O Reencontro que há na Confusão

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Olá, sagradinhes!!!!
Sentiram minha falta, né? Eu sei. eu sei
Segundo capítulo de A Beleza que há no Caos e eu estou rezando pra que vcs gostem.
Amém.


O tempo é curto para quem quer pará-lo e o mesmo tempo é longo para quem quer fazê-lo voar, o tempo é relativo, sim, relativo. O tempo relativo filosófico que se refere à percepção de mundo individual dos seres, o tempo que não se importa com suas vontades ou necessidades, o tempo que apenas passa e, num piscar de olhos, te transporta para um lugar diferente e novo.

Há quatro dias, eu estava em casa organizando minhas roupas para colocá-las dentro da minha mala. Agora, estou sentado em meu lugar dentro do avião esperando o piloto anunciar a partida em direção à Nova York, olhando pela janela o aeroporto lotado de pessoas, amigos despedindo-se uns dos outros para seguirem seus sonhos, filhos despedindo-se dos pais porque foram aceitos em faculdades longe de casa, até pessoas despreocupadas com o resto da vida indo apenas por uma pequena aventura na cidade que nunca dorme.

E eu, com minha mochila em meus pés e meus fones plugados ao celular que carrego no bolso, estou apavorado. Minha barriga parece uma montanha russa de borboletas, com muito mais loopings e giros do que eu gostaria, eu estou preocupado, tentando entender o que eu farei assim que chegar na França. Será que vou ver alguém com uma plaquinha com o meu nome me guiando até onde eu deveria ir, ou será que eu vou chegar e vou ter que me virar? Eu nem falo francês, as vezes nem minha própria língua eu falo direito, eu não estou seguro.

Bom... Só de meus pés.

Tenho segurança e confiança na minha memória e na minha dedicação, eu sei que eles não falhariam comigo, eles nunca falharam, nunca me decepcionaram, a única pessoa em quem realmente posso confiar sou eu mesmo e se, para isso, vou precisar ter que me virar na França com um montão de gente falando embolado e sem entender uma simples palavra do que eles falam, eu lidarei até o fim. No fim de tudo isso, eu ainda terei a mim e não há nada mais gratificante do que confiar em si mesmo.

Esperei quase uma hora até a partida finalmente ser anunciada e uma moça sentar-se ao meu lado com seus fones de ouvido brancos perdidos por entre os cabelos cheios e enroladinhos mecha por mecha, cuidadosamente arrumados. Camila era seu nome, uma moça brasileira que, depois de iniciarmos uma conversa amigável, contou-me que viajou o mundo todo fazendo pesquisas sobre culturas diferentes e que sua última pesquisa seria feita em Nova York.

— É para meu trabalho de conclusão de curso da faculdade. Estou fazendo história e pretendo ser uma grande historiadora num futuro próximo. — ela disse, sorrindo meiga. Seu sorriso era um dos mais brilhantes que eu já havia visto — Você é daqui? Digo, dos Estados Unidos?

— Sim, nasci aqui, mas meu falecido pai era coreano. — ela murmurou um "ah" e sorriu mais uma vez.

— E você? O que faz indo para Nova York? — perguntou-me, ajeitando-se na cadeira a fim de virar o corpo para a minha direção, colocou o cotovelo em seu joelho e apoiou o queixo na mão, mostrando-se verdadeiramente interessada na minha história.

— Eu sou um patinador profissional, tenho esperanças de ganhar o prêmio do primeiro lugar da competição de patinação em Grenoble. — expliquei, rindo na careta que ela fez quando eu disse o nome da cidade.

— Onde? — perguntou ainda com a mesma careta — Isso por acaso é um bairro em Nova York?

— Não! — ri de sua confusão — Grenoble é o nome da cidade francesa onde acontecerá a competição.

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⏰ Última atualização: May 29, 2021 ⏰

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