God damn

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Sexta-feira, onze e cinquenta e dois da manhã.

Era exatamente a hora em que Changkyun acordará, sua cabeça doía pela ressaca recente e seu corpo quase nu, se não fosse a camisa cobrindo boa parte de seu tronco. Olhou para os lados, percebendo que ainda havia alguns homens e mulheres da noite passada dormindo no chão de seu quarto, sim, fizerá uma orgia em plena quinta-feira a noite. "Foda-se", era o que ele pensava.

Duas semanas atrás perdeu seu único emprego bom de verdade e desde então vive de 'bicos' por aí. Ele não ligava, contando que tivesse uma boa vodka e um cigarro barato no fim da semana. Entretanto, noite passada foi por pura diversão, Changkyun vivia por diversão.

Geralmente é o que as pessoas pensam quando se vê um cara com um braço totalmente tatuado, e várias outras tatuagens espalhadas pelo corpo, e um piercing na sobrancelha. Marginal.
Im ouvirá aquilo muitas vezes, não ligava de fato, entretanto muitas vezes pensava que fosse.

A questão é, Changkyun não tinha nenhuma família, nem mesmo um tio ou avó. Todos o abandonaram em um orfanato quando bebê e anos se passaram e ninguém, nem um casal quis adotá-lo. Mas tudo bem, Changkyun pensava assim.

Aos dezoito anos teve que se virar sozinho em um mundo totalmente desconhecido chegando muitas vezes a passar fome, sem faculdade, sem um lar, sem família. Changkyun estava perdido.

Encontrou algo nas ruas que o fez esquecer todos seus problemas.

Drogas.

No começo realmente, não tinha problema algum, mas Changkyun se tornou dependente daquilo, usando todo o dinheiro deixado pelo orfanato para se reconstruir no mundo, nas drogas. Bebia sem se importar, fumava sem se importar.

Novamente, estava perdido.

Lee Jooheon, um cara que fazia ações sociais nas ruas, encontrou o Lim, e com todo o coração bom que tinha decidiu cuidar do mais novo. Por que? Simplesmente sentiu que devia.

E realmente fez.

Em alguns meses Changkyun nem parecia o mesmo, conseguirá um emprego e até ajudava Lee com as despesas de casa, drogas não era tão mais seu vício, ele usava sim, moderadamente. Estava tudo incrivelmente bem. Até encontrar outra coisa para se saciar.

Sexo.

Sua primeira transa foi horrível, ele não estava preparado e como todo virgem, gozou rápido demais, fazendo a garota desistir do ato. É claro que ele não resistiu e procurou outras pessoas, sua segunda vez foi com um garoto.
Dessa vez havia sido menos ruim, ele tinha medo de fazer errado novamente, mas ocorreu tudo bem e até teve outras rodadas.

Porém Changkyun não cansava, procurava a todo momento alguém em que pudesse foder ou ser fodido, ele não se importava, apenas queria sexo, sexo e mais sexo. Isso passou dos limites quando seu colega de quarto — Jooheon — presenciou o mesmo fodendo uma garota desconhecida em sua cama.

Sua cama, sua privacidade.

Tantos lugares e por que justamente ali? Os dois acabaram brigando, e por impulso Changkyun saiu da casa de Lee. Tinha dinheiro suficiente para bancar por uma casa alugada, e assim o fez.

E é onde está agora, aos vinte anos, desempregado, viciado em sexo, drogas e bebidas, outra vez, perdido.

Changkyun não queria ajuda, seu orgulho não deixaria que ninguém tomasse conta daquilo, eram seus problemas, ele lidaria com aquilo sozinho.

Após fazer sua rotina matinal acordou cada pessoa ali em sua casa, mandando-os embora e simples assim. Era dessa forma que sempre acabava. Não tinha porque enrolar se não havia nenhum sentimento. Ainda mais em uma orgia.

Duplacity • changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora