Sozinho em casa

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Apolo bocejou e se levantou de sua cama.

E como sempre, cantou enquanto andava pelo corredor do Olimpo:

- Bom dia, o sol nasceu lá na fazendinha, acorda o bezerro e a vaquinha...

Quando ele parou de cantar, ele estranhou que ninguém reclamou, ou brigou.

Chegando mais perto da geladeira, viu um post-it grudado escrito:

Fomos fazer compras, chegaremos tarde.

Apolo, deixou a raiva de lado, por não ter ido junto com eles fazer compras, e disse se olhando em um espelho:

- Até que enfim a sós.

Esse era o momento de raridade e de dessossego dos vizinhos.

Primeiro, uma música alta.

E não era qualquer uma...

- FALO QUE TÔ COM NOJO DA TUA CARA, E NÃO QUERO VER NEM DE GRAÇA, DIGO QUE NÃO VOLTO NEM A PAU, E QUE TU NÃO VALE UM REAL, MAS É SÓ TU LIGA PRA MIM QUE EU NÃO RESISTO...
Isso tudo acompanhado de uma dancinha nada exagerada (isso foi ironia).

Dona Cleide, deusa do chá de boldo, e Donatella sua BFF, deusa do chá Matte, olhavam Apolo da janela. Cleide com um olhar reprovador disse para Dona...Tella:

- Que pouca vergonha!

Donatella não respondeu, mas o seu olhar dizia silenciosamente para Apolo dançando algo parecido com seu chá: Mate.

Depois de muita dança e música alta, ele escutou um barulho...dois para falar a verdade, uma flatulência surgiu dele logo após o susto.

Ele deixou quieto, desligando a música alta, para a alegria dos ouvidos da Cleide e Donatella. Ou talvez do quarteirão inteiro.

Até que depois de ficar suado, de tanto dançar, decidiu:

- Vou um tomar banho.

Foi para o banheiro e trancou a porta, ficando confuso.

"Estou sozinho em casa, porque tranquei?" – pensou logo abrindo a porta.

E é no banho.

Que surge dentro dele uma versão antiga sua: filósofo.

Sócrates não chega aos pés dele.

Com a seguintes perguntas:

Porque halls preto é branco?

Porque roupa de bebê tem bolso?

Qual o sentido da vida?

Quando nós saímos do banho limpos, porque lavamos a toalha?

Algumas ideias também:

Imagina que louco seria encher esse box inteiro de água!

E paranoias:

A porta do banheiro está aberta, se um ladrão entrar aqui, eu vou virar um refém...pelado?!

Ele fechou os olhos para não cair shampoo em seus olhos, e começou a escutar passos no corredor.

E é aí que o desespero vem.

A cada segundo os passos aumentavam, e ele a qualquer custo tentava abrir os olhos. Quando percebeu que o suposto ladrão/assassino já estava no banheiro, gritou abrindo os olhos:

- Deixa eu pelo menos colocar minha roupa!

E a resposta veio:

- Beeeeeeeeeeeeeeee – tradução desse "Beeeee" de Apolônia: "eu consigo ter amnésia depois disso?"

Apolo suspira aliviado dizendo:

- Ah, é você, que bom.

- Beeeeeee. –"Porque tinha de ser justo eu?" perguntou indo embora.

Quando ele foi pegar a toalha...

Ela não estava lá.

- Aaaaaaaah minha toalhinha.

Apolônia voltou dizendo com uma toalha amarela escrito "Apolo" em dourado:

- Beeeeeeeeeeeee – "essa daqui?"

- Obrigado Apolônia. – disse tirando da boca da cabra.

- Beeeeeeeeeeee – " Se enrola nisso logo antes que eu surte"

Usando a toalha, ele disse a ela:

- Quem é a cabrinha mais bonitinha daqui?!

- "Porque me tratam como cachorro?"

- Quem é?!

- "Deixe eu adivinhar... eu."

- É você!

- "Quem é a mais anta daqui?! Quem é?! É você Apolo!"

O deus do sol foi para o seu quarto trocar de roupa, e Apolônia saiu do banheiro com seus " Beeeeee" traduzidos como reclamações por sempre acharem que ela é o animal de estimação da casa...sendo que ela é.

- BEEEEEEE – "SOU NADA!"

A dona da fanfic ficou quieta.

As crônicas do OlimpoOnde histórias criam vida. Descubra agora