Love Is Right There [Larry Stylinson]

36 - Mas nós não estamos bem

Passado uma hora, eu e o Niall já estávamos em frente a porta de entrada... Eu realmente não sei como eu iria fazer agora para encarar o Harry ainda mais quando eu e ele iríamos estar a dividir o mesmo quarto. Honestamente também não tinha fome alguma.

"Olha Lou, vai descansar um pouco " Niall diz e eu acinto. "Descansa e depois vocês falam com mais calma"

"Tens razão... Eu preciso descansar... Mas não sei se consigo falar com o Harry nem com mais calma"

"Então apenas descansa" ele sorri.

Entramos dentro de casa e a minha mãe pedia as gêmeas para porem o som da televisão mais baixo.

"Então Louis o que vais querer que eu faça para o jantar?" A minha mãe pergunta.

"Honestamente, não tenho grande fome mãe..." eu suspiro.

"A viagem também foi longa... Eu deixo-te algo feito" ela sorri. "Vão lá descansar"

Eu subo as escadas depois de dar um beijo na face da minha mãe e vou em direção ao meu quarto vendo Harry já deitado na cama ressonando levemente.

Eu estava com dúvidas se deveria ou não deitar-me do seu lado, mas decidi que deveria visto que não me iria deitar no chão.

Então eu atirei os meus vans para o chão e deitei-me do seu lado deixando um pequenino espaço entre nós os dois. Pouco depois Harry completamente sonolento vira-se para o meu lado agarrando-se a minha cintura, pensei em afasta-lo mas ele estava tão sereno e parecia tão confortável e feliz que eu não tive coragem.

Passado pouco tempo eu acabei também por adormecer e só acordei quando senti Harry a se levantar da cama, então eu ergui a cabeça olhando para ele ainda com os olhos semicerrados.

"Podes voltar a dormir... Eu não te queria acordar" ele diz num sussurro e agora reparo que os seus olhos estão inchados e deve ser por ter estado a chorar.

"Onde vais ?" Eu pergunto ignorando o que ele havia dito.

"Vou a casa de banho... Tomar um banho" ele diz e eu acinto.

Ele procura na sua mala roupas e eu continuo a observa-lo atentamente.

"Eu nunca te quis magoar" ele diz olhando para mim e depois vai até a casa de banho fechando a porta atrás de si sem me dar tempo de lhe responder.

Eu também nunca o quis magoar... Eu sei que ambos estamos errados na história mesmo que seja em diferentes pontos, e mesmo sabendo que também estou errado e que o magooei não deixa de ser aterrador o facto de que ele poderia ter-me procurado ou contactado ao longo destes anos todos e não o fez e isso sim magoa-me.

Se ao fim deste tempo todo e mesmo depois quando me reencontrou ele mesmo disse que desperdiça-mos tempo, mas eu no fundo acabei por não desperdiçar tanto quanto ele... Porque no fim daquele ano letivo ele foi embora, então eu desperdicei uns meses e ele uma porrada de anos.

Havia forma de nós nos ter-mos encontrado mais cedo, mas ele não quis. E agora eu pergunto-me como é que ao fim de todos estes anos, de ele saber aquilo por que passei ele não teve a minima vontade de se chegar a frente para falar...

Tudo bem, eu fui o primeiro a errar e ele estava magoado... Mas magoado ao ponto de deixar passar em frente tanto ano ? E se Eve não tivesse aparecido na minha vida ? E se nunca nos tivéssemos reencontrado por sua causa ? Passaram 9 anos, quantos mais anos passariam ? Ficaríamos eternamente separados ?

A minha cabeça neste momento tem um turbilhão de pensamentos e nenhum deles me parece querer ajudar a entender o Harry.

Virei-me mais do que uma vez na cama tentando voltar a dormir quando Harry saiu da casa de banho.

"Louis..." ele chama e eu olho o mesmo. "Eu tive a pensar e se calhar eu devia ir passar esta noite e a próxima num hotel..." ele encara o chão. "Já falei com o Liam e ele vem comigo."

"Olha Harry e o que eu vou dizer para a minha mãe ?" Eu questiono e ele agora olha-me. "Não vais para hotel nenhum, não quero ver a cara de decepção da minha mãe..."

"Mas nós não estamos bem" ele diz e eu vejo lágrimas a formarem-se em seus olhos novamente.

"Iremos ficar" eu murmuro.

"Louis... Tu tens de me entender" ele diz deixando as lágrimas cair. "Ser deixado por ti foi a pior porcaria que me aconteceu... Eu fiquei muito mal, mal mesmo... Eu passei um tempo sem comer, porque por mais fome que eu tivesse a comida simplesmente não passava... Eu estive mesmo mal"

"E achas que eu estava melhor ?" Eu questiono. "Enquanto que tu já te estavas a curar, eu ainda estava a tentar processar toda a merda que tinha feito, todas as decisões erradas que tinha tomado. Desisti do que mais queria porque já não fazia sentido, não te tinha mais lá na bancada a minha espera no fim de cada jogo e quando eu marcava o golo já não ouvia mais o teu grito de emoção, então simplesmente não tinha mais um propósito... Eu passei 9 anos a idealizar como tudo poderia ter sido e eu sei que eu disse que estavas a fazer-me perder tempo de treino mas na verdade, eu só estava assustado da maneira como a cada dia que passava eu te amava mais e mais, eu estava fodidamente assustado e achei que talvez terminar me faria sentir menos, mas fez-me sentir mais... Muito mais e tu bloqueaste-me em todo o lado, eu nunca pode te contactar e eu não te julgo por teres tirado o teu tempo para fazer o luto de nós os dois, mas 9 anos ? Sem uma chamada, mensagem, uma tentativa de reaproximação, qualquer coisa... Enquanto que eu sofria por não saber o que podíamos ter sido, tu estavas a rir com a minha irmã da minha desgraça." Eu digo abanando a cabeça enquanto que me forçava a não chorar. "Porque é que nunca te tentaste aproximar ?" Eu questiono.

"Eu tentei" ele diz num sussurro mas ainda assim eu ouço.

"Como assim, tentaste?" Eu pergunto em descrença.

"Bem, lembraste quando tu recebeste uma proposta para ir a Londres fazer uma entrevista para entrares na equipa de futebol ? Bem... Fui eu que pedi por tudo para te chamarem, mas tu simplesmente recusaste o convite e pediste para nunca mais te incomodarem. Lembraste quando foste a Londres para uma festa de máscaras e ficaste a conversar por horas com um rapaz ? Era eu. Lembraste quando houve um evento aqui na cidade super importante e tu estiveste lá a vender umas coisinhas feitas por ti, estavas tão triste porque não estava a vender e de repente apareceu uma mulher e comprou tudo ? Na verdade fui eu que comprei..." ele suspira. "Eu podia continuar aqui a enumerar imensas das coisas que fiz para me tentar aproximar de ti, mas acho que já percebeste que não me limitei a ficar parado."

"Tu fizeste isso tudo?" Eu pergunto baixinho começando a chorar.

"Sim... E nunca me ri de ti, saber que a cada dia que passava ficavas pior dava cabo de mim, eu sentia-me mal... Eu queria largar tudo para ficar contigo, mas também tinha medo que já não me quisesses então fui fazendo pequenas investidas aqui e ali... Mas não pareceram resultar muito..." ele diz um pouco triste. "Eu amo-te Louis, para mim tu és tudo aquilo que mais importa e não quero pensar em outro alguém junto a mim para além de ti... Por isso eu nunca te magoaria intencionalmente."

"Eu também te amo muito" eu digo chorando saltando para o seu colo.

Os nossos lábios unem-se misturando o sabor salgado das nossas lágrimas. As minhas mãos estavam nos seus pequenos cachos e as suas estavam na minha bunda apertando um pouco a mesma.

"Nunca. Mais. Quero. Ficar. Longe. De. Ti." Ele diz em meio de beijos.