Prólogo

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Nova Orleães - Luisiana 1780

Sinto uma mão me chacoalhar, abro os olhos e me assusto ao ver minha mãe.

- Rodrigo pega a Juliana e corre o mais rápido que puder e não olhe para trás! - minha mãe diz me empurrando da cama - Entendeu?! Não olhe para trás!

- Mais o que está acontecendo? - Começo a me vestir e corro atrás de minha mãe.

- Depois eu te explico, o importante agora é a segurança de vocês dois!

- Mas e você e o pai? - Pergunto sem entender a pressa, ainda nem clareou o dia.

- Depois nós vamos! - ela entra no quarto da Juliana, pega algumas peças de roupa e joga em uma sacola- Juliana meu amor, acorde! Você vai dar uma volta com o seu irmão.

Juliana é minha irmã mais nova, ela parece um anjinho, com os cabelos loiros cacheados, os olhos em um tom de azul com uma pele tão branca que parece porcelana, mas com uma personalidade sem igual.
Saímos de casa às pressas e nos deparamos com um completo massacre acontecendo no nosso vilarejo, sangue e corpos espalhados para todos os lados, quando um homem todo ensanguentado veio correndo na nossa direção que me toquei que estavamos lentos demais para o que estava acontecendo.

- Segura forte o meu pescoço e fecha os olhos! - Peguei a Juliana no colo e comecei a correr o máximo que podia.

Depois de correr não sei quando tempo o dia começou a clarear e ainda dava para ouvir alguns gritos desesperados vindos de trás da floresta.

- Que horas vamos encontrar a mamãe e o papai Rigo ?

- Daqui a pouco Jujus , vamos achar um lugar para descansar um pouco tá bom?

Ela apenas concordou com a cabeça e começamos a procurar algum lugar para ficarmos enquanto esperamos. Andamos, andamos e nada tudo o que tinha ao nosso redor eram árvores sem fim, comecei a diminuir a velocidade por causa da Juliana que estava quase dormindo em pé.
Andamos mais um pouco e vi uma pequena rocha que ia servir de proteção contra o sol, estendi um pequeno lençol no chão e nos sentamos até aquele momento não tinha reparado no tão cansado eu estava, Juliana quase de imediato adormeceu com a cabeça em meu colo.
Olhei dentro da sacola que minha mãe me deu e vi alguns pães e um pouco de água, bebi um pouco e deixei o restante para minha irmã.
O dia passou tão rápido que só reparei quando o sol estava se pondo, dava para ver a floresta começando a ficar em um escuro sombrio. Entre as sombras das árvores tive a impressão de ver duas pessoas caminhando na nossa direção, peguei a Juliana enrolei ela no lençol e fui para a parte oposta da pedra e fiquei observando aquelas sombras se movendo cada vez se aproximando mais de nós.

- Onde será que eles estão?! - De longe deu para escutar o que o homem dizia.
Será que estão atrás de nós! Esse foi o primeiro pensamento que tive, quando já ia me virando para correr escutei novamente o homem. - Rodrigo!? Juliana!?
Era os nossos pais graças a Deus! Corri em direção à eles, assim que minha mãe nos viu começou a chorar.

- Vocês estão bem, graças a Deus!

- Pai o que é isso no seu braço? - Entreguei Juliana para a minha mãe e fui ver o que tinha acontecido com o meu pai.

- Nada para se preocupar meu filho vai ficar tudo bem. - Ele disse e abriu um pequeno sorriso que não passava a mesma impressão que a frase dita.

- O que era aquilo que estava acontecendo?

- O nosso vilarejo foi invadido. - Minha mãe abraçou o meu pai e vi que ela tinha começado a chorar de novo.

- Mas invadido por quem? - Queria entender o que estava acontecendo.

- Vampiros meu filho.

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