Capítulo 08

173 11 5
                                    

Enquanto olhava da sacada de meu quarto o céu estrelado. Sentia uma certa alegria dançante no peito. Não era como ver as estrelas, como todas as noites fazia. Era melhor que isso!
Algo me dizia, que minha vida teria um rumo diferente e feliz. Talvez fosse apenas impressão. Mas nem tudo poderia ser impossível dali em diante. Minha intuição apesar de rala, dificilmente falhava. Disso eu tinha certeza.

♕♕♕♕

Enquanto isso no Reino Inimigo...

- Pai, o que pretendes fazer com este seu plano?

- Deixe de ser tosco, Joseph. Você sabe exatamente o que prentendo fazer. Vingança é a única coisa em que consigo pensar. E eu me vingarei de todo aquele reino maldito, que arruinou com as nossas vidas. Principalmente daquela maldita Família Real. Os farei sentir as mesmas dores, que nós até hoje sentimos pela perda de sua mãe. - falou meu pai, com a ira nos olhos.

- Mas pai, não acha que tudo o que fizemos durante esses anos já não seja o suficiente? - disse a meu pai tentando convecê-lo a desistir de seu plano, que para mim, era nada mais, nada menos que um grande exagero. Mas teimoso como ele só deseja ser, nunca me ouviria. E o pior, nunca desistiria de seu plano mirabolante.

- Cale- se, moleque. Você não sabe o que está dizendo. Nem parece com o meu filho de antes. Se acha que meu plano seja uma ideia maluca, pois bem, o convido a se retirar de minha sala imediatamente. Porém, sabendo, que nunca, e por hipótese alguma desistirei de alcançar os meus objetivos. Se não deseja estar ao meu lado, enquanto o fizer, então não fique! Não é obrigado a me apoiar nesta decisão, que já está certa.

- Mas, pai... - tentei dizer-lhe algo, contudo fui impedido de continuar meu raciocínio.

- Sem mas, Joseph. Meu plano será arquitetado para a semana que vem. E nem você e nem ninguém serão capazes de me impedir.

Em um certo momento eu concordaria fielmente as ideias malucas de meu pai, pois pensar em tudo o que suportamos com a perda precoce de minha mãe, e de todos os desgastes que ela nos trouxe, principalmente a meu pai, que a amava incondicionalmente, e que havia perdido o grande amor de sua vida, como eu. Acredito, que mesmo, convivendo com a dor, que ainda existia, aquela cede de vingança ao Reino inimigo era extremamente desnecessária. Tá certo, que ainda era difícil aceitar, mas uma hora ou outra deveríamos passar para frente e conviver com o nosso novo modo de vida. Sem falar, que até hoje ainda não houve descobertas reais de tudo o que aconteceu na noite em que minha mãe foi encontrada morta. Pode realmente ter acontecido, como dizem os boatos. Que foi uma morte arranjada pela família Real, da qual Rei Augustus faz parte. Mas e se o que ele diz for o certo? E se ele for de fato inocente, como afirma? E se foi algo, que não podemos descobrir? Estaríamos nós cometendo injustiças?

Meu julgamento requer um pouco mais de estudos. E eu hei de descobrir o que de fato aconteceu.

Enquanto meu pai continuava o seu discurso, eu havia me perdido em meu devaneio, que a cada dia se tornava mais frequente.
A última palavra que pensei que ouvi, foi: - Saia, Joseph. Preciso ficar sozinho! - E obediente, ouvi ao seu chamado e virei nos calcanhares para longe do escritório de meu pai e indo de encontro ao meu quarto.

Naquele momento me senti ligado no automático, apenas segui o meu percurso, abrindo a porta e indo em direção a sacada de meu quarto. Eu não costumava fazer isso com tanta frequência, mas naquele momento, é como se houvesse um magnetismo que me puxasse praquela direção, e assim obedeci.

As estrelas aquele dia, estavam mais brilhantes e bem mais dançantes. Era como se houvessem milhares de centenas de vagalumes espalhados em todo o céu. Que dançavam ao som do luar.
Era uma dança divina, ou melhor, esplêndida.

A Herdeira RealOnde histórias criam vida. Descubra agora