Capítulo 8

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- Pega! – ele me entrega um potinho com leite de banana dentro – Pode tomar, você precisa mais do que eu...

- Muito obrigada, mais tarde eu te pago alguma coisa pra retribuir.

- Não precisa! Eu estou te dando por que eu quero, não estou dando para receber algo em troca. Só aceita! – assinto e bebo o leite. Ele sorri e voltamos a olhar para o movimento fora do ônibus.

Chegamos na faculdade e começou o que seria mais um dia corrido. Hoje eu estou livre do estágio, mas tenho clube de tarde. Eu tinha que me inscrever em algum para ganhar nota extra, dentre todos, o que mais me interessou foi o de teatro e hoje, vai ser o primeiro encontro do clube, estou um pouco ansiosa, mas acho que vai dar tudo certo.

...

Depois de longas 5 horas de aula, chegou o tão esperado almoço. Era o momento em que eu conseguia ver o Felix e conversar com meus novos amigos, bom, só um. Eu e Daeho entramos na cantina e procuramos Felix, não o achamos, então nos servimos e sentamos em uma mesa livre.

- Felix aqui! – Diz Daeho e eu me viro de imediato.

- Feli... Ei ele não está aqui!

- Daqui a pouco ele chega, não precisa ficar assim.

- Assim como?

- Como o cão de Pavlov!

- Ei, eu não sou como o cão de Pavlov!

- O que é um cão de Pavlov?

- Felix!

- Sua namorada é como um cão de Pavlov!

- Daeho! Enfim, o cão de Pavlov foi um experimento dirigido por Ivan Pavlov, um russo que conseguiu treinar cachorros para salivarem sem comida por perto usando o reflexo condicionado...

- Que? Você estava babando, amor? – fecho a cara – Não?

- NÃO! Ele conseguiu fazer os cachorros associarem sons à comida, então toda vez que ele tocava uma sineta, os cães achavam que iriam ganhar comida, fazendo assim eles salivarem. O que o Daeho tá dizendo é que, sempre que eu escuto Felix, eu tenho tendência a te procurar com um sorriso na cara.

- Aaaaah tendi! – ele pega minhas bochechas e aperta – Que namorada mais fofa que eu tenho iti!

- Felix... – fecho os olhos e respiro fundo – Se você não quer levar uns tapas, sugiro que solte.

Ele ri e me solta, sentando ao meu lado.

- E aí gatinha? Quais são seus planos para hoje?

- Tenho a primeira aula do clube!

- Clube? – Daeho e Felix falam juntos. Felix olha para Daeho com desaprovação.

- Eu me inscrevi no clube de teatro, vai ser legal conhecer gente nova! – falo animada.

- Conhecer gente nova? Hmmm...

Felix está com ciúmes. Claramente está com ciúmes. Se tem uma coisa que me tira do sério é o Felix sentindo ciúmes de coisas que não tem sentido nenhum, como o clube. Eu entrei para fazer amizades, eu sou amiga de poucas pessoas aqui na Coréia, não é nada ruim socializar e aumentar meus contatos por aqui, mas parece que o Felix não gosta muito disso.

- Vai ser legal fazer alguns amigos por aqui S/n! – diz Daeho animado com a idéia.

Quando vi Daeho pela primeira vez pensei que pegaria aquele ranço, mas na verdade foi totalmente o contrário. Ele se tornou alguém que eu gosto da companhia, ele é como o Chan, divertido e contagiante. Aliás, como será que está o Chan?

- Felix, o Chan tem falado com você? Ele nunca mais me mandou mensagem, penso que deve estar ocupado com a faculdade...

- Tenho. – Felix está completamente indiferente, o que aconteceu! Ele está com tanto ciúme assim?

- Ei...

- Hmm?

Respiro fundo, não posso perder a paciência com tanta facilidade. Eu realmente quero entender o que o Felix está pensando de mim! Ele acha que eu vou me jogar em cima de qualquer um? Não quero que nosso relacionamento fique mal por causa dessas coisas, quando ele quiser falar comigo, eu vou falar com ele.

- Tudo bem... – digo tentando disfarçar o quão chateada fiquei com a situação.

Nós continuamos em silêncio, percebo que Daeho sentiu o clima tenso que ficou e ele até tenta descontrair, mas sem sucesso. Felix está de cara amarrada e eu quase chorando, minha garganta está entalando com a comida que coloco em minha boca. Estou sem fome.

- Perdi o apetite! – me levanto e pego minha bandeja – Bom almoço para vocês!

Falo e saio da mesa, assim que eu me viro, as lágrimas saem, uma a uma, estudantes que estavam sentados desfrutando de suas refeições trocam olhares entre si, revezando entre mim e eles. Acho que chorar no meio de uma cantina lotada de estudantes estressados desesperados por alguma fofoca para extravasarem não foi uma boa ideia... Saio da cantina e vou para a arquibancada da quadra externa, nesse momento não tem ninguém por ali, então é um ótimo lugar para chorar de desespero até desidratar. Coloco meus fones de ouvido em uma tentativa falha de não escutar meu próprio choro. 



Pessoal achei o pendrive yay!

Pra falar a verdade ele estava em um lugar tão óbvio, não acredito que eu não vi! Novamente peço desculpas pela minha falta de responsabilidade, mas cá estou eu soltando os capítulos que faltavam irrul

Espero que gostem do capítulo, dêem a estrelinha pra eu saber se vocês curtiram o capítulo e tals, fora que isso é um incentivo para que eu continue escrevendo e por favor, interajam comigo, eu sempre faço uma perguntinha no final dos capítulos mas raramente alguém responde, fico tristinha sabe.

Enfim, é isso...

Bjinhos da Iludida!

Another Day II - Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora