Notas:
Obrigada por todas ameaças de morte, finalmente voltei! 😍 Aproveitem o capítulo, eu apaguei e reescrevi várias vezes. Ainda acho que está ruim! Vocês que pediram!
Katsuki Bakugou queria ser padre.
Ele também detestava boa parte da humanidade.
É verdade que as longas horas ajoelhado em frente a um crucifixo não eram nada agradáveis. Mas ali, no mosteiro afastado da cidade, o farfalhar das velhas árvores e o som da queda d'água traziam paz. Para ele, isso não tinha preço.
Tantos eram os trabalhos manuais que músculos e mais músculos foram se formando. Ao lado dos outros meninos quase esqueléticos, sua forma corporal chamava atenção. Embora seguisse o jejum recomendado, inevitavelmente arrancava suspiros das garotas que frequentavam a capela.
— Acho que elas vêm só para te ver, irmão. — Camie disse sarcasticamente. Ela também não se enquadrava na imagem perfeita de freira, pois além do olhar malicioso, seus cabelos loiros teimavam em sair do véu.
Além disso, Bakugou tinha certeza que ela ameaçava os que atrasavam o dízimo.
— Ser bonito não é pecado, irmã. — ele ergueu uma sobrancelha. Qualquer outra pessoa se sentiria intimidada por aqueles olhos vermelhos, mas Camie preguiçosamente abanou as mãos em frente ao rosto, fingindo apagar aquela imagem da sua mente.
— Falta de humildade é. Não se esqueça de confessar tamanha transgressão ao padre.
— Você prefere que eu minta? Não se esqueça de confessar tamanha transgressão ao padre.
Quando conversavam daquele jeito, Bakugou se perguntava se a relação que eles tinham podia ser chamada de amizade. Por favor, não pense que ele perdia tempo ponderando se existia alguém neste mundo que ele pudesse chamar de amigo, não, não, ele absolutamente não fazia isso.
É que, nos últimos meses, havia algo que ele se recusava a confessar ao padre.
Aquilo ocupava sua mente dia e noite, deixando-o tão nervoso ao ponto de perder sua clássica expressão de raiva. Na verdade, todos no internato comentavam como o assustador Bakugou Katsuki andava mais calmo.
Calmo por fora, turbilhando de emoções por dentro. Incapaz de se irritar facilmente, pois estava constantemente indeciso sobre o que sentir.
Perdido em pensamentos, mal viu quando Camie se afastou para voltar aos seus deveres. Droga, mais uma vez não conseguiu comentar com alguém sobre o que lhe perturbava.
A sensação de impotência o fazia lembrar do primeiro dia ajudando nas tarefas manuais do mosteiro.
Dentre todas as incumbências, a menos disputada era a de transferir correspondências entre o portão de entrada e a casa principal, onde as cartas eram separadas e mandadas aos seus respectivos donos.
Cartas chegavam diariamente, e o caminho até o portão não era curto, uma vez que havia um bosque de pinheiros isolando-os do caos urbano.
Portanto, muitos se espantaram quando Katsuki rapidamente aceitou a tarefa. Em vez de ir pela estrada, o garoto preferia escalar um morro e usá-lo como atalho. Seus pés gritavam por trégua, mas a vista lá de cima fazia tudo valer a pena.
Ah, se for para ver o Sol nascer daqui, não me importo de fazer isso todos os dias.
Ele só não esperava que fosse ficar tão curioso com o conteúdo das cartas.
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O loiro (estressado) do banheiro
HumorBakugou gostava de estar morto. Assustar adolescentes perebentos, vejamos, era uma das suas atividades favoritas quando estava vivo. Assim que descobriu que aquele seria seu destino após a morte, não ficou tão decepcionado. "Loira do banheiro, loi...