Capítulo 12.

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Layla.

Gabriel marcou comigo de vim aqui em casa me buscar pra almoçar com a Dhio e ele, arrumei a bolsinha do Bernardo, hoje ele acordou enjoadinho e então eu não fui pra loja, avisei nas redes sociais que não abriria hoje e liguei pra Alexia avisando a folga, lá embaixo minha mãe conversava com alguém e certeza que era o Gabriel, peguei a bolsa, peguei o Bernardo e sai do quarto.

— Neide, avisa a Layla... — escuto minha mãe falando e chego no topo da escada.

— Não precisa, já tô descendo. — falo colocando a chupeta extra na bolsa. — Aí filho, gorfou a mamãe. — tiro ele do ombro. — Mãe pega ele aq... — olho pra sala e vejo quem eu menos esperava está aqui.

Gerson me olhava mas não demonstrava nenhuma reação assim como minha mãe e a Neide, ele olhava pra mim e pro Bernardo e eu não sabia como agir, eu sentia um frio e calor, não sabia se descia ou se voltava pro quarto, eu não tinha me preparado pra isso, não tinha.

— Filha, desce. — faço o que minha mãe pede, a Neide pega a bolsa e sai da sala junto da minha mãe, deixando só nós três ali.

— Me fala que não é o que eu tô pensando Layla. — ele fala com o olhar preso no Bernardo. — Ele é meu filho? — não falo nada apenas olho pra ele.

— Ele... — seguro as lágrimas que queria descer. — Ele...

— FALA LAYLA. — ele grita e o Bê se assusta e começa a chorar, fazendo ele andar pela sala como se tivesse perdido. — Porque você fez isso? — ele fala baixo e se aproxima olhando pro Bernardo. — Não chora neném. — ele tenta colocar a mão no Bernardo mais eu não deixo.

— Eu não fiz nada. — eu já chorava tentando acalmar meu filho.

— Fez, fez sim, tu me escondeu ele, me privou... — ele chega perto de mim.

— Você que fez isso. — ele olha pro Bernardo que agora tinha parado de chorar. — Eu te mandei um email contandi da gravidez, não assim que descobri, mas assim que eu soube o sexo, eu te mandei e você viu mas não me enviou uma resposta, você simplesmente ignorou a gente.

— Layla eu não fiz isso, eu não li email nenhum, aonde que eu ia vê um email teu falando que tá esperando um filho meu e eu ia te ignorar, abandonar você nessa sozinha Layla? Tu não me conhece?

—Você me bloqueou de tudo depois que viu o email, DE TUDO. — ele nega. — Eu achava que te conhecia, mas aí você se mostrou outra pessoa quando terminou comigo sem mais e nem menos pra voltar pra sua ex, você prometeu que nosso relacionamento não ia afetar na nossa amizade, mas nem isso você cumpriu, você acabou com TUDO. — ele me olha e nega várias vezes.

— Layla não é nada disso, eu fiz tudo aquilo pensando no teu bem. — ele tenta se aproximar mais eu me afasto. — A Greice que com certeza viu o...

— Vai colocar a culpa nela agora? — enxuga as lágrimas rindo de ironia. — Assume o que você fez.

— Não vou assumir um bagulho que não fiz. — ele insistia. — Eu não li email.

— Gerson, eu mandei PRO SEU email, onde só você tem acesso, não adianta jogar pra cima de alguém. — ele balança a cabeça. — Pior de tudo é que você soube que eu voltei e em nenhum momento sequer você perguntou dele, em nenhum momento você tentou reparar.

— Layla eu não fiz isso porque eu NÃO sabia dele. — ele já estava impaciente.

— Gerson vai embora.

— Eu não vou, Layla eu quero explicações, ele é meu filho eu quero...

— Não Gerson, ele não é teu filho. — ele me olha indignado. — Ele tem seu sangue, mas é MEU FILHO, só meu, porque filho da gente, a gente cria, acompanha a descoberta, a primeira consulta, primeira ultra, descoberta do sexo, chá de bebê, compras do neném, enxoval, montar quarto, nascimento... — eu enxugo as lágrimas que caiam. — E eu fiz isso tudo sozinha, sem VOCÊ, tive minha mãe, o Henrique e a Neide comigo eles foram incríveis.

— Layla...

— Mas nesse tempo todo você não procurou saber como eu estava.

— Eu quis deixar rolar no teu tempo. — ele me olha. — E me arrependo pra caralho por isso, eu esperava você me ligar, ou até uma mensagem, nem nas suas redes socias eu entrava pra não piorar a situação, pra não atiçar a vontade que eu tinha de ir atrás de você.

— Gerson, vai embora. — falo baixo e ele continua ali me olhando.

— Deixa, eu pegar meu filho. — ele se aproxina e segura nas mãozinhas do Bê. — Qual o nome dele?

— Me poupe do seu teatro, vai embora. — afasto o Bernardo dele.

— Layla não faz isso. — virei de costas pra ele. —  Eu sempre te pedi um moleque Layla. — ele tinha a voz trêmula e isso me enfraqueceu por um momento. — Porque que eu ia negar ele? Caralho, eu sempre quis ter um filho contigo.

— Graças a Deus eu não cai nesse papo de te dá um filho naquela época, o tombo ia ser bem maior. — viro olhando pra ele. — VAI EMBORA. — falo firme.

— Cara, é meu filho, você não pode fazer isso não, tu não pode me proibir de ser pai dele.

— VOCÊ NÃO É NADA DELE. — falo alto e meu filho se assusta voltando a chorar.

— VOCÊ SABE QUE SOU PÔ, EU SOU O PAI DELE, VOCÊ NÃO PODE NEGAR ISSO, ELE É MEU FILHO. — ele também grita, minha mãe e Neide aparecem na sala.

— O que quê tá acontecendo gente? — Gabriel entra e olha pra toda a situação. — Caralho. — ele sussura. — Gerson, mano, vem comigo. — ele puxa o Gerson pelo ombro.

— Eu não...

— Cara, olha teu filho irmão, tá assustado com essa confusão toda, não faz bem pra ele. — ele olhava pro Bernardo que chorava e nem a chupeta queria. — Vamo Gerson, por ele pô, pelo teu filho.

— Não é filho dele. — falo conseguindo dá a chupeta ao Bernardo que agora só resmungava.

— Layla. — Gabriel me repreende.

Gerson vem pra perto e tocar no Bernardo mais eu não deixo, ele então só olha recebendo o olhar atento do neném nele também.

— É o papai carinha. — Bernardo bate os braços agitados, me afasto dele indo pra perto da minha mãe.

Ele se despede da minha mãe e da Neide, olhando pro Bernardo que também olhava pra ele, ele sai com Gabriel, e eu desabo soltando todo o choro que estava prendendo, minha mãe e Neide me abraçam me dando total apoio, como sempre fizeram.


📍E aí? Tudo certo?
fogo no parquinho né kkkkkkk.
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beijinhos.



O tempo | GERSON SANTOS. Onde histórias criam vida. Descubra agora