❝Queimou, deixando nada
além de desejo.
Levou tudo o que ele era
e mesmo assim
ele não conseguia se arrepender.❞
Hannibal não é tão orgulhoso a ponto de não admitir que sempre houve algo inerentemente prazeroso em ver Will chorar. Momentos roubados...
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O sorriso de Will é afiado; as bordas denteadas de vidro quebrado. É despreocupado e cruel, caprichoso em sua zombaria da preocupação de Hannibal como se ele simplesmente devesse saber a resposta para sua própria pergunta. Will bebe o resto do vinho em sua taça e começa a se mover como se o líquido o tivesse acordado da estase. Ele se move em direção ao balcão em que o próprio Hannibal está encostado, fechando a distância em uma ronda sinuosa como se pretendesse passar horas cruzando o punhado de pés entre eles, em vez dos segundos necessários.
Quando ele finalmente alcança Hannibal, ele continua se aproximando, avançando até que eles estão quase peito a peito, os dedos dos pés descalços de Will pingando sangue no azulejo. Hannibal anseia por alcançá-lo, aperta seu aperto em sua própria taça de vinho e, em vez disso, passa a mão ao redor da borda do balcão atrás dele. Os olhos de Will brilham na escuridão como se estivessem iluminados por dentro, e quando ele levanta a mão livre para passar dois dedos pelos lábios, ainda pegajoso com o sangue que os mancha, o cheiro de ferro opressor de cobre inunda os sentidos de Hannibal.
O instinto o leva a abrir os lábios, a aceitar o toque sangrento de Will em sua língua como um sacramento, a tomá-lo em seu corpo de qualquer maneira possível - mas Hannibal pode sentir o cheiro da droga que Will usou no açougueiro, atado no carmesim, e se abstém de se sujar com os restos. Uma de suas próprias misturas pelo cheiro dele, e explica as quantidades excessivas de sangue; um dos ingredientes é um anticoagulante que teria resultado em sangramento grave do primeiro corte afiado da faca de Will.
Os olhos de Will rastreiam os movimentos de Hannibal por um intervalo de tempo, e então ele levanta seu olhar para encontrar os de Hannibal. "Você quer que eu fique?" A pergunta é suave, quase dolorosa e, aparentemente, completamente retórica. Will nem mesmo lhe dá um segundo para responder. "Mostre-me que preciso de você. Eu obviamente não tenho nenhum problema em matar porcos sozinho, "sua cabeça se inclina para o que resta de sua excursão noturna, um sorriso malicioso torcendo seus lábios. Ele se aproxima ainda mais, então, quando ele fala a próxima vez, suas bocas se tocam com o formato de cada palavra. "Então, encontre um lobo para caçarmos. Talvez uma atividade da matilha renove meu interesse. "
Hannibal pode sentir o calor de Will quando o outro homem estende a mão ao redor dele e abandona seu copo no balcão próximo à mão de Hannibal, e cada centímetro dele vibra com a necessidade de diminuir a distância, de pressionar contra a fonte de calor que é o inferno do corpo de Will Graham e implorar para que ele o consumisse. Aquele sorriso feroz e zombeteiro retorna quando Will se afasta, sua sobrancelha arqueada enquanto ele lança mais um olhar demorado para o rosto de Hannibal antes de se virar e começar um lento passeio para fora da sala.
"Afinal, você se aconselhar I encontrar um hobby, doutor."
A perspectiva de um desafio - a oportunidade de convencer Will a permanecer com ele - faz o estômago de Hannibal revirar de empolgação e intriga na mesma medida, e ele descobre que é capaz de nomear o sorriso que estica seus lábios como um de prazer. Este é o Will Graham que ele conhece, aquele por quem ele se apaixonou; não a criatura deprimida e apática que agraciou sua casa por meses. A perspectiva de seu retorno deixa Hannibal tão exultante que ele nem se importa de Will deixar a bagunça para ele arrumar.
