QUINTA PARTE

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Quando meu celular toca, eu enfio a mão dentro de minha bolsa e puxo o bendito. Olho no visor e um sorriso monstruoso surge em meus lábios. É ele, meu querido e amado irmãozinho.

— Omma disse que você queria falar comigo, Hyun. Aconteceu alguma coisa? — Sua voz é calma, nem mesmo um tipo de preocupação escapa dela.

Eu opto por rir. Ele está tão tranquilo, que sequer se importa em falar comigo. Ele traiu minha confiança e ainda transmite a paz de buda.

— Aconteceu que eu vou caçar você no inferno, Yoongi! — Meu tom de voz se altera. — Foi bom comer meu namorado, não foi seu filho da puta?

A ligação fica em silêncio, mas eu sei que ele ainda me escuta.

— Hyun, por favo-

Eu o corto de imediato, sentindo minhas bochechas pegarem fogo pelo ódio que sinto dele.

— Por favor, é o caralho! Nele eu não bati, mas em você, eu vou encher a sua cara de porrada seu bosta! — Aperto as minhas mãos em punho. — Saia de onde você estiver, e volte para Seul.

— No momento eu não posso, Hyun. Você sabe que eu não posso. — Ele grita do outro lado da linha.

— Eu quero que você se foda! Se você não sair do inferno onde estiver enfiado, eu vou até ai, e trago você pelas orelhas. Comer é bom, mas, assumir o que você fez, você passa né? Se você não voltar até o final do dia, eu vou atrás de você e eu garanto que não vai gostar da minha visita.

— Hyun, porra! — Ele grita do outro lado.

— Você pisou na bola comigo, Yoongi. Eu sou a porra da sua irmã! Confio em você desde que eramos pequenos. Eu fiz de tudo por você, TUDO! Pra receber isso nas minhas costas. — Os meus dentes rangem. — Mas acredite, se eu experimentar o inferno, você também vai irmãozinho. E estamos avisados, até mais tarde.

Eu desligo o telefone e o coloco sobre a mesa.

Volto a me sentar na cadeira e apoio as minhas mãos no colo. Eu perdi, mas ele também vai perder. Tudo que fazemos para os outros, volta em dobro para nós. E eu sou o karma que meu irmão tanto precisa.

Skip time; 22:30pm

A primeira coisa que eu ouço é a voz de Yoongi. Junghwa é quem atende a porta. Eu o chamei para ficar comigo, porque obviamente posso acabar fazendo besteira e dadas as consequências, eu não queria ser presa por matar meu irmão.

O copo de plástico é esmagado pelas minhas mãos e a passos sorrateiros eu saio da cozinha. Yoongi coloca as malas no canto da porta e se vira, quando ele me encara, ele para.

Jimin não estava mais ali quando cheguei. Todas as suas coisas haviam sido retiradas, incluindo suas roupas de meu closet. E só Deus sabe como doeu ficar sozinha novamente. Só Deus sabe como doeu sentir a ausência de alguém que prometeu ficar pelo resto de nossas vidas.

Vejo ele engolir em seco e respirar fundo.

— Eu posso explicar, me permita explicar. — Ele pede.

Junghwa se afasta, enfia as mãos nos bolsos e vem em minha direção. Ele se senta no sofá e fica em silêncio.

— Agora você quer explicar? — Riu em escárnio. — Poupe suas palavras.

— Nós não queríamos! Nós dois não queríamos, mas aconteceu. — Hwa ri e nega com a cabeça. Eu respiro fundo e passo minhas mãos sobre meu rosto. — Sabe aquele dia que você precisou viajar a trabalho?

Love and Forgiveness ©Onde histórias criam vida. Descubra agora