A reconciliação

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"Certo dia o amor perguntou ao ódio:

Por que me odeias tanto?

E o ódio respondeu:

Porque um dia amei-te demais"

Seher chorava copiosamente na varanda. Seu coração estava dilacerado. Havia uma semana que Yaman só a tratava bem quando eles estavam próximos a alguém da mansão. Uma semana que ela dormia com Yusuf, que Yaman não falava uma única palavra quando eles estavam sozinhos. Uma semana vivendo um inferno. Uma semana, exatamente uma semana até ela descobrir que Yaman havia acreditado em um dossiê falso.

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Limpando as lágrimas com o dorso da mão ela se lembrou do momento em que Nedim entrou as pressas no escritório. Yaman não sabia, mas ela estava no quarto pegando uma blusa e acabou ouvindo a conversa. Com a voz aflita Nedim explicou que todo o dossiê não passava de uma armação. – Uma armação muito bem feita, Yaman. – disse Nedim. E aos berros Yaman pediu explicações. E foi neste momento que Seher ouviu quando Nedim disse que as fotos com Selim, as compras com o cartão, as joias e as cartas eram na verdade, falsas. Seher teve que tapar a boca com a mão quando Yaman gritou com Nedim. Ele o chamava de inútil e jurou que ele iria se arrepender por aquele erro. – Saia do meu escritório, saia. – berrava Yaman.

Ela ouviu um grito, seguido de um baque alto e um tilintar no chão. Yaman estava furioso. Ela sabia que ele havia caído em uma armadilha. Mas qual era essa armadilha? E por que o nome de Selim havia sido mencionado?

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Alguns segundos se passaram quando Seher finalmente saiu do quarto. No chão do escritório o jarro vermelho estava espalhado em diversos cacos. O que está acontecendo? – pensou.

Ela andava em direção a porta quando ouviu os passos de Yaman. Ele está voltando. Preciso me esconder. Ele não pode saber que eu estava aqui dentro, não pode. – balbuciou aflita enquanto corria na ponta dos pés de volta para o quarto.

Embora ela não pudesse vê-lo ela sabia que Yaman andava de um lado para o outro quando alguém bateu na porta. Era Cenger. – Entre. – disse Yaman. - Você estava certo, tudo era uma armadilha e eu caí. Eu destruí tudo Cenger. Tudo. Aos poucos Yaman foi falando sobre o dossiê e Seher segurava sua respiração a cada palavra dita por Yaman. Ela não podia acreditar no que ouvia. – Como você teve coragem de acreditar nessas mentiras? Como? Quem você pensa que eu sou? Quem? – pensou Seher que lutando contra seus sentimentos se esforçou em vão para não chorar.

Yaman havia contado todo o plano para Cenger quando ele o convidou para dar uma volta pelo quintal. – Acho melhor conversarmos em outro lugar, Senhor Yaman.

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Cenger fechava a porta do escritório quando se lembrou do momento em que Yusuf disse que sua tia estava em seu quarto pegando uma blusa. Tinha um tempo que ele havia pedido para que Yaman contasse a verdade para Seher. – Ela merece saber o que está acontecendo. – falou Cenger segundos antes de ser tocado do quarto. Mas Yaman não o ouviu.

– Seja forte, Senhora Seher, seja forte. – pensou Cenger antes de fechar a porta atrás de si.

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Aos prantos Seher se ajoelhou no chão. Yaman, seu porto seguro, o homem por quem ela havia se apaixonado, o homem em quem ela mais confiava, havia dilacerado seu coração.

– Por quê? Por quê? Ele disse que confiava em mim, ele disse. Disse que tudo seria diferente que deveríamos compartilhar tudo, que um ajudaria o outro, tantas promessas que ele me fez, tudo estava tão perfeito, eu estava feliz, ele estava feliz, eu sei, eu sinto... Tentando se levantar, ela apoiou a mão na estante do guarda-roupa, que rangeu em protesto. Ela estava desolada e cambaleando andou até seu antigo quarto e deitando-se na cama, adormeceu.

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⏰ Última atualização: Mar 07, 2021 ⏰

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