03 - Medicines

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Pov Spinnerella

O dia anterior havia sido muito bom, Frosta conseguiu me animar trazendo todos para me ver. Mesmo depois de tanto tempo, eles ainda gostavam de mim, ainda eram os mesmos e isso foi bom. Notei hoje, assim que tomei meu antidepressivo e meu remédio para a ansiedade, ontem eu não os tomei, e mesmo assim eu me senti bem, minha serotonina tinha sido por conta da gelinho.
Estava na sala da minha mãe, agora minha sala, a xícara de café puro e quente exalava um cheiro que acalma a minha ansiedade, acusada pelo próprio café. Muitos documentos que estou analisando já não tem mais importância, alguns são sobre o dinheiro que eu herdaria ou sobre as guerras. Na mesa, havia também uma foto minha no colo de minha mãe, aquele dia me parecia fresco na memória, mesmo que só tivesse escutado de mamãe o que aconteceu, assim que vi aquela foto.

Memória on - Pov Narradora

A rainha Windstorm revezava suas anotações das reuniões passadas com a rainha Angella e com o rei Seadoon. Enquanto fazia isso, Spinnerella tinha 2 anos e brincava com alguns dados no chão junto com da mãe. Stormy acabou se descuidando um pouco da criança, e como se Spinnerella tivesse percebido isso, a pequena se levantou, ainda bamba por não conseguir andar direito. Como havia descoberto que tinha poderes de vento começou a brincar, por ser mais leve do que seus ventos, eles começaram a arrasta-lá e a bebê estava gostando e achando aquilo engraçado. Os soldados do rei Gale guardavam o lado de fora enquanto alguns treinavam entre si. Um deles resolveu dar uma volta pelo palácio, apenas para verificar se estava tudo bem, chegando ao andar mais alto, ele viu um pequeno ponto rosa e roxo no telhado, bem na ponta. Forçou a vista para ver o que era, e logo saiu correndo pra avisar a rainha.
- Minha Rainha - Ele entrou em uma reverência depois de correr. Windstorm levantou a cabeça com um sorriso.
- Me de um bom motivo para você me tirar da minha concentração.
- Me perdoe Rainha - Ele disse ainda assustado e cansado - A senhora precisa ir ao telhado agora, eu não alcanço e não consigo ir lá - Sua voz saia trêmula com medo, e tentando falar o mais rápido possível - a princesa está lá.
Assim que ele falou sobre a princesa, os olhos da rainha se arregalaram e ela correu em seus ventos para encontrar a pequena. Spinnerella estava sentada na ponta do telhado, brincando de fazer uma folha que havia encontrado, mexendo ela no ar. Vendo aquela cena, a rainha quase desmaia ao ver a filha naquele risco, mas feliz por vê-la usando seus poderes.
- Posso saber o que a minha princesa está fazendo aqui em cima? - Windstorm perguntou pegando a filha no colo - Você veio parar no último andar, aqui é muito alto para você meu amor - Disse e mostrou para a pequena a altura que ela estava, Spinnerella começou a chorar pelo medo de altura e a mãe a levou para a sala onde estavam no início. Se certificando de olhar a filha a cada cinco minutos para que aquilo não se repetisse.

Memória off - Pov Spinnerella

Lembrar dela me contando me fez sorrir, o sorriso dela era maravilhoso, mesmo depois do susto. A Rainha Windstorm sempre parecia calma, sempre quando algo acontecia, ela sempre se mostrava pacífica diante de tudo que sempre acontecia. Peguei a xícara e dei um gole no café, sentindo ele preencher meu corpo com o seu calor e seu gosto amargo, exatamente como eu gostava. Olhei para fora pela janela atrás de mim, lá embaixo Frosta brincava de fazer bonecos de neve vivos para jogar o "gelo bol" com ela, sorri vendo aquela cena e respirei fundo. Tudo que eu queria era ser uma boa irmã para ela, mesmo que ainda estranhemos esse fato de sermos irmãs por conta do meu pai, eu ainda quero protegê-la.
Descobri antes de voltar para casa, que meu pai havia traído a minha mãe com a Rainha Snowing, com isso a Frosta nasceu. Isso explica muita coisa, de todas as vezes que ele não estava tão presente no castelo ou sempre se atrasava para algo importante. Enfim, mas ainda assim, mamãe o perdoou porque amava ele, mas ele nunca se perdoou por ter tido outra filha com outra mulher, talvez seja por isso que ele tentou se matar várias vezes com aqueles remédios, por coincidência os mesmos que estou tomando.
Balancei a cabeça e voltei a focar no que estava fazendo, peguei a xícara verde e virei de uma vez só sentindo de certa forma o café quente queimar minha boca e garganta, mas isso era um problema, ou melhor, mais um para resolver depois.

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