Recadinho básico da autora : Peço desculpa desde já caso minha escrita acabe ofendendo alguém , o intuito desta fic é representar o amor em diversas situações não ofender um grupo específico de pessoas .
Caso algum erro seja notado , avisar imediatamente a autora .P.o.v Autora
E mais uma vez, Hector se encontrava na sala do diretor, muitos poderiam até pensar que ele é um garoto encrenqueiro, bagunceiro ou coisa do tipo. Mas a verdade, é que ele era apenas uma vítima, a vítima da ignorância.
Hector trajava seu estilo, composto por uma blusa que possuía estampas listradas que era metade coberta por um tecido de lã bege, e a típica calça gasta de moletom amarronzada. Os machucados em seu rosto eram cobertos pelos longos fios de seu cabelo, ele precisava corta-los logo.
O garoto havia sido alvo de brincadeiras maldosas dos veteranos residentes da escola, Hector era calouro de uma escola só para meninos .
O diretor adentra a sala se deparando com a figura do garoto com a cabeça abaixada, ele coçou a pouca barba que existia em seu queixo bufando. Aquela teria sido a terceira vez só nessa semana que o garoto aparecera em sua sala com tais problemas .
- Senhor Hector Hall - Ditou o diretor em alto e bom som fazendo o calouro estremecer - Você aparenta gostar muito de minha sala, já que se recusa a ficar longe dela - o mais velho se dirigiu a sua cadeira de couro ficando de frente com o menino.
Um silêncio esmagador pairou sobre a sala, não é como se o garoto precisasse explicar, já que o motivo era sempre o mesmo. Talvez fosse melhor notificar os pais de todos os envolvidos a uma reunião.
- Preciso avisar seus pais - o mais velho se limitou a dizer.
- Como? - confuso indagou o menino.
- O número dos seus pais - fez uma pausa - Preciso ligar pra eles, os garotos do terceiro ano vão voltar disso, já sabemos.
- Então porque o senhor não notifica os pais deles também? - O garoto ergueu um pouco a voz.
- Eu irei Hector, mas por hora - abriu uma das gavetas pegando a ficha do menino - iremos conversar com seus pais. Hector veja, as férias já estão chegando, resolveremos seus problemas após o retorno das aulas.
Isso já estava fugindo dos limites escolares .
P.o.v Hector
O diretor ligou para os meus pais dizendo que precisavam ter uma reunião de emergência, então fui em direção a sala de aula para recolher meu material.
- Olha o que temos aqui, não seria o gayzinho de estimação da escola? - um menino zomba.
- Esse aí só apanhando pra aprender a virar homem - O seu colega gargalhou alto.
Eles têm algum tipo de problema ou algo do tipo? Eu não sou homossexual e mesmo se eu fosse não teria que ser motivo de piadas ou agressões.
Me limito a revirar os olhos e continuar meu caminho em silêncio, afinal, responder às afrontas nunca resolveu nada. Ao entrar na sala não dirijo a palavra a ninguém, recolho meu material e saio de sala notificando a professora.
Quando volto a sala do diretor percebo que meus pais já estão lá, minha mãe está aparentemente calma e centrada, já o meu pai discutia com o diretor e dava ênfase em suas palavras batendo no braço da cadeira. Fico parado ao lado do batente da porta me perguntando se deveria entrar ou não.
Dou três batidas na porta chamando a atenção dos adultos na sala.
- Olá filho - meu pai levanta da cadeira e se dirige a mim - estávamos conversando com seu diretor e pelo que vemos não adianta cobrar justiça da unidade escolar - ele me dá um sorriso visivelmente irônico.
Ouço o bufar do diretor do outro lado da sala.
A partir daí eu já conheço essa história, meu pai se descontrola e causa um tumulto, enquanto isso minha mãe toma as rédeas da situação.
- Não vamos tomar nenhuma decisão precipitada, mas convenhamos... não é a primeira vez que temos esse incidente - minha mãe diz se levantando e indo em direção a porta - vamos nos retirar agora e em relação ao senhor - se virou para encarar o diretor - O senhor receberá notícias do meu advogado.
Ele se levanta pra argumentar porém logo se cala.
Como sempre não adianta questionar, minha mãe tem sempre a última palavra.
- Já tem algo em mente? - pergunto pro meu pai aos sussurros enquanto andávamos para fora da escola- em relação às férias?
- Algo como aqueles chalés em montanhas - ele pôs as mãos atrás da cabeça - sua mãe está meio nervosa para discutir esse assunto agora.
Virei meu rosto para frente vendo que minha mãe caminhava furiosamente em direção ao carro. Voltei meu olhar ao meu pai que agora me encarava com uma careta estranha que acabou por me fazer rir.
- Entrem logo no carro - minha mãe disse forte.
- Sim querida - meu pai correu até o carro. Desde pequeno aprendi que mesmo pacífica minha mãe podia ser bem assustadora.
Assim que todos estávamos no carro, meu pai deu a partida rumo a nossa casa o que me fez sentir mais tranquilidade, pelo menos estava de férias.
P.o.v Autora
Apesar de ter no rosto um sorriso descontraído, Hector estava quebrado por dentro, toda a sua autoestima e confiança foi despedaçada por chutes, socos, tapas e palavras rudes e duras.
Aquelas férias poderiam fazer muito bem a ele, pelo menos era nisso que os pais de Hector depositavam todas as suas esperanças, afinal, era muito difícil ver seu filho naquelas condições e não poder fazer nada.
A viagem até em casa fora silenciosa, todo o espaço do carro foi preenchido pelo som do rádio.
- Podemos comer uma pizza, que tal? - Erik sugere revezando o olhar entre sua esposa e o retrovisor.
- São seis da tarde - A mulher diz repousando uma das mãos no rosto.
- Tem razão - Hector balança cabeça em afirmação a resposta de seu pai - vamos de tacos então.
Ele nem sequer esperou a resposta da mulher e desceu do carro já estacionado, fazendo Hector perceber que já haviam chegado em casa.
Até o próximo capítulo ❤❤❤
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Color maker
FanfictionA acromatopsia é uma síndrome que atinge 8,10 da população mundial , Hector faz parte desta porcentagem e se sente muito excluído e depressivo por conta dos comentários maldosos que rondam a escola. Por conta de intrigas entre alunos os pais de Hec...