Prólogo

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      Ali, ouvindo alguém arfar e sentir prazer enquanto ele era nada mais que uma passagem para isso, que seria descartada minutos após. Seu corpo sendo empurrado constantemente contra a cama, contra a parede, contra seus corpos, ou qualquer objeto que estivesse a disponibilidade da fantasia do mesmo.
      Ele estava se acostumando com isso. Na maioria das vezes era obrigado a fazê-lo pelo fato de ter que pagar suas despesas. Mas dessa vez era diferente. Ali não havia nenhum dinheiro a mesa, não havia recompensas. Ele estava há horas aguentando todo aquele vazio que estava sentindo, se culpando por deixar ele entrar na sua vida e querendo morrer naquele mesmo momento.
      Ele não tinha controle sobre seu corpo. A perseverança em tocar no mesmo ponto de prazer diversas vezes. Seu corpo correspondia àquelas ações de idas e vindas mesmo ele não querendo. Ele o pedia para parar, o empurrando. Gritava para ele parar. Pedia diversas vezes mas aquilo não era o que ele queria. Ele não iria parar e isso era definitivo de sua personalidade — querer e conseguir —.

      — Você diz que está odiando, me pedindo para parar. Mas não é isso que você realmente quer, não é mesmo? — Ele deu um sorriso ladino, apertando ainda mais a cintura dele — Olha o quanto você está contraindo por dentro. — Ele dizia sarcasticamente indo cada vez mais forte.

      Mesmo ele indo cada vez mais fundo dentro dele, sendo bruto ou calmo, fazendo o que bem entendia, perguntando se ele estava gostando — ele definitivamente não estava. Não se sentia a favor de tais circunstâncias —. Suas mãos doíam de tanto apertar os lençóis daquela cama, perfurando-os com as unhas. O cabelo sendo puxado, ele apenas gemia de dor, não era de prazer. Ele a tal ponto, depois de tantas horas, tantas posições já feitas, sem seu consentimento, não conseguia mais se manter estável. O vazio que a tanto tempo implorava-o por deixar se consumir finalmente teve voz, e sem ao menos perceber ele já estava aos braços daquela única pessoa que havia percebido sua dor e lhe salvado. Havia amado sua dor e seus defeitos, suas lágrimas, seus medos, suas escolhas, sendo estas certas ou erradas.

A Arte De Saber (Romance Homoerótico)Onde histórias criam vida. Descubra agora