IV Capítulo- A chegada a Ciclópia

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Lá iam a caminho de Ítaca, pelo mar fora, vencendo vento e vento através de onda e onda.

De súbito começaram a notar que o navio estava a ser arrastado por uma estranha corrente submarina que os ia levando para onde eles não queriam ir. E de tal maneira que se caso obrigassem o navio a seguir a direção que pretendiam, este corria o risco de virar.

Então Ulisses decidiu:

- Não vale a pena resistirmos agora. Deixemo-nos ir nesta corrente, e quando ela abrandar retomaremos o rumo de Ítaca.
Assim fizeram. Mas a corrente não abrandava nunca.
Aumentava
aumentava
aumentava...
Já iam longe de tudo, mesmo de encontro ao desconhecido. Começaram a avistar terra: era uma ilha onde o navio calmamente aportou. Aí já a corrente misteriosa se abrandara. Ulisses olhou em volta e de repente deu um grande grito:
-Ai, meus amigos, onde nós viemos parar!
-Onde foi? Onde foi?- penrguntaram os marinheiros, aflitos.
-Olhem, viemos parar à Ciclópia, às ilhas da Ciclópia. Mas esperem, que... se não me engano, tivemos uma sorte espantosa!
-Uma sorte espantosa?!- admiraram-se os marinheiros.
-Sim.- explicou Ulisses.- Aqui é realmente o arquipélago da Ciclópia. Tudo neste lugar é gigantesco, é ciclópico: os animais, as plantas, as perdas... Os seus habitantes são os ciclópes, espécie de gigantes com um só olho no meio da testa, e que são devoradores de homens...
- Devoradores de homens?!- gritaram os marinheiros, espavoridos.
-Sim, mas acalmem-se, porque esta é a única ilha desabitada. Já aqui passei uma vez ao largo e sei isso muito bem.

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