Capítulo 1°

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-"Janice!"-Uma voz esganiçada, velha e aterradora gritou.

Janice acordou sobresaltada. Era apenas um pesadelo. A sua respiração era ofegante. Ela podia sentir o sangue a fluir novamente para seus pulmões em cada lufada de ar urbano.

Janice olhou em volta, mas não enxergou ninguém. Ela ficou confusa. Quem será que omitiu esse grito aterrador? Depois ouvi-o outra vez.

-"Jaaaaaaaaanice!"-A voz estava agora clara. Era a sua amiga, Liv.

-"Oof! É apenas a Liv!" Ela ficou muito mais descansada durante alguns segundos.

-"Espera... é a Liv! Ela me vem buscar! Ela deve vir com a Kayla."

O descanso virou pânico quando reparou que estava atrasada. Levantou-se e olhou para o relógio: 7:40h. Apressada, vestiu-se e com as calças a meio das pernas dirigiu-se para as escadas. Mas tropeçou em seus próprios pés, e desceu as escadas a rebolar bruscamente, fazendo um barulho estrondoso por toda a casa. Quando aterrou de barriga para baixo, esticou o pescoço para ver as horas no relógio de ponteiros que se encontrava na parede, e soltou um suspiro penoso quando viu que eram 7:05h.

-"Aff. Para a próxima tenho que checar duas vezes o relógio antes de vir correndo."

Levantou-se, e foi a cambalear para a porta e a vestir as calças ao mesmo tempo.

Janice esticou o braço para rodar a maçaneta, mas retirou-o como se se arrependesse, num movimento brusco, e pôs a mão no queixo com um ar pensativo enquanto a outra mão impedia as calças de descerem.

-"Espera! Se são 7:05h, o que fazem elas tão cedo na minha porta?"

Esticou novamente o braço e rodou a maçaneta metálica e fria sem muito esforço. Puxou a porta para revelar as suas melhores amigas segurando um cachorro ainda em fase de infante. Um pequeno e magro Golden retriever. Tinha o pelo espesso e muito sujo. Ele tremia nas mãos de Liv. Janice ficou petrificada com o estado do pobre cachorro.

-"Janice? Bom dia! Alô? Acorda!"- Liv acordou Janice da sua "tempestade" de pensamentos.

-"Como assim, "Bom dia"?! O que é isto? O que fizeram ao cachorro?!"- Dizia Janice, resignada. Ela retirou o cão das mãos de Liv rapidamente e segurou-o como se fosse um filho, protegendo-lhe o focinho com suas mãos, que eram maior que a sua cabeça de cachorro. Enquanto isso o cachorro gania e omitia barulhos penosos.

-"Temos de o levar ao veterinário! Desgraçado..."- Janice passeava de trás para a frente ofegando os sons ganidos pelo cachorro.

-"É por isso que viemos. Porque tu és a única que pode ficar com ele."-Explicou Kimberly.

Janice deu uma segunda olhada para o cachorro, e com muita pena disse:

-"Não. Não posso."-As palavras custavam-lhe a sair da boca.

-"Mas tu tens quintal... eu até ficava com ele, mas não tenho quintal. E a mãe da Kimberly é alérgica."-Disse Liv.

Janice ficou a pensar, a olhar para o cachorro durante algum tempo e respondeu:

-"Não. Não não, e não! Vamos levá-lo ao veterinário, e depois ao centro de adopção."

E ela abraçando o cachorro sujo, sussurrou:

-"Desculpa, pequenote..."

Janice foi buscar a sua mala, e enrolou o cão numa manta.

Kimberly e Liv iam olhando constantemente para o animal inocente. Ele tinha adormecido nos braços de Janice, e parecia confortável lá.

The Ghost BeneathOnde histórias criam vida. Descubra agora