Capítulo 2

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Pov Joalin

Pegamos uma senhora fila para entrar nessa maldita boate, a música alta, pessoas bêbadas, catinga de fumaça. Vez ou outra um homem esbarrava em mim e derrubava bebida na minha roupa. O estresse tava subindo minha cabeça.

Já Savannah tava adorando, ela já tava até dançando e se infiltrando no meio das pessoas, no caminho ela ia sorrindo e dando investida em algumas mulheres que dava bandeira pra ela. Fiquei parada com as mãos no bolso de trás da calça jeans quando Savannah do nada tava beijando uma menina qualquer.

Revirei meus olhos encarando a cena.

— Oi lindinha... – Uma mulher chegou em mim já segurando na minha cintura. Eu tirei a mãozinha boba dela de perto do meu corpo.

— Não tô afim! – Falei e a mulher foi embora. Ao menos a maioria das mulheres são respeitosas e entendem que não é não.

Quando enfim Savannah desgrudou da boca daquela mulher, ela me puxou para um bar.

— Duas cervejas aí moço! – Savannah pediu a uma homem moreno alto. Aparentava ter uns 23 anos, charmoso.

— Não vendemos cerveja aqui, apenas bebida quente. – Ele respondeu com um sorriso.

— Duas dose de vodka então.

— É pra já!

O garoto pegou uma garrafa e encheu dois copinhos. Savannah pegou os dois copinhos e me entregou um, eu nem me recordo a última vez que bebi, acho que nunca. Eu só gosto de cerveja.

Virei o copinho para dentro e meus olhos lacrimejaram, eu comecei a tossir com o forte gosto do líquido, saiu queimando tudo por dentro.

Olhei para Savannah que se divertia com a situação.

— Outra? – Ela perguntou com um sorriso.

— Não, obrigada.

Savannah foi até o balcão novamente, vi ela virando outra dose e pagando ao moço.

Fiquei olhando ao redor da boate, era bem luxuoso. Tinha sofá vermelhos espalhados por alguns cantos, na maioria deles tinha pessoas se pegando e quase transando alí mesmo.

Vi muitas pessoas que aparentemente tinha uma boa condição financeira, alguns até mesmo senhores de idade com cara de empresários. A mulher desses babacas devem tá em casa cuidando dos filhos, e eles se divertindo em uma boate, olhando mulheres tirar a roupa.

Se minha mãe e meu pai sonhar que eu tô em uma boate de stripp eu nem sei o que eles fariam, se me mandava embora de casa, ou se comprava uma caixa de fogos de artifício, já que eles vivem me mandando se cuidar mais, e sair para baladas com pessoas da minha idade.

Minha mãe adora Savannah, sempre fica pedindo pra Savannah me levar para conhecer pessoas da minha idade. Como se eu precisasse sair de casa para pegar pessoas, eu peguei um garoto na faculdade não faz 5 meses.

Ele era extremamente sem graça, depois ficou correndo atrás de mim e eu fugindo como se ele fosse o diabo, o menino era um nerd chato, o beijo horrível, e já queria me apresentar prós pais dele. O próprio desesperado.

Acordei dos meus pensamentos quando uma única luz acendeu no palco, bem em cima de um cano de ferro ou sei lá que diabos é isso. É nesse negócio que a mulher vai dançar e tirar a roupa para as pessoas presentes.

— Estão preparados para essa apresentação? A mais aguardada da noite... ANY GABRIELLY! – Um homem falou no microfone.

— É ELA JOALIN! VAMOS MAIS PERTO... – Savannah já foi me puxando.

No meio daquele amontoado de pessoas eu acabei me perdendo de Savannah. A música alta foi ouvida eu olhei em direção ao palco mesmo com difícil. A mulher do vídeo que Savannah me mostrou apareceu no palco dessa vez com uma fantasia de coelhinha. Pronto, Savannah não vai nem dormir tendo pensamentos eróticos com essa moça.

Sai andando do meio daquele monte de gente, vi um sofá vago bem afastado, a música lá era bem mais baixa, eu fui quase correndo pra ele, meu eu interior de 74 anos agradeceu quando me sentei.

Daqui dava pra ver mais ou menos a apresentação, mas nem dei muita bola, não vi nada demais nessa mulher, bonita ela é, na verdade lindíssima, mas não faz muito meu estilo. Talvez eu seja realmente hétero.

Senti o lado do sofá afundar olhei rapidamente. Uma mulher aparentemente bem sucedida se sentou do meu lado.

— Parece entediada, minha dançarina não te agradou? – Ela falou próximo a meu ouvido.

Eu desci meus olhos no corpo dela, a mulher usava um vestido decotado bem justo ao corpo, ela tinha um copo na mão com uma bebida que ouso dizer ser whisky.

— Só estou acompanhando minha amiga. – Falei e olhei para minhas vestimentas e para as dela, fiquei com vergonha. 

A mulher foi se aproximou disfarçadamente, e eu fui afastando sempre que o corpo dela tava colado ao meu, até que cheguei no braço do sofá e não tinha mais pra onde afastar.

— É a dona do lugar? – Tentei puxar algum assunto.

— Sou sim, gostou?

— Festa não é muito a minha praia.

Me assustei quando senti uma mão dela na minha coxa, ela se aproximou e mordeu minha orelha.

— E mulheres é sua praia?

Arregalei meus olhos pra ela e me levantei.

— Eu... eu acho melhor eu ir. T...Tchau.

Sai quase correndo de perto daquela mulher, passei minha mão secando uma gota de suor que ia descendo. O que diabos foi isso?

— Joalin tá aqui você! – Coloquei a mão no meu coração com o susto, mas relaxei quando percebi que era Savannah quem segurou no meu braço.

Olhei para o palco ele tava escuro, já deve ter acabado a dança da moça.

— Podemos ir embora? – Falei no ouvido dela.

— Agora sim. Tô vendo estrelas, hoje eu com certeza vou sonhar com essa mulher.

Savannah falou e saiu me puxando.

Quando enfim saímos daquele lugar meus ouvidos agradeceram, que barulho do inferno. Entramos no carro e Savannah deu partida.

— Ela não é demais? Que espetáculo de ser humano.

— Savannah supera, tu nunca vai pegar uma mulher dessas. – Puxei o cinto de segurança e travei.

— Precisa me magoar assim Joalin? Essas coisas dói sabia? Eu sei que não tenho chances, mas eu tenho dois olhos e aprecio as coisas boas da vida.

Ela foi o caminho para minha casa cantando e usando o voltante de bateria. Queria ter só a metade da alegria e ousadia de Savannah.

Proposta Para Um Dominador | Versão JoalinaOnde histórias criam vida. Descubra agora