Capítulo 4

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Os pássaros já cantavam, anunciando que era chegado o amanhecer. Mas Gulf se quer dormiu. Ele passou a noite acordado, acariciando sua barriga e contando com a ajuda de sua mãe para conseguir contar ao seu alfa.
O ômega sabia que seu filhote ainda não poderia ouvir, mesmo assim conversava com o próprio ventre.

Por outro lado, Mew sentia uma alegria em seu peito misturada com tristeza e saudades. Ele não sabia o por que daquela pequena alegria nascer ali, mas sabia que aquilo lhe dava mais esperança de convencer seu pai a perdoa-lo e deixá-lo ficar com seu ômega.

Todos os dias Arthit atualizava Mew sobre a situação da casa, mentia dizendo que Gulf estava estável e que sua mãe fazia sempre o possível pra distraí-lo. E que ele sempre recebia a visita de Kao, oque não era mentira, mas o ômega nunca o recebia. O alfa, por sua vez, não sabia disso, o que o fazia imaginar que seu ômega poderia estar nos braços de outro, mas mesmo assim, lá no fundo, ele tinha algo que o fazia ter esperança, algo que começou a surgir semanas atrás.

(...)

- Então mamãe, você conseguiu algo do papai?- O ômega agora estava sentado na cama, enquanto sua mãe escovava o seus cabelos.

- Ainda não, mas agora iremos descer para o café e você não pode deixar seu pai saber, não agora. Eu amo o Arthit, mas se ele souber dessa gravidez, vai querer interrompê-la. - As últimas palavras de sua mãe fizeram Kanawut levar suas mãos até a barriga.

- Não, mãe, não podemos deixar ele fazer isso.

- Eu sei. - Disse a mulher parando o que fazia e virando o ômega pra si. - Por isso você vai ter que esperar pelo menos três meses, meu pequeno, mamãe vai te ajudar. Eu vou te ensinar técnicas pra esconder os feromônios do seu bebê e também os seus. Caso você não saiba, ômegas grávidos mudam o aroma quando estão durante a gestação, mas eu vou ajudar você. Preste bastante atenção.

Gulf assentiu, ouvindo tudo que sua mãe lhe falava.

Depois de algumas semanas almoçando, jantando e tomando café da manhã no quarto, Gulf estava pronto pra sair e por em prática o que sua mãe lhe ensinou, qualquer erro poderia ser fatal.

Ao chegar na sala de jantar, seus pais estavam almoçando, Gulf se aproximou e se juntou a eles.

- Então você resolveu sair.

- Sim, papai. Eu não posso parar minha vida por sua causa. - Gulf se  concentrou naquelas palavras, liberando feromônios de decepção, assim camuflando os do filhote que carregava.

- Hum... Pare de ser dramático.

- Por favor, os dois! Depois de quase um mês, podemos ter um almoço em família em paz? - Falou Li, enquanto cortava seu bife.

- Em família? Que piada, eu tenho certeza que falta alguém. - O ômega ironizou, fazendo seu pai se enfurecer e acabar  sem perceber os feromônios mudados de seu filho.

Durante três meses foi assim, Gulf toda vez que estava próximo de seu pai, o estressava, fazendo assim ele não reparar nas mudanças. Claro que sua mãe lhe deu alguns protetores nasais. Ele conseguia respirar mas o propósito era não permitir que ele inalasse todo aquele aroma furioso de alfa, que até entrava porém em pouca quantidade.

(...)

Li voltava do quarto de Gulf e se deitou ao lado do seu marido, a quem ela achava estar dormindo.

- Como ele está? - Perguntou o alfa.

- Está bem, ainda um pouco melancólico por sentir falta do Mew, já fazem três meses, não é?

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