Capítulo 2 - A Aldeia Hiden

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⠀Mayumi Uchiyama, mãe de Haruki. Era uma artista, fazia todo tipo de arte, esculturas, desenhos, origamis e até mesmo era estilista. Era uma Kyuubi no Kitsune de cinco caudas, tendo seus 542 anos. Ela era conhecida pela região por ter "mãos de fada", e os humanos levaram isso ao pé da letra, sendo uma raposa muito caçada, porém não deixava isso a atrapalhar.

⠀Mayumi e seu único filho Haruki estavam caminhando até a Aldeia Hiden, uma aldeia formada pelos humanos. Geralmente as Kitsunes se disfarçam para ir até lá, pois é lá onde acontecem as feiras e festas, coisas que os Kitsunes amam.

⠀Sua mãe tinha vestido uma simples capa em Haruki e havia posto uma boina. A mais velha estava com um vestido bem volumoso e um lenço amarrado em sua cabeça, para disfarçar as caudas e as orelhas. Haruki ignorava o desconforto, pegava algumas borboletas no caminho em que trilhavam. Algumas pousavam em seu nariz por estar com o aroma do açúcar do pãozinho que comeu mais cedo. O raposinho olhava atentamente para as asas azuladas da borboleta em seu nariz, como tinha paixão por tal inseto, azul passou a ser a cor favorita do garoto.

─ Haruki, se apresse ou ficará para trás. ─ Sua mãe reclama, olhando o mencionado concentrado em não espantar tal inseto. ─ Ah, olha só, você encontrou uma borboleta azul.

─ O que isso significa, mamãe? ─ Haruki vai até sua mãe, então voltam a trilhar.

─ Borboletas azuis simbolizam a esperança, felicidade, beleza, proteção, boas energias e muito mais. ─ A raposa maior explica calmamente. ─ Aparentemente essa te escolheu.

⠀Mayumi aponta para a borboleta de asas azuis que estava voando em volta de Haruki, o seguindo conforme o pequeno caminhava.

─ Que bom, eu gosto de felicidade! ─ Um sorriso encantador paira nos lábios do menino-raposa. ─ Esperança também é uma coisa muito boa.

─ Sim, é sim. ─ Mayumi retribui o sorriso, vendo seu filho brincar alegremente com seu novo amigo diante seus olhos.

[...]

⠀Após uma longa caminhada, finalmente haviam chegado na aldeia Hiden, a aldeia dos humanos. Onde havia comércios de todos os tipos, parques, feiras, salões, templos, trilhas e tudo mais. Porém era uma cidade de cores mortas, tudo era escuro lá, até mesmo o céu passou a ser acinzentado, mas era tudo majestoso aos olhos de Haruki, pois não conseguia enxergar imperfeições em nada, fazia parte da personalidade do pequeno prodígio. Sua borboleta azul que, estava agora pousada em sua boina, chamava atenção das pessoas por ter asas de uma cor forte e chamativa, assim como os olhos do garoto.

⠀Humanos que desconfiavam de mãe e filho, iriam logo repreendê-los, porém Mayumi usava o mesmo argumento de que ambos são geneticamente albinos, então tais humanos acreditaram e os deixaram em paz, sempre funcionou. Andaram então até o centro da aldeia, onde encontraram as lojas. Mayumi havia dado algumas moedas para Haruki comprar algo para ele, então novamente o alertou, antes de entrar na loja de aviamentos, deixando-o sozinho. Haruki então começou a caminhar pelas ruas, procurando algo de seu interesse. As pessoas olhavam curiosamente para o garoto de cabelos esbranquiçados, tanto que Haruki nomeou os humanos como "seres incoerentes".

⠀Enquanto Haruki desviava das pessoas, viu algo que chamou sua atenção, na verdade, a única coisa "viva" de lá. O garoto então foi em direção à loja de design rústico, tendo a única vida naquele tal objeto.
Adentrou a loja, então foi até o balcão, continuando com seu olhar vitrado no objeto incógnito, ou pelo menos para ele era.

HarukiOnde histórias criam vida. Descubra agora