Amaldiçoado

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O sabor agridoce do suco de limonada refrescava seu paladar com sede, agradando alegremente o possuidor da cabeleira rosada, que encontrava-se sentado no chão gélido, inundado pelo infernal calor do verão, o peculiar local em que residia-se fostes escolhido minuciosamente pelo rapaz que, enfim, havia descoberto para sua abundante felicidade um lugar fresco onde não morreria brutal pelo impiedoso calor, contudo, seu suor escorria adoidado por sua pele exposta, vindas de sua testa molhada ao tronco definido encharcado, Itadori tinha decidido-se que não utilizaria suas vestimentas, mesmo elas apenas sendo uma regata branca de algodão a um shots do mesmo tecido, entretanto, optou por só manter-se de cueca box assentado no piso de sua sala, apreciando de sua deliciosa bebida favorita, que preparava especificamente para dias quentes como este.

Fitava atencioso a televisão a frente, que transmitia um programa um tanto curioso sobre o misterioso sobrenatural, o mesmo capturava como uma armadilha de caça a concentração do moço interessado sobre o oculto assunto, era totalmente fascinante para ele e para sua abundante ansiedade, neste momento, finalmente abordaria o tema que tanto expectava pelo apresentador, em relação aos "Íncubos e Súcubos”. Mas para sua drástica infelicidade, o ressoar alarmante do toque de seu celular interrompeu o pronunciamento do comentarista, Yuuji voltou irritado suas órbitas achocolatadas para a mesinha ao lado do sofá desgastado, claramente demonstrando seu desprazer diante daquilo, conduziu delicado seu copo gelado para a lateral,  esticando em seguida o braço até o aparelho barulhento, pegando-o apressado e visualizando o indivíduo que o interrompia de assistir serenamente.

Relacionava-se a sua melhor amiga arruivada Nobara Kugisaki, suspirou derrotado, sabendo que não conseguiria assistir o que desejava, definitivamente fostes vencido, rapidamente atenderá a enervante chamada, obtendo logo em seguida, o soar indelicado da mulher do outro lado da linha, que pronunciou-se ríspida com o homem rosado:

— Me diga que você foi amaldiçoado, ou algo parecido por aquele jogo que te dei para alegrar-me neste dia de merda.

— Olá para você também, tudo bem com tu? — Forçou seus finos lábios em um falso sorriso de descontração.

— Tô um cu, eu não aguento mais ficar atendendo esse povo na farmácia — falou estressada a moça, dando-se para ouvir seus movimentos desassossegados ao transcorrer seus dedos pelos fios avermelhados como fogo. — Mas mudando de assunto, você não respondeu-me sobre sua experiência assustadora com o jogo, como foi? — Modificou enérgica sua tonalidade de antes, transformando atualmente num tom animoso de empolgação, obviamente, para saber da experiência vivida que Yuuji teve diante do macabro jogo.

A alguns dias sinistros atrás, Nobara havia achado um jogo de tabuleiro assombroso em seu porão, guardado em uma empoeirada caixa escondida escrupulosa sob os pés do armário de ferramentas, pensastes celeremente em descartá-lo ou em divertir-se ao vê-lo ser queimado pelas chamas ardentes do fogo, porém, carinhosamente se lembrou de seu querido amigo rosado que adorava objetos relacionados ao nefasto sobrenatural, então, nitidamente atenciosa deu-lhe, aliás acrescentando, se uma desgraça anormal ocorre-se com seu conhecido pelo menos se deleitaria com o sofrimento alheio do outro.

— Nem o abri ainda, não tive tempo. Talvez mais tarde eu jogue-o — comentou entediado, levando seu olhar atento ao jogo depositado discreto no lado de sua televisão.

— Abre-o agora caralho, preciso de entretenimento urgentemente.

— Seu entretenimento envolve alguma coisa horrenda acontecer comigo? — disse com sua entonação recheada de escárnio, apreciando o timbre irado de sua amiga estourar pela chamada, riu suavemente do comportamento explosivo da arruivada, o rosado amava atormentá-la quando a mesma estava entediada, a Kugisaki se tornava um verdadeiro monstro de sete cabeças.

— Sim, porra, sofrimento alheio é empolgante para mim, então, abra agora aquela porcaria de jogo e me conte o que for acontecendo — ordenou brutal, arqueando os frágeis pelos corporais do jovem que temeu ser assassinado bárbaro por aquelas breves palavras.

— Ok, ok, tudo bem, você venceu, capitã.

— Bom mesmo me obedecer, se não eu iria passar aí depois desse maldito trabalho para esmurrar sua cara de sonso.

Ergueu-se contra sua vontade divina e, destes alguns passos francos até alcançar o tabuleiro, escutando nesse pequeno intervalo de tempo os xingamentos “carinhosos” relacionados especialmente para ele, logo, apanhou certeiramente o objeto horrível, estudou seu conteúdo da caixa com precisão, completamente admirado, Yuuji realmente estimava esses tipos de coisa, excêntrico, o título do jogo chama-se “El juego de la Seducción”, o rapaz questionou-se interessado sobre o nome escolhido para o mesmo, no entanto, esvaiu esse pensamento curioso de sua mente, dando-se espaço para a sensação excitante de testar aquele jogo, Itadori sentiu um finco preciso em seu coração causadas pelo entusiasmo, veloz, equilibrou com maestria o celular entre sua orelha e ombro, ao abrir serelepe a caixa, acabou notando o incomum silêncio da ligação, antes preenchidos pelas falas obscenas de sua conhecida.

Ligeiramente retirou o aparelho de sua posição passada, regressando sua visão para a tela procurando se a mulher ainda estava no sinal, estranhamente, de forma esquisita a ligação dos amigos havia caído, algo que nunca jamais decorreu-se outrora, decidiu tentar ligar novamente para a arruivada, esperou paciente, mas apenas recebia o sonido bonançoso da chamada sendo aguardado, esgotando sua última gota de tolerância finalizou a linha, optando por esperar a nervosa Nobara retorná-lo, durante o tempo em que vasculhava as coisas que continham-se ali.

Retirou-se de dentro uma tábua de papelão firme, seu design era terrível, possuindo apenas um círculo amarelado no centro e, entre ele, incluindo um desenho de uma mão avermelhada, tirou-se juntamente, uma pecinha preta minúscula do tamanho do polegar, o jovem remexeu a caixa na procura de achar mais alguma coisa, mas nada fostes encontrado além das coisas precedentes, o rosado segurou fixo os objetos e transportou-os até seu lugar paradisíaco no início, o insuportável calor ainda reinava dominante no cômodo, desenvolvendo aos poucos uma dor latejante de cabeça no sujeito.

O rapaz estranhou não achar um manual de como se jogava, então, usou sua fiel intuição para começar sua experiência sobrenatural, com a placa colocada exata no solo e o mini acessório ao lado, pôs uma das mão no ponto central no decorrer que posicionava seu polegar gorducho na pecinha, esperou pacato por uns minutos, mas nada aconteceu de relevante para sua frustração que detonara sua euforia.

— Mas que droga! — esbravejou decepcionado, cruzando enérgico suas pernas sem perder o foco de observar cismado o jogo, suspirou mais uma vez cabisbaixo, levando uma das mão ao lugar onde deixastes sua bebida, que pela quentura do dia encontrava-se já esquentada, bebericou devagar a bebida, imediatamente, recebendo uma forte palpite de presença macabra ao lado dele, sua respiração se descontrolou facilmente, e suas pálpebras se arregalaram extremas desesperadas pelo medo do indivíduo invasor

O corpo de Itadori habituou-se estático, idêntico a uma estátua, ele ousou petulante em transferir seu olhar apavorado, para sua ala no canto da sala, assombrosamente residia-se sentado pleno sobre a poltrona esbranquiçada decorativa, um homem com aparência absurdamente formosa e exótica, as bochechas de Yuuji ganharam a coloração vermelhusca pelo constrangimento avassalador, o sujeito adquiria madeixas rebeldes e ruivas como um puro rubi, íris escarlate cativantes que embriagavam-no lúcido, sua corpulência era cravejada de tatuagens negras desconhecidas, mas todavia, não fostes apenas essas essências que aprisionaram sua atenção envergonhada, haviam exatamente dois tópicos que alvoroçaram-no, e o primeiro era os conjuntos do homem, comparecendo um par de chifres diabólicos sobre sua cabeça e um rabo brincalhão que remexia-se frenético ao lado de seu quadril, a última conjunção era na inexistência de vestimentas no demônio, que permitia o acesso inebriante do corpo nu e musculoso do homem, desde seu tronco malhado até seu “amiguinho” grande que salivaria a boca de qualquer pessoa pelo desejo.

— Em que posso ajudá-lo? — o diabo sorriu provocante, encarando sua apetitosa refeição que situava-se em estado de choque, analisando espantado a alucinação que jurava crer ser do infernal calor do verão.

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