CAPITULO 5

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Acordei no quarto da dahyun, acho que dormi lá, acho que todas as coisas que fazem parte desse asilo fazem parte de mim também, por exemplo, ontem eu não consegui pegar no cartão que mina me deu, passou pelas minhas mãos, como se eu fosse invisível, bem, eu sou tecnicamente um fantasma.

Não sei quando adormeci, planejei ficar a noite toda lendo o diário que eu e a dahyun escrevemos, nós costumávamos dizer que nao eramos apenas 2 amigas que se amavam, nós estávamos conectadas, então escrevíamos um diário juntas, porque escreveríamos 1 diário cada, se estávamos sempre juntas?

Estes últimos dias eu não faço nada, só fico deitada na cama, porque as minhas memórias estão voltando. Mas já que eu estou livre, tenho que dar um passeio pelo asilo, me lembrar dos tempos bons.

Decidi dar uma olhada no quarto da dahyun, encontrei roupas minhas debaixo da cama dela e restos de comida, lembro que nós passávamos 47% do nosso dia pedindo para dividirmos o quarto, mas o diretor não deixava, e falava que cada criança tem direito a um quarto do seu. E passávamos os outros 53% do dia brincando no jardim, e de noite eu fugia para o quarto da dahyun, e contávamos histórias de terror uma para a outra.

Passei por vários lugares, pela cantina, pela sala de música, até que acabei me lembrando de mais coisas.

Essa sensação, a sensação de estar lembrando, é a melhor coisa que podia estar acontecendo nesse momento.

Lembrei que o diretor confiava muito na gente, então ele nos dava tarefas, ele sabia que eramos as únicas que íamos fazer aquilo sem brigar. Nao que o asilo fosse desunido, nós éramos muito unidos mas, eu e a dahyun eramos uma ajuda enorme para essa união, sem a gente, não ia ser o mesmo.

Nós nos amávamos. E ainda nos amamos.

Fui a rua apanhar um ar, o sol na minha cara, o ar fresco, eu me sentia humana.

Olhei para a casa da dahyun e foi aí que eu percebi

" a minha melhor amiga, ela está ali, mesmo na minha frente e eu não posso fazer nada, e se ela não me amar mais? E se ela estiver brava?"

De repente vejo uma mulher saindo daquela casa, um vestido longo e branco, cabelos longos e escuros, eu sabia que aquela era a dahyun.

Eu conseguia escutar ela falando no telefone.

— Por favor mina volte aqui com as suas amigas vem ver o asilo por favor ela tem que estar aqui eu vi! - disse dahyun colocando a roupa pra secar

— porque ela está assim tão iludida, os fantasmas não existem, ela que supere- disse sana revirando os olhos

— para de ser insensível sana - disse momo, logo depois olhando para a mina - será que ela é esquizofrênica?

— Calem a boca meninas - disse mina tapando o microfone do celular

— senhora kim, não está na hora de parar de se isolar da sociedade sair dessa casa velha e superar tudo? Seria muito bom para si! Sei que é difícil então pode ficar no nosso apartamento enquanto na arranja trabalho na cidade, não precisa pagar renda, só precisa fazer aquelas comidinhas boas - mina ri

— meninas eu agradeço o convite mas eu tenho uma conexão muito forte com o asilo mesmo, se me afasto é como se ficasse um vazio em mim, mesmo estando perto do asilo também me sinto vazia, falta a chaeyoung aqui ao pé de mim - disse dahyun, dava para ver que ela estava prestes a chorar

Mina olha para as meninas, que fazem um sinal de afirmação

— hoje temos uma agenda muito cheia, se acabar se sentindo pior ligue para a gente, a gente vai para aí o mais rápido possível- disse mina

— muito obrigada meninas mesmo - disse dahyun muito animada.

Room 13 - michaeng Onde histórias criam vida. Descubra agora