Um pequeno surto mental - Joui

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  "EU ME ODEIO" eu sou a pior pessoa do mundo eu não consigo nem salvar a pessoa mais importante pra mim, e olha só! Em vez de resolver eu fico surtando igual um fracassado. Quer dizer eu estou fazendo isso na verdade nesse momento estou no box do banheiro de um pub esmurrando a parede, chorando e me perguntando porque eu faço isso ENQUANTO faço isso, chega a ser ridículo. Eu noto a parede que já está com algumas machinhas pequenas de sangue, as juntas dos meus dedos estão começando a doer e sangrar.

  Um último soco na parede alto e forte abre mais algumas feridas na minha mão esquerda, que eu faço questão de pressionar com mais força enquanto vejo um pouco de sangue escorrer, tiro a mão dá parede e me jogo de costa em cima do vaso sanitário fechado, ofegante pelo esforço é ... socar uma parede doí.

  Olho pro teto uma única lâmpada amarela fraca, quase psicodélica me faz companhia nos meus pensamentos. A música agitada do lugar começa lentamente a penetrar a minha mente e apenas fico lá parado escutando e me perdendo em pensamentos. Quando finalmente para me retirando do meu transe momentâneo "eu preciso sair daqui né" devaneio na minha mente mas eu não quero levantar não quero encarar meus problemas quero ficar aqui e esquecer que o mundo lá fora existe.

  Fico mais alguns instantes assim e finalmente solto um longo suspiro e vou me levantando devagar, coloco a mão no trinco me preparando para voltar ao mundo real depois desse pequeno surto mental, abro ela segurando e empurrando rápido meio apressado para ir embora.

  Acho que foi o maior susto daminha vida, definitivamente não estava preparado pra isso. Assim que eu abro a porta dou de cara com uma pessoa tirando a camiseta, eu olhei para ele e parecia ser uma cara elegante, quando ele tirou a camisa da visão ele olha pro espelho surpreso com os olhos abertos como se não me esperasse ali, "Saí daí" raciocino e empurro um pouco a porta para frente para sair.

- Desculpa... – falo meio que por formalidade, eu dou um passo, mas meu olhar caí mais à frente.

  As costas dele largas e com os músculos bem marcados principalmente nos ombros. Na verdade esses detalhes desaparecem quando eu noto o desenho bem ali entre os ombros uma tatuagem de um símbolo estranho cheio de detalhes, o que me pegou foram pequenas runas ao redor do desenho que pareciam estar escrevendo algo, algumas me chamavam mais atenção do que outras. Mas era estranho quer dizer nele caiu muito bem na verdade parecia que o desenho conversava com os músculos e a pele, mas aquela visão me causava uma sensação estranha.

  Eu consigo me desconectar da cena penetrante e coloco meus olhos no espelho meu olhar liga com o daquele cara, o que me dá mais visão do seu rosto olhos azuis claros tipo o céu profundos e distantes, mas ao mesmo tempo muito presentes.

  Ele pisca o olho direito pra mim, o que me faz assustar e dar uma leve afastada, o que foi isso? eu me viro meio confuso e saio rápido dali, abro a porta e aquela música de antes meio baixa agora alta e irritante entra nos meus ouvidos, eu vou tentando passar pelas pessoas pedindo com licença, com algum esforço eu saio de lá.

  A rua ai a rua como me fez falta ar de verdade eu respiro fundo de novo e volto a andar, apenas alguns minutos andando e eu já começo a perceber o frio, minhas mãos começam a gelar e doer por causa dos machucados coloco elas dentro do bolso do moletom para tentar esquentar, começo a andar mais rápido era melhor eu me apressar se não quisesse tomar bronca dá Ivete quando chegasse em casa.

  Eu virei a esquina e já conseguia ver a mão na cintura, cabelo grisalho e olhar de mãe um pouco intimidador, de longe eu já vejo a chinela em sua mão, vou me aproximando devagar até chegar no portão ela só me seguia com o olhar o que me dava ainda mais medo eu pulei o portão porque tinha esquecido a chave e ela cruzou os braços e cerrou o olhar.

Ivete: Passa! – eu a olhei apontando a chinela pra porta me dano apenas a opção de passar ao seu lado, eu dei um passo na escada e tive a visão daquele cabeludo com um cigarro na mão, sentado no chão apenas apreciando a situação, eu fui subindo a escadinha, quando cheguei no terceiro degrau – RÁPIDO! – não questionei só saí correndo.

  Quando cheguei na porta do quarto já estava sem ar. Entrei e tirei meu tênis me sentei do lado da cama, eu olhei para as minhas mãos vermelhas e geladas "você não aprende mesmo né Joui" falo pra mim mesmo eu pego meu celular e fico com ele um pouco. São 11:10 eu saí eu acho que eram 9:30, não julgo a Ivete de ficado pistola pelo menos escapei de uma chinelada ha ha.

  Eu fico um tempo no quarto olhando a minha vida passar eu fico umas 2 horas deitado na cama revezando entre o teto e me atualizar dos memes no grupo, quando consequentemente minha barriga começava a ter fome.

  Abro a porta e vou indo na direção dá cozinha, eu começo a me lembrar de que amanhã tem academia e eu duvido que vou conseguir dormir essa noite, talvez se eu comer bastante eu pelo menos tenha energia.

  Abri a porta dá cozinha a cena que me aparece é engraçada. Em uma mesa pequena quadrada na frente dá janela, estava um gamer barbudo de 31 anos com fone verde neon concentrado em algo na tela, como ele conseguia ficar acordado tanto tempo só jogando essas coisas? Eu decido chegar mais perto para ver o que está vendo e percebo a tela do seu computador desligada ele não estava jogando estava olhando algo na frente da tela chego um pouco mais perto e vejo uma foto aquela foto daquele símbolo.

  Eu bato o olho na foto e quase instantaneamente, minha memória volta para aquele banheiro eu vejo e relaciono algumas runas na foto e nas costas dele idênticas mas em posições diferentes e como um flash eu penso um pouco na possibilidade.

  Não, não faz sentido como ele poderia saber? Os doutores trabalhavam sozinhos e além disso nada garante que não sejam runas quaisquer que se acha na internet e também o símbolo nas costas dele era maior e muito mais complexo "definitivamente não tinha ligação", tento colocar na minha mente afinal qual era realmente a chance?

- Você sabe que não foi culpa sua né Joui? – ele me tira da minha teoria maluca, ele diz isso para tentar me acalmar mas ele é orgulhoso demais para admitir que tá n mesma linha.

- Eu sei Kaiser – digo puxando uma cadeira e me sentando com as mãos na mesa – Quer comer algo? – ele dá de ombros com aquele jeito dele de nada me abala.

  Isso quer dizer sim na língua do Kaiser, me levanto e vou para os armários deve ter macarrão instantâneo aqui.

- O senhor veríssimo disse que você e uma outra agente vão para uma missão em breve talvez daqui uns dois dias – ele me diz essa notícia enquanto pego as panelas para cozinhar.

- Sabe qual agente? – tomara que ele tenha essa informação não aguento mais entrar em missões com pessoas que eu nunca vi na minha vida, coloco a água para ferver.

- Ele não disse, mas disse que era a maior agente de infiltração dá ordem – infiltração? vai ser no mínimo interessante isso.

- Sabe sobre o que é a missão? – pergunto na esperança de ter essa informação eu sei que nunca tem mas não custa nada perguntar.

- ele disse que sua colega vai te explicar lá – É nada menos que o esperado, a água ferveu coloco o macarrão para cozinhar.

  Faço um positivo com a cabeça o macarrão termina de cozinhar eu coloco o temperinho e espero um pouco, será que a gente vai ter entrar em algum lugar? Muito provavelmente. Eu tiroo macarrão dá panela e coloco em dois pratos e entrego um pro Kaiser. Eu definitivamentenão durmo essa noite, pelo menos tenho uma boa companhia.

Os dois Lados de uma manipulaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora