Atemporal - ThreeShot (MinSang - ATEEZ)

Parte Dois

Mingi's P.O.V. On

Abri meus olhos lentamente, mais uma vez a claridade do quarto me incomodava, ofuscando minha vista.

— Hm, você acordou! Achei que tinha começado a hibernar. - Ouvi a voz que tanto amava ressoando na direção da porta do quarto. - Bom dia, flor do dia!

— Oh, bom dia. - Respondi um pouco atônito, eu estava novamente com o Yeosang, eu tinha consigo cumprir meu objetivo e poderia consertar tudo.

— O café da manhã está pronto, vamos descer.

— Ok, já vou! - Vi ele saindo do cômodo, e então fui até o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Desci rumo às cozinha, encontrando Yeosang terminando de arrumar a mesa. Me sentei no lugar de costume, e logo fui acompanhado pelo Kang.
Haviam panquecas, frutas, pães; tudo o que comíamos antes das coisas saírem dos trilhos estava na mesa. Durante a refeição falávamos sobre diversos assuntos: o que estava em nossa agenda, pessoas que se mudaram recentemente para o bairro, nossos trabalhos e tudo o que nós era lícito. Apenas o fato de poder ouvir sua voz me tranquilizava, me fazia sentir uma paz que há tempos não sentia.
— Sabe, ultimamente tenho sentido falta dos meus pais, e tava pensando em ir visitá-los esse fim de semana. O que você acha? - Yeosang me perguntou, e respondi quase que automaticamente que concordava com a ideia, e então lembrei do que aconteceria nessa viagem.

— Bem, acho legal você ir visitar seus pais, mas seria melhor se planejar mais, não? Hoje já é quinta, ficaria meio corrido. - Respondi tentando evitar que tudo ocorresse de novo. Ele estava a caminho da casa de seus pais quando fora encurralado; o objetivo deles não era causar dor aos familiares, mas sim ódio em mim, já que os homens que fizeram o ataque trabalhavam para um dos magos que rejeitei como meu aliado, Vladmir. Haviam boatos de que uma guerra de iniciaria, e por isso estávamos formando alianças para estarmos prontos na pior das hipóteses. Todos viviam em harmonia, dentro de suas limitações, então se houvesse um combate entre nós, seria iniciado por alguém de fora; talvez um mestiço que fora rejeitado, vampiros, lobos, ou qualquer outra criatura mágica.
Na linha do tempo em que vivi nunca houve nenhuma batalha, todos aderiram o pensamento que o culpado era Vladmir, por ser o primeiro a fazer algum ataque, então o executaram e seguimos nossas vidas em paz.
Mas estava disposto a sacrificar essa calmaria pela vida do Yeosang, não me importava com mais nada se ele estivesse bem.

— É, você tem razão. Vai ser bem melhor se chegar lá com tudo  organizadinho, e vamos poder curtir mais o tempo juntos. - Respondeu Sang com um sorriso no rosto, provavelmente fazendo mil e um planos para quando for ver os pais.

...

O dia seguiu tranquilamente, fizemos nossas tarefas. O concelho havia convocado os magos mais notórios hoje, teríamos nossa reunião mensal entre-espécies.

— O que será que vai estar em pauta? - Yeosang perguntou enquanto dava o nó em minha gravata.

— Talvez sobre os rumores da nova guerra mágica, acho que nada muito produtivo. - Respondi indiferente, ja havia participado dessa reunião antes, então tinha um norte.

— Hm, você está certo. Espero que sejam apenas rumores, senão tudo vai estar perdido. Imagina se os centauros e as sereias decidem se aliar a alguém? - Soltou um riso pelo pensamento. - Prontinho! Nó dado. Você tem que aprender a fazer isso logo.

— Pra que se eu tenho você aqui? - Dei um leve selinho em sua lábios, e fomos até a porta, partindo para a sede do concelho.
Durante o percurso, ouvíamos música no rádio do carro, a cantoria e interpretações amadoras vindas de nós dois, se faziam presente, deixando um clima animado.

Até mesmo músicas tristes se tornavam divertidas quando estávamos juntos, as risadas sempre de faziam presentes entre nós, mesmo que tenhamos personalidades muito diferentes. Éramos como o yin yang, nos completávamos de forma indescritível: eu costumava fazer as coisas impulsivamente, enquanto ele preferia pensar com cautela; não era sempre que isso ocorria, como o caso de ver sua família, e isso só reforça a comparação para nossa relação.

Depois de alguns minutos chegamos em frente ao grande salão onde encontraríamos os maiores nomes do mundo mágico, se tudo desse certo, a guerra não ocorreria - mais uma vez -, ou pelo menos retardaria seu início.

Abrimos a porta, passando pelo enorme hall de entrada de tons claros, o que incomodava um pouco minha visão. Haviam vasos de flores em cima de alguns móveis perto das paredes que indicavam o caminho para a sala certa, era uma forma de ajudar os representantes de outras espécies a não se perderem.
Seguimos os arranjos, entrando na sala de reuniões; ela era projetada para receber a todos, tendo até mesmo uma entrada aquática. Já haviam alguns lobos, vampiros, sereianos, centauros, magos, e as mais variadas criaturas, mas ainda falavam algumas como as fadas e elfos.

— Eu sempre esqueço o quão diversificadas são as espécies feéricas. - Yeosang cochicha para mim. Ele havia entrado no conselho há pouco tempo, então estava na fase em que se impressionava com tudo dessa parte.

— Bem, um dia vira algo tão normal quanto ver uma folha de árvore. Isso é, se não sair antes disso. - Rimos baixinho, mantendo a discrição e continuamos conversando entre nós, sendo interrompidos em algumas horas pelos outros representantes, até o ancião chegar e dar início a reunião, fazendo com que o silêncio tome conta do cômodo.

— Como já devem ter ouvido, há boatos de que uma guerra de iniciará em breve. - Posso perceber a tensão em seu comporta após proferir tais palavras. - Por isso os chamei aqui hoje: vamos resolver essa questão o mais rápido possível. Não podemos deixar nossos povos aterrorizados por nada, sendo assim, vamos resolver qualquer desavença aqui, apenas dialogando. - Disse mais calmamente dessa vez. Se tinha alguém bom em resolver problemas sem o uso da forma bruta, ele era o atual ancião. Por mais que fosse o mais poderoso de nós, ele sabia que batalhas só causavam ruína e destruição; era um preço alto demais para acabar com uma ameaça.
Embora suas palavras tivessem sido ditas de forma amigável, nem todos era tão bons em perceber isso, e não tardaram para se manifestar.

— Então o senhor estar dizendo que algum de nós está com problemas, e por isso é o culpado? - Disse Gya, representante das fadas, indignada.

— Não exatamente, estou dizendo que nesse momento, mais do que nunca, precisamos confiar uns nos outros, e isso envolve nossas aflições também. Precisamos de uma relação forte entre nossos povos, se não todos cairemos. - Após essas palavras, outros começaram a se zangar. A noite seria longa e estressante.