Após levar um tiro que quase lhe custou a vida, Rafael conseguiu recuperar as aulas perdidas e com a ajuda dos amigos e professores finalizou o semestre na faculdade. Posteriormente a esse episódio ele e Jhenny ficaram cada vez mais próximos, fosse pelo fato dela ter salvo a sua vida abraçando-lhe e levando o segundo tiro que teria sido fatal, ou por ela ser incrivelmente parecida com sua irmã falecida, ambos desenvolveram um sentimento indescritível de amizade e cumplicidade.
Quando Rafael apresentou Jhenny para sua família e em especial para sua mãe, ele tinha o objetivo de fazê-la sentir-se mais perto de sua irmã, da mesma forma que ele se sentia quando Jhenny estava por perto. Clarisse nunca superou a perda da filha, passou a sofrer com depressão e por vezes ter delírios pensando estar vendo-a, até que para a surpresa de todos, ela decidiu abrir o quarto intocado de Clara que permanecia exatamente como era desde o dia que a menina se foi.
Clarisse nunca permitiu que as coisas fossem retiradas do lugar, objetos, roupas, tudo que pertencia a Clara permanecia da mesma forma, seu cheiro ainda parecia estar presente e o quarto era aberto apenas para limpeza e troca das roupas de cama.
- Mãe? - Rafael entrou no quarto e viu a mãe segurando um porta-retratos com a foto da irmã. - Bateu saudade?
- Sempre! - Ela respondeu com lágrimas nos olhos, mas de forma serena.
Rafael se surpreendeu com a calma da mãe, e entrou no quarto também sentindo o coração apertado, enquanto mexia em algumas coisas.
- Lembro de quando ela me fazia dormir aqui, quando tinha pesadelos. - Ele disse sorrindo.
Clarisse olhou para ele, abraçada ao porta-retratos.
- Filho, quando você viu ela durante o coma, ela estava bem? Parecia feliz?
- Sorridente como sempre, a voz doce e o jeitinho meigo de falar, o rosto corado e os cabelos compridos como eram antes do câncer.
- Sabe, eu andei pensando...
- Em que mãe? - Rafael perguntou curioso.
- Esse quarto... Jhenny tem vindo com frequência aqui, ela pode ocupar ele quando vier, e você pode dar para ela tudo que era da Clara, se ela quiser.
- O que?
Rafael olhava para a mãe sem crer no que estava ouvindo, ela nunca havia permitido que ninguém mexesse no quarto.
- Tem certeza?
- Sim, absoluta! Vai ser bom ter esse quarto ocupado, e percebi que você e Jhenny tem uma ligação muito forte. Assim, sempre que ela quiser vir terá o próprio quarto!
Rafael observou a mãe por um tempo ainda incrédulo, ele olhou ao redor por um tempo e se emocionou, porém estava preocupado sem ter certeza se sua mãe estava em sã consciência ou tendo um de seus delírios, mas ela parecia perfeitamente tranquila.
- Vou falar com ela!
Ele se apressou em ligar para Jhenny.
- Oi Rafinha! - Jhenny atendeu animada com a ligação.
- Oi gatinha! Como você está?
- Bem e você?
- Também, você está em casa?
- Sim, esperando o Cris, ele disse que vinha me buscar, já deve estar chegando. Por que?
- Queria que você viesse aqui em casa, vocês vão sair?
- Não combinamos nada, eu ia pra casa dele. Vou pedir pra gente passar aí, mas aconteceu alguma coisa?
- Sim, algo estranho, mas nada de ruim.
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O destino dita as regras II - Dois corações
RomanceO destino dita as regras II - Dois corações , é o segundo livro da série, O destino dita as regras. Quando o passado de Rafael se torna presente, ele terá que escolher entre ouvir o coração e a razão. Jhenny e Cristiano já superaram diversos ob...