CAPÍTULO 3 _ A loca do jambeiro

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Ainda eufórica e vermelha de raiva Jane anda pela calçada olhando o pessoal da varanda e mordendo o lábio com um olhar mais ameaçador do quê o do velho indigente.

_ Essa sua família é bem louca - comenta Ítalo tentando não olhar para trás.

_ Ah que ódio - gruni Jane.

_ Tudo bem Jane? - pergunta Caio olhando para a marca da mão de seu avô na bochecha da amiga.

_ Melhor eu não falar nada senão volto lá e mando ele pra baixo da terra invés de para o hospital.

Já passando pela rua dos jambeiros Caio e Ítalo começam a ficar assustados pelo fato de quê Jane estava calada à 3 minutos sem dar um piu, só com aquele sorriso de quem está querendo fazer maldade.

_ Jane sinto muito pelo tabefe que meu avô lhe deu - diz Caio.

_ Claro pode pegar _ fala Jane com os olhos vesgos.

_ O quê? - pergunta Ítalo.

_ Ei, chamando da terra para marte. Alguém? - diz Caio preocupado.

Ítalo começa a balançar Jane perguntando "O que você tem?" e uma voz sem ser da amiga responde "Amor". Eles procuram de onde veio a voz e uma sapatilha de plástico cai do jambeiro acima deles.

_ Têm alguém aí? - pergunta Caio olhando para a parte interna do jambeiro que estava todo escuro.

_ Sou um fantasma que veio do além para levá-los - responde a voz.

_ Ei Caio olha só - fala Ítalo sussurrando.

_ Aí minha nossa. Socorro, tem um monstro aqui - grita Ítalo sendo dramático e com um desespero bem real.

_ Hahahahaha _ fala a voz agora parecendo de mulher - Calma gente, eu estava brincando.

_ Estava na cara, apesar de quê fantasmas não usam sapatilhas - comenta Caio sendo irônico.

Uma mulher desce do jambeiro vestida de enfermeira carregado uma perna decepada na mão.

_ Oi - diz ela.

_ Toma sua sapatilha - fala Ítalo entregando o calçado.

_ Essa é uma fantasia ou você é enfermeira de verdade? _ pergunta Caio de olho na perna decepada.

_ Sim, estou vindo de uma festa la2no cemitério.

_ Karaka que legal - diz Ítalo.

_ Ei antes de eu me esquecer, o que você disse sobre a Jane? - pergunta Caio virando Jane ainda com os olhos vesgos.

_ Eu falei que é amor. Ela deve estar pensando em algum garoto.

_ Impossível. A Jane é tipo uma Antboys - fala Ítalo com firmeza.

_ Tá, mais pode ajudar ela? - pergunta Caio.

Sem responder a mulher anda até Jane e pega algo em sua bolsa sem que os meninos olhassem. Ela abre a boca de Jame e coloca um dedo decepado lá dentro. Apavorada a garota cospi fora e limpa a língua na manga da blusa.

_ Eca que nojo, porque fez isso? - pergunta Jane babando.

_ De nada - fala a mulher passando uma faca de mentira no próprio pescoço.

_ Eu hein, maluca.

_ Posso ajudar em mais alguma coisa? - pergunta a mulher caçando algo dentro da bolsa.

_ Sabe algum lugar assombrado para se passar o Ano Novo? - pergunta Caio.

_ Têm o Hospício Greck que foi abandonado _ fala a mulher tentando revirar os olhos.

Pasmos com as atitudes da mulher os amigos inventam uma desculpa e saem correndo em disparada para o condomínio onde Ítalo mora.

_ Será que dá pra parar de correr! Minha asma está atacando - fala Ítalo bufando.

_ Ficou louco Caio? - pergunta Jane empurrando ele.

_ Só achei que como ela é maluca então ela seria ótima para indicar um ótimo lugar.

_ Pensando por este lado - fala Ítalo usando a bombinha.

_ Ela meteu um dedo na minha boca, aquela desnortiada.

_ No que você estava pensando Jane? - pergunta Ítalo curioso.

_ Nada não seus intrometidos.

Macabre Experiences in the HospiceOnde histórias criam vida. Descubra agora