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e vamos pra mais uma :)) caso queiram, também tá disponível no sp1r1t.

música para ouvir, caso queira: ekki múkk, sigur rós. 


...

Dois meses depois o sol de inverno inundou o quarto de Bella. Ela estava em absoluto silêncio, braços estirados ao lado do corpo e olhos fechados, a fim de se proteger de uma ameaça distante da qual fazia de tudo para se esquecer. Piscou os olhos e, antes que pudesse se lembrar por que os cílios estavam endurecidas e salgadas, se viu tomada pela dor.

Dobrou-se sobre si mesma, puxou os joelhos até o peito e pressionou os punhos à boca.

Embora de olhos estreitamente cerrados, imagens perturbadoras jorraram na sua cabeça: O corpo morto de Jacob, não quente como antes, mas frio como um cadáver, e Edward em sua frente, com os lábios cheio de sangue e os olhos carmim. Era o medo que permeava seus pensamentos quando terminou seu relacionamento.

Ainda totalmente tomada pelas memórias e pela rotina, começou a tatear à procura de Edward, mas os dedos só encontraram a curva vazia deixada no lugar onde ele costumava velar seu sono. Mesmo amando-o como nunca amou ninguém, ele não poderia ter feito o que fez no último ano, deixa-la sozinha sem explicações, e pior, ter uma visita de Alice na sua casa para avisar que ele estava a beira do suicídio era pior.

Ao contrário do que a irmã Cullen pediu, ela não foi até a Itália, ela não era tão estúpida, ela não iria até Edward feito um cachorrinho perdido após ele deixa-la de qualquer jeito, se ele quisesse se matar dentro do mundo vampiro, que o fizesse, a sua consciência estava limpa, foi a escolha dele ir embora, e ela não iria abrir mão de tudo.

E a teoria de Bella, sobre Edward estava fazendo chantagem, foi totalmente confirmada quando ele chegou sem nenhum arranhão no novo semestre. O sorriso de dentes perfeitos estavam lá, com o topete brilhante cor de mel, ele não olhava para Bella, como se ela nem existisse. Bella poderia deixar isso de mão, mas ela gostaria de ter tudo resolvido, então convidou Edward para conversarem, e foi caótico o suficiente para ela ver que não poderia haver uma segunda chance.

Ela sabia que precisava entrar no chuveiro. Mas seria bem mais fácil continuar enrolada no edredom, como tinha feito no dia anterior, só se levantando depois do almoço, sonolenta e desorientada, mas ela não queria sua professora enchendo seus ouvidos novamente. Respirou profundamente e fez força para sair de baixo das cobertas.

No caminho para o banheiro, passou os olhos pelo seu quarto e se deteve por um momento à frente da porta. Todas as memórias de Edward ainda a torturava.

Ela colocara a cama perto da janela para poder acordar e enxergar o céu. Um casaco de pele de ovelha que pertencera ao seu antigo parceiro estava em um cabide. Era um modelo original com uma gola desengonçada dos anos setenta, e ela se lembrou de Edward embrulhado naquele casaco durante todo o inverno, como um hippie perdido, como se ele sentisse frio. Ao mesmo tempo que lhe causava saudade, ela também sentia um pouco de irritação, aquele casaco também era utilizada pela menor Cullen quando ela estava usando apenas um collant por debaixo dele para ir até a sala espelhada. Ela realmente não gostava de Alice.

Ao lado da cama, uma escrivaninha de pinho entulhada de coisas: um velho aparelho de som desligado e empoeirado, três caixas de papelão entupidas de CDs, um par de botas de montanhismo sem cadarços, um monte de papéis e dois potes cheios de canetas. As paredes do quarto não tinham as fotos e quadros que adornavam os quartos anteriores. Bella não mostrara interesse algum em decorá-las, na verdade, era como se nunca tivesse tido intenção de se mudar para aquele lugar e de ficar ali para sempre. Mesmo com o término de Edward, sua mãe tendo estabilidade em Jacksonville, morar com Charlie era bom, ele era silencioso, como ela, e gostava de assistir jogos de baseball, como ela.

Black SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora