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Hoje o dia amanheceu nublado, chuvoso e um pouco frio. Até que me identifico um pouco com a sua forma. A diferença entre nós, é que por trás das nuvens carregadas e escuras tem um sol brilhando.

Porém em mim não! Eu perdi a única luz que iluminava a minha vida. Agora ela brilha lá no céu.

Comigo só restou à tristeza e a solidão. A saudade também se faz sempre presente. Saudade da minha mãe. A pessoa que mais amei e vou amar no mundo. A pessoa que sempre lutou por mim. Me acolheu e me amou.

Eu não conheci meu pai. E minha mãe se encarregou de exercer essa função na minha vida. Ela sempre foi à minha outra metade.

A luz do relógio sobre o criado mudo me mostra que está na hora de levantar. São 7:30 da manhã. Porém estou acordada desde as 3:00hs. A insônia se tornou frequente durante esse último mês.

Me arrasto pra fora da cama sem muito ânimo. O que não é novidade. Tem sido sempre assim desde que fiquei só.

Vou para o banheiro.
Tomo um banho quente e escovo meus dentes. Dou uma pequena olhada para o espelho e o que vejo não me surpreende. Minhas olheiras estão mais escuras e maiores. Saio do banheiro e procuro pelo chão alguma roupa que ainda de para eu vestir.

Faço uma nota mental de que preciso lavar algumas peças de roupa ou vou andar parecendo uma mendiga.

Pequenas coisas como esta, não tem me preocupado. Mas agora percebo o quanto tenho sido negligente comigo mesma.

Preciso ir tomar o café da manhã com Dimy. E decidir de uma vez por todas se quero, ou não, saber o que tem dentro do envelope que minha mãe deixou para que ele me entregasse.

Dimy é um senhor de 67 anos. Ele nos deu emprego na sua lanchonete, a Dimy's Burguer assim que chegamos em Austin.

Quando eu e minha mãe fugimos de Dallas. Viemos parar em Austin. Onde conhecemos o Dimy. Foi ele quem nos acolheu nesta cidade.

Ele não é apenas um chefe. Ele é também um grande amigo. Passamos à conviver juntos como uma família.

Aos domingos, nós costumávamos almoçar juntos. Como uma família tradicional fazia. Sinto falta de ter a minha família.

Minha avó Elizabeth morreu após dois anos de luto pelo falecimento de meu avô Scott. Minha avó éra o meu segundo tesouro. Minha mãe não teve irmãos. Então éramos apenas nós três.

Mas depois da morte da minha avó. Não havia mais nada que nos liga-se aquela cidade. Então depois do pior dia de nossas vidas. Eu e minha mãe arrumamos as malas e resolvemos ir embora de Dallas.

As coisas naquela cidade tinham se tornado um terrível pesadelo. Um verdadeiro inferno na terra. Não havia mais nada que nos fizesse permanecer alí. Então fugimos para Austin.

Hoje faz um mês que minha mãe partiu e tenho permanecido praticamente o tempo todo dentro do kitnet que alugamos sobre à Dimy's Burguer.

Não consigo compreender como ela pode ter me deixado sozinha. Ela sabia que eu precisava dela. Eu ainda preciso na verdade! E talvez eu sempre irei precisar. É por isso que não sei o que devo fazer.

Dimy me convocou para o café da manhã de hoje. Os domingos eram o nosso dia. Ele disse que não era um convite e sim uma intimação.

De vez em quando ele aparece aqui, só pra checar como estou. E se ainda não sumi. Apesar disso, ele ainda está me dando o espaço que pedi.

Saio para fora do cubículo e os pingos de chuva me recebem molhando o meu rosto. Porém não me importo de ter um pouco de chuva sobre mim.

Desço as escadas e saio pra calçada. Cruzando em frente à lanchonete sinto meu estômago embrulhar. É sempre assim quando passo por aqui.

Imagens do malfadado dia em que minha mãe foi baleada passam pela minha cabeça.

Atravesso o gramado da casa o mais rápido que minhas pernas permitem. Bato suavemente na porta da linda casa do Dimy que logo à abre e sorri pra mim.

➖Ola Dimy! "minha voz sai baixa e rouca pelo fato de ter ficado muito tempo sem falar com alguém. Não queria ter que estar aqui hoje"

➖Bom dia menina Jo!como esta se sentindo hoje?
"Me pergunta e posso ver à preocupação refletir em seu rosto"

➖Estou...bem,eu acho. Só um pouco perdida, Dimy! Não sei por qual caminho devo seguir. Hoje faz um mês que ela me deixou e... à dor e a saudade ficam cada vez mais fortes!
"lágrimas embasam à minha visão e Dimy me puxa envolvendo meu corpo em um abraço apertado"

Ele é como se fosse meu avô. Meu avô paterno, o qual eu nunca conheci. Nunca se quer conheci o meu pai. Mas gostaria de te-lo conhecido!

Minha mãe me disse uma certa vez, que conheceu meu pai em um transatlântico! Em uma de suas férias de verão. Ela me revelou que esse teria sido o melhor verão de toda à sua vida. Que nunca esqueceu de um minuto se quer do que viveu com ele naquele verão.

Porém à única coisa que ela sabia a respeito dele, éra que ele se chamava Jonh. E que ela havia se apaixonado perdidamente assim que pôs seus olhos sobre ele.

Talvez esse nome nem seja o seu nome de verdade. Ele pode ter dado um nome falso ou coisa assim pra ela.

O meu pai pode estar em qualquer lugar do mundo. Muitas pessoas viajam nesses cruzeiros. Sei que nunca o encontrarei. Ainda mais agora que minha mãe se foi. Sendo assim! Continuarei sendo só um fruto do melhor verão da minha mãe.

Desperto de meus pensamentos com a voz do Dimy dizendo;

➖Quem sabe você não começa abrindo o envelope que sua mãe deixou pra que eu entregasse à você! Talvez esse seja um bom começo, não é mesmo?
"fala me soltando de seu abraço e me olha esperançoso"

➖Não sei. Talvez veja uma boa idéia...ou quem sabe daqui mais algum tempo! "respondo insegura e o medo transparece em minhas palavras"

➖Não há o que temer menina Jo. Sua mãe te amava mais do que tudo nesse mundo. Eliza não deixaria nada que fosse te magoar! Talvez não tenha nada de mais naquele envelope. Talvez seja só algumas fotos ou recordações. "afirma olhando nos meus olhos"

Ele está certo! Minha mãe me amava. Ela não me magoaria. Não deve ser nada de mais naquele envelope. Talvez seja somente algumas lembranças. Respiro fundo e então eu lhe digo;

➖Tudo bem! Você tem razão,vamos abri-lo então. Talvez tenha alguma alguma coisa boa no meio de toda essa tempestade.

Assim eu espero!

Estou ficando um pouco nervosa!Sinto um frio na barriga. O que será que tem dentro daquele envelope? O que será que minha mãe deixou pra mim? Será que vou me arrepender?O que poderia ter de tão importante?  Pergunto à mim mesma.

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Olá,espero que gostem da história. Não sou escritora e nem nada do tipo! Só resolvi escrever essa fic pra passar o tempo. Me desculpem por eventuais erros ortográficos!

👉Não desista pelos primeiros capítulos. A história evolui mesmo à partir do oitavo capítulo.

Obrigada por ler essa fic!

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A New Beginning (CONCLUIDA-EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora