Capítulo 03

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- Alteza, seus pais a esperam na sala de jantar.

- Já irei Madalena, obrigada por avisar.

- De nada, alteza, estou aqui para lhe servir. - reverenciou-me e saiu porta a fora.

- Prontinho, Lise, seus cabelos estão divinos. - disse Olivia após pentear meus cabelos, e deixar cair como ondas em minha costa.

- Obrigada, Olivia - dei-lhe um abraço.

Sentia meu coração em frangalhos, eu não poderia ser feliz do jeito que eles queriam. Não se dependesse da escolha que seria obrigada a tomar.

- Não chore querida, irá estragar sua maquiagem, lembre-se, que seu povo necessita de seu Sim. Era verdade, mas não tinha motivos para sorrir, não no momento, quando o mundo todo caía aos meus pés.

- Tudo bem, você tem razão - enxuguei o rosto e saí para onde deveria estar - sala de jantar -.

Ao pôr os pés ali, todos os cavalheiros levantaram para receber-me com suas reverências exageradas e com seus grandes olhos esbugalhados.

Thomas olhava para mim com adoração, todos se sentaram, exceto ele, que me esperou aproximar. Beijou minha mão delicadamente e me pôs ao seu lado na mesa.

- Está deslumbrante, mileide.

- Obrigada, alteza. - corei ao ouvir seu elogio, não tinha manias de levar flertes de um cavalheiro, contudo, aquele era meu "quase" noivo, então devia achar normal, porém, mais uma vez não foi o suficiente para me fazer entender. Mesmo tendo achado seu comportamento de tamanha nobreza.

- Como estão os preparativos para o casamento de nossos pombinhos, digo, de nossos filhos? - disse o rei Clarck com a expressão endurecida, mesmo aquilo tendo soado como uma piada.

- Está ficando maravilhoso, rei Clarck, tudo em sua perfeita ordem, decoração, Buffet, utensílios, parte instrumental, espetáculo, a organização do reino, a ornamentação da igreja, todos estão animadíssimos, não é mesmo, Anelise? - falou minha mãe olhando para mim com um sorriso de orelha a orelha, onde tentei imita-la.

- Nã... Quer dizer, s-sim, mamãe, ani-ma-madissimos - mas vacilei na pronúncia das palavras, o que me deixou constrangida, pois isso só mostrava quanta insegurança soava de minha voz.

O olhar tenebroso de rei Clarke, me fez soar frio, sua expressão havia se tornada endurecida, tanto, que evitei olhares em sua direção.

Evitei olhar nos olhos, principalmente de meus pais, e do rapaz presente ao meu lado, apenas peguei meu garfo e enfiei na comida em meu prato, somente para fingir minha fome e desviar a atenção da plateia ao meu redor - era isso que estava parecendo -.

- Então, Augustus, conte-me como vão os negócios em seu reino?- disse o velho rabugento, puxando uma conversa, não tão agradável, em minha opinião.

- Está indo de vento em poupa, Clarck, sempre surpreendendo o mercado e até mesmo a mim. - falou meu pai.

O rei Clarke pela primeira vez naquele jantar, abriu o maior sorriso que pude presenciar, e pôs-se a puxar assunto sobre nossas riquezas.

Sabia que de algum modo, aquele homem não me enganava, de forma alguma. Ele era ambicioso e pouco se importava com a felicidade do filho, o que queria era apenas mais poder do que já possuía.

A Herdeira RealOnde histórias criam vida. Descubra agora