Parte Um

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Mingi's P.O.V. On

Deixei minha cabeça cair sobre a mesa, estava exausto. Tanto tempo estudando, tantas tentativas e todas falharam miseravelmente. Por que a vida era tão injusta comigo? A única pessoa que me amou teve de partir de maneira trágica. Mas não importa, eu conseguirei viver com ele, nem que seja a última coisa que eu faça.
Nenhum mago de respeito toparia me ajudar nessa jornada, nem mesmo eu sei se é o certo a se fazer, porém é a minha última esperança. Só preciso de um acerto, apenas um e conserto tudo isso. Não posso cometer um erro sequer, qualquer deslize e tudo vai por água abaixo; uma palavra errada e já era.
Estava perto de conseguir uma resposta, mas ainda faltava algo, já havia revirado todos os livros em minha biblioteca, lido e relido mais vezes do que posso contar. Minha última esperança é procurar nos grimórios intocados de minha família; nunca tive coragem de sequer abrí-los, diziam que meus antepassados não eram muito lúcidos, e escreviam coisas sem sentido, que não davam para compreender. Outros já especulavam que haviam feitiços que enlouqueceriam quem lesse o que estava ali escrito.
Mesmo assim, estava disposto a arriscar, se ficasse louco, só adiantaria o inevitável, e se não entendesse sequer uma palavra, teria perdido apenas tempo. Fui até o sótão, procurei pelas caixas mais antigas que haviam lá, embora eu nunca as tenha visto, foi fácil achá-las: eram as mais empoeiradas. As abri após usar um pouco mais de força do que normalmente seria necessário, e com cuidado peguei os livros que estavam ali; embora muito tempo tenha se passado, eles estavam bem conservados, claro que haviam alguns desgastes, mas mesmo assim, pareciam ser da época de meus pais.
Já com os livros em mãos, retornei para a sala onde fazia meus estudos. Com cuidado os posicionei um ao lado do outro na mesa, os abri lentamente, estava com um pouco de medo de saltar um bicho, ou algo do tipo, de dentro dele, e então iniciei mais uma jornada em busca da resposta. No primeiro livro, achei informações sobre poções, criaturas mágicas e como combate-las; informações valiosas, mas não eram relevantes no momento. Passei para o próximo livro, alguns feitiços anotados, experiências feitas na tentativa de criar novas opções, e mais relatos sobre criaturas mágicas.

Continuei analisando cada página dos grimórios, e o mais próximo que eu cheguei de ter uma dica foi uma página com "voltar no tempo?" no topo, porém haviam apenas fracassos. Essa parte em específico analisei diversas vezes, algumas partes estavam confusas, como se palavras estivessem faltando, e alguns números aleatórios espalhados. Talvez fossem o número da tentativa de viagem no tempo. Passei para o próximo livro, alguns feitiços anotados, experiências feitas na tentativa de criar novas opções, e mais relatos sobre criaturas mágicas.
Continuei analisando cada página dos grimórios, e o mais próximo que eu cheguei de ter uma dica foi uma página com "voltar no tempo?" no topo, porém haviam apenas fracassos. Essa parte em específico analisei diversas vezes, algumas partes estavam confusas, como se palavras estivessem faltando, e alguns números aleatórios espalhados. Talvez fossem o número da tentativa de viajar no tempo.

-Mas que droga! Nada me ajuda - Exclamei pela frustração; soltei um suspiro pesado, minha cabeça parecia que explodiria a qualquer momento.

Era a hora de encerrar por hoje, não chegaria a nenhuma resposta estando cansado. Fui até a cozinha, peguei um remédio para dor de cabeça, e o engoli com o auxílio de um pouco de água, então parti em direção ao meu quarto.
Deitei em minha cama, enquanto esperava o sono bater, comecei a lembrar de bons momentos que passei com ele. Ele não tinha culpa de nada, e por nada ele se foi, deixando apenas os sentimentos de saudade e solidão. Mas consegui resistir a tudo muito bem, mesmo com minha mente estando uma bagunça, e sentir uma dor que nunca se finda.

...
S

enti raios de sol batendo no meu rosto, que me fizeram acordar rapidamente.

- Esqueci das cortinas. - Reclamei pela claridade repentina, e então lembrei das pesquisas que havia feito. Durante meu sono, acabei tendo alguns "sonhos", eles se remetiam aos números anotados naquela página, e isso me faz pensar que eles não poderiam estar ali apenas por estar. Tinha uma razão para aquilo, talvez fosse uma dica para conseguir o resultado final perfeito, ou até mesmo a "fórmula" inteira!
Ao finalmente assimilar isso, corri de volta para minha sala de estudos, voltei ao último grimório visto no dia anterior, e analisei os números. Uma coisa que percebi foi que todos livros que peguei no sótão são da mesma pessoa, a caligrafia é exatamente a mesma, então precisarei procurar a resposta em todos eles. Agora entendi o porquê de algumas palavras aleatórias aparecerem totalmente fora de contexto em algumas páginas.
Após horas decifrando o texto inteiro, descobri que seria necessário desenvolver um dispositivo, como um relógio, mágico para poder voltar no tempo. Ele conteria um feitiço e ao voltar os ponteiros para traz poderia escolher para quando voltar.

— Meu antepassados são incríveis! Nunca duvidei deles! - Pronunciei com entusiasmo, a parte mais difícil seria montar o relógio, já que ele precisa de alguns materiais específicos, além de o encanto ser diretamente nos ponteiros, mas nada muito complicado. Seria uma jornada bem longa.

...

Depois de meses correndo atrás de tudo, tanto para o objeto quanto para o feitiço em si, enfim poderia atingir minha meta. Em breve poderia o ver novamente, e com ele meu mundo voltaria aos eixos, teria alegria de novo.

— Okay, vamos lá. Eu vou voltar para dois anos atrás, antes da tragédia acontecer. - Disse enquanto girava os ponteiros, dando uma volta em sentido anti horário completa como fora instruído. Logo, uma substância, como se fosse um pó, dourada saiu do relógio, começando a me rodear; depois disso, apaguei completamente.
Quando recobrei minha consciência, estava deitado em cima de uma toalha xadrez vermelha que cobria uma parte da grama. Haviam comidas e bebidas espelhadas pelo pedaço de tecido.

— Finalmente acordou! - Olhei em direção da voz, ao meu lado direito estava quem eu queria tanto ver novamente: Kang Yeosang.

Depois de anos tentando voltar, eu consegui!

Atemporal - ThreeShot (MinSang - ATEEZ)Onde histórias criam vida. Descubra agora