balada que eu te falei mês passado. A Aquile Infernali. O tema hoje é neon, e tem open bar. E a gente pode ver se a Amelia e o John não querem ir também—

Fiquei em silêncio por um minuto, para analisar a proposta. Uma balada. Musica alta, pessoas cheirando a álcool e muitas outras coisas. Pensei em dizer não para a festa. A gente podia só assistir algum filme enquanto comíamos algumas besteiras. Mas a minha amiga estava se empenhando tanto em me ajudar nos últimos dias, que eu fiquei com culpa por não querer ir. E poderia matar a saudade da Amélia e do John, que eu não vejo a algum tempo. Não era bem o que eu tinha em mente, mas deve ajudar.

Olhei para Renata ao meu lado, que esperava ansiosa por uma resposta:

—Eu topo.— Nem tinha terminado de falar a frase, quando ela começou a comemorar. —É pra ficar pronta em 1 hora Renata, se não eu não vou mais.— Completei enquanto me levantava, indo em direção ao meu quarto.

—Relaxa Cris, eu prometo que não vou demorar.— Ela gritou do corredor que dava em seu quarto. Provavelmente ela estava indo tomar um banho.

—Você sempre fala isso e sempre demora.— Retruquei rindo e esperando uma resposta que não tive, pois ela já tinha entrado no banho.

Parei em frente ao espelho do meu quarto, encarando meus olhos inchados por um momento, e em seguida pegando a nécessaire de maquiagem para começar a me arrumar: "Então é isso, Cristal. Partiu festa. Só hoje."

              《☆•☆•☆•☆•☆•☆》

Oioi, aqui é a Cami e essa é a minha primeira fic.
Eu não sei se vocês vão gostar, mas tô dando meu máximo por essa história, que tenho vontade de escrever há muito tempo.

Ainda não tenho um horário e dia definidos para atualização de capítulos novos, mas quando tiver, eu aviso aqui ;)

Enfim. Pra quem se interessar em ver o rosto dos personagens, uma foto de referência, estilo ou aparência, nós temos uma aba de personagens da fic. Para acessar é só entrar no meu perfil, e procurar por "personagens".

Esse trecho de música no começo do capítulo, é uma forma de vocês entenderem melhor os sentimentos da protagonista.

Comentem sobre o que estão achando. Não esquece de deixar seu voto também, isso me ajuda e faz com que mais pessoas conheçam a história.

Obrigada por ler!! ♡♡

À Beira de um Amor [+16] - Em Pausa Onde histórias criam vida. Descubra agora