capítulo único

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Já era próximo ao fim da tarde daquele dia tão esperado pelo casal.

Apesar das duas garotas terem planejado tudo para aquela noite, ainda assim, quanto mais o sol dormia, mais os corações batiam de ansiedade.

Acampar numa floresta em dupla pode parecer assustador, mas não para Tainá e Milenna. Para o casal místico, era a noite de lua cheia, o momento perfeito para o transbordamento de suas almas.

Sob o brilho do luar, os resultados de todas as intenções e manifestações de suas essências apresentam-se como as águas cristalinas do riacho ali perto. Seria o poder da lua cheia que revelaria o máximo de qualquer situação que seus íntimos quisessem criar.

Mesmo que nem tudo no decorrer daquele dia tivesse sido perfeito, o fato de estarem juntas já estava valendo a pena todo e qualquer estresse. Enquanto o astro maior se punha, ambas se conectavam à natureza ao redor, e agradeciam por aquele momento encantador.

Quando a noite chegou, a barraca já estava montada.

Perdida em pensamentos bobos, a bruxa ansiosa imaginou que, se objetos falassem, a barraca diria que não estava preparada psicologicamente para o que testemunharia, em primeira mão, naquela madrugada. Os lençóis, talvez, estivessem tão impacientes e inquietos para sentir o tal contato físico. Já os travesseiros... bom, eles, provavelmente, estariam com receio, em dúvida de como seriam usados por elas.

Acordou de seus delírios por um som de algum animal na mata, e caiu em si, que é tolo demais, e até há uma pontada de covardia, colocar seus sentimentos em seres inanimados, mas não podia conter-se, sua mente fragilizada lhe testava, seu corpo inteiro lhe desafiava, e suas emoções afloraram.

Toda a energia da natureza parecia fundir a si e explodiria.

Não sentia medo, queria mesmo explodir eclodindo um novo big bang, porque era ali que almejava criar um mundo só para si.

No qual haveria, a sua garota, a lua, as fadas e as flores.

A sua garota. As duas repetiam em pensamentos enquanto se olhavam no fundo dos olhos. Dizem que os olhos são a janela da alma e se uma pudesse ver o que tinha na alma da outra ali, naquele exato momento, veria entrega. Não é que não houvesse medos, receios e ansiedades, mas é que a vontade de se entregar uma a outra era muito maior do que qualquer problema que pudesse existir lá fora.

Sim, lá foram. É que a noite parecia se fechar em volta das duas como se nada mais importasse, e quer saber? Não, não importava mesmo.

Ainda olhando uma nos olhos da outra, elas podiam enxergar mais que os seus próprios reflexos, elas podiam ver um pouco de paz nesse mundo caótico, afinal, é pra isso que se apaixonar serve. Suas mãos, mesmo tão diferentes, se encontravam uma na outra. A mão de Milenna inclusive deslizava fácil das mãos de Tainá até o seu corpo, que implorava por hora para receber muito mais do que só as energias vindas da garota. Milenna olhava para Tainá como se estivesse olhando para a própria deusa, e ela não estava errada. A outra, por sua vez, mordia os lábios e cerrava os olhos de vez em quando pra saber se tudo isso era mesmo real. Mas era.

Tainá se encostou em algumas almofadas logo atrás dela, apesar da cara de marra, se desarmou todinha ali. Milenna veio por cima, com cuidado, afinal, a outra era muito menor que ela, mas isso não as impediam de se encaixarem da melhor forma possível. Começando a beijar o seu pescoço e descendo dando pequenos chupões entre seus peitos, fazia enquanto dava aquela olhada discreta para cima para ver se Tainá a olhava, mas por sua vez dessa vez seus olhos não se encontraram, a menina estava de olhos fechados e um pouco ofegante, porém suas mãos iam no cabelo de Milenna, segurando quase que violentamente, puxando-a para cima e para o lado, de forma que agora ela pudesse estar em cima.

A baixinha sentou em cima da sua garota e riu, apesar de estar amando tudo aquilo, ela ainda gostaria de ter o controle de alguma coisa, já que tudo mais estava saindo fora do seu planejado, porém, muito melhor. 

Tainá segurou as duas mãos de Milenna acima da cabeça dela e rebolando lentamente em cima dela, soltou suas mãos para tirar a camisa dela, enquanto as mãos rápidas de Milenna já estavam tirando sua calça e procurava o botão do short da outra garota. 

De alma e corpo nus e abertos, elas se encaram e num sorriso entre dentes se perguntavam se estavam prontas. 

Sim, elas estavam prontas desde sempre, mas é que transar, todo mundo transa, e ali elas só queriam se sentir pertencendo, mesmo que ninguém seja de ninguém.

As garotas se abraçaram e se deram um beijo, que foi interrompido por uma risada frouxa de Milenna, porém, ainda calada, mas pedindo com todo o brilho nos seus olhos que Tainá descesse um pouco, ou muito, ou apenas o suficiente para fazer com que ela experimentasse o que de melhor ela poderia dar ali,

naquele momento.

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⏰ Última atualização: Mar 08, 2021 ⏰

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