You're My Weakness

07 - Bad Memorys

⚠️ATENÇÃO: o conteúdo a seguir, mesmo escrito pode conter gatilho para algumas pessoas. Contém, assass1nato explícito infantil, agressão a grávidas e aborto por agressão.⚠️

——-

Pov Narradora

Depois do almoço, Catra havia colocado Finn no berço para tirar o cochilo da tarde. O dia estava quente, então o cochilo da tarde ajudaria ele a se sentir mais refrescado depois.
- Glimmer nós vamos para Elberon arrumar algumas coisas, você pode ficar de olho no Finn pra Adora e pra Catra? - Bow perguntou e a garota assentiu, ele foi e beijou sua testa - Papai volta já filho - O garoto colocou a mão na barriga de Glimmer fazendo carinho, e sentiu o pequeno chutar. Ele sorriu e deixou Glimmer sozinha.
Sparkles estava grávida de 8 meses, e segundo Castaspella, era um menino. Para zoar Bow, Catra havia dado a ideia de dar o nome de Arrow para o bebê, Glimmer gostou e assim ficou.
Ela estava na varanda de seu quarto, pensando em como seria o seu filho, ela queria que ele fosse como Finn. Ah o pequeno Finn, ela cuidava dele desde o dia em que nasceu, e ele por consequência era devidamente apegado a Glimmer. Finn era o reizinho da vida de Sparkles, era uma tia impecável para ele, por mais que ele vivesse gritando "pela honra de Finnskull" e tentando correr pelos corredores do castelo, era bom ter algo que animasse os dias de Glimmer sem sua mãe ali, mesmo que seu pai tivesse aparecido depois de um bom tempo, ela ainda sentia falta de mãe... e era como se Finn trouxesse a os que a rainha Angella trazia quando era pequena.
- Ah meu pequeno, você não poderia ter vindo em momento melhor - Ela conversava com o bebê e fazia carinho em sua barriga - Sabe, você tem várias tias que vão te mimar tanto, principalmente a Net - Algo fez com que ela sentisse uma sensação estranha, mas só ignorou porque achou que fosse coisa da sua cabeça.

——

Já faziam algumas horas que Adora, Bow e Catra haviam saído. E fazia muito tempo que Finn estava dormindo, a sensação ruim durante aquele tempo todo permaneceu.
- Vamos lá dar uma olhada no Finnskull filho - Glimmer se levantou e foi andando devagar até o quarto do pequeno.
A cada passo, a sensação ruim só aumentava, seus batimentos também aumentavam e pareciam soar em sua cabeça, porque ela conseguia escuta-los. Arrow se mexia cada vez mais, enquanto se aproximava do quarto de Finn.
Algo estava muito errado, o bebê não se mexia assim, essa sensação nunca tinha aparecido, e o palácio nunca esteve tão quieto...
Quando chegou a porta do quarto, seu coração disparou ao tocar a maçaneta.
- Calma Glimmer, tá tudo bem - Arrow parecia pular de desespero em sua barriga.
Assim que ela abriu a porta, seu corpo congelou. Haviam dois clones de Horde Prime, um sufocava Finn com seu travesseiro e o outro o esfaqueava com o canivete que Adora tinha dado para ele, como presente do seu primeiro aniversário. Seus gritos e seu choro eram abafados pelo travesseiro em seu rosto, o sangue manchava seu pequeno macacão que a tia de Glimmer havia feito para ele.
Glimmer fechou a porta com força para chamar a atenção dos clones, eles pararam e se viraram a encarando com as mãos atrás do corpo.
- Olá Rainha Glimmer, Horde Prime deseja a você e a She-ra uma ótima vida - Ela foi para cima deles, mas acabou levanto um chute em sua barriga. Glimmer sempre esquecida, conseguiu esquecer que estava grávida. O chute foi o bastante para derruba-la e sentir que algo dentro dela havia sido quebrado, Glimmer se colocou de pé, com muita dificuldade e recebeu mais um soco na barriga, depois desse golpe ela sentiu algo escorrer pela sua perna e olhou para o chão. Sangue. Seu desespero foi ao extremo, e quando tentou olhar para frente sentiu seu corpo  desequilibrar e acabou caindo.
- GUARDAAAAAS - Ela só conseguiu gritar e recebeu outro golpe em seu rosto. Então tudo se apagou, e os gritos de Finn foram ficando cada vez mais baixos até cessarem totalmente.

—

Do outro lado, Adora, Bow e Catra estavam comemorando nas festas de Elberon.
- Olhem o que eu achei - Bow mostrou dois macacões combinando - Um para Finn e o outro para Arrow - Adora correu até ele e os dois começaram a ter uma crise de fofura extrema. Catra estava comendo uma maçã e vendo aquela cena, que estava achando patética.
O celular de Bow tocou e ele atendeu, seu rosto mudou de um sorriso, para um rosto assustado, ele desligou e ficou petrificado.
- Garoto o que aconteceu? - Catra já perguntou se aproximando.
- A gente precisa voltar para Bright Moon - Ele sacudiu a cabeça e olhou para a gata - AGORA!
- O que aconteceu? - Adora perguntou e como resposta, obteve Bow correndo em direção ao castelo.
Chegando ao castelo, o lugar estava uma loucura. Enfermeiras correndo de um lado para o outro e médicos saindo do quarto de Finn com um corpo pequeno embrulhado.
- Não, não não não não - Catra dizia enquanto corria em direção aos médicos - Por favor, não pode ser - Ela chegou em frente aos médicos - Me deixe ver o que tem aí dentro - Seus olhos lacrimejaram - AGORA! - Catra gritou e o médico que segurava o pequeno embrulho abriu vagarosamente. Dentro estava Finn com os olhos fechados, com respingos de sangue em seu pequeno rosto que estava roxo. Ele estava morto.
O mundo de Catra desabou, ela caiu de joelhos e soltou um grito doloroso que fez o palácio todo ficar em silêncio, Adora se aproximou sem entender, e quando viu o filho naquele embrulho, sentiu uma dor de como se tivesse levado um tiro, caiu de joelhos ao lado de Catra e pegou Finn dos braços do médico.
Nada Ali mais importava, a única coisa que mantinha a esperança em Catra e Adora, estava agora sem vida em seus braços.
Bow viu aquela cena e sentiu uma tontura forte, olhou para frente e viu Rei Micah olhando para dentro da enfermaria.
- Rei Micah - Bow fez uma reverência - Cadê a minha esposa? - Sem tirar os olhos de dentro do local, o garoto sentiu o coração acelerar - Cadê o meu filho? - O homem apontou para dentro e Bow viu Glimmer desacordada deitada na maca com várias enfermeiras em volta dela. O garoto correu em sua direção e viu que tinha muito sangue em sua volta, haviam vários hematomas de várias cores diferentes. Seus olhos percorriam o corpo da garota, e então chegando a sua barriga: tinham pontos. Ele olhou confuso e uma movimentação atrás de si chamou sua atenção. Assim que Bow se virou, em uma maca menor e mais alta, lá estava Arrow, deitado, imóvel... morto.
- O que aconteceu com ele? - Bow perguntou entre lágrimas.
- Ele está morto, durante a luta que a Rainha se meteu - O médico mostrava um raio-X do bebê - Ela levou um golpe muito forte em sua barriga, que acabou afetando o bebê de forma absurda - Ele aproximou a fotografia - Como Arrow já estava virando e, entrando na posição para nascer - O médico apontou para a fotografia - O golpe acertou sua coluna, fazendo com que seu pescoço se quebrasse, o matando... - Ele colocou a mão no ombro do príncipe - Eu sinto muito príncipe Bow - O garoto sentiu seu corpo amolecer, e se apoiou no médico.
Por que aquilo estava acontecendo?

——

Já haviam se passado duas semanas, Glimmer ainda estava na maca, Adora e Catra não foram falar com a rainha então, ela não teve como se explicar ou tentar explicar o que tinha acontecido.
Aquilo havia machucado todos ali dentro, até mesmo os guardas estavam menos alegres.
A Gata andava pelo palácio, ela precisava de respostas para o que havia acontecido aquele dia. Sempre muito quieta, Catra entrou na enfermaria e Glimmer estava apenas olhando para o teto, por conta dos pontos ainda serem recentes, a dor era intensa.
- Oi sparkles - Ela se aproximou da cama da garota - Sei que eu estou com ódio de você pelo que aconteceu com Finn... - Catra olhou nos olhos de Glimmer e colocou a mão no rosto da garota - Mas eu e a Adora, assim como o Bow e você ou todos aqui perdemos aquilo que mais importava para nós - Passou suas unhas de leve no rosto dela, pra chamar sua atenção.
- Catra Eu sinto muito, eu tentei ajudar mas já era tarde - Glimmer disse sentindo as lágrimas se formarem nos olhos. A gata olhou em volta, notando que estava só com Glimmer, respirou fundo e abaixou a grade da maca da rainha, deu uma olhada rápida para trás, colocou Glimmer um pouco para o lado, com cuidado para não machuca-la.
Catra se deitou ao lado de Glimmer, naquela cama pequena elas duas encaravam o teto. A rainha estranhou a atitude da felina, Catra nunca tinha agido assim com ela, Glimmer escutava fungadas baixas vindo da garota ao seu lado, ela virou seu corpo de lado para poder ver Catra melhor, os pontos fizeram a dor mexer com a sua face.
E como suspeitava, a felina estava chorando. A garota ao lado de Glimmer não se importava se estava sendo vista chorando, apenas fechou os olhos e fez o mesmo movimento que a rainha, de frente para ela.
- Adora colocou a culpa em mim também, ela disse que se eu não tivesse insistido em deixá-lo no palácio aquele dia nada disso estaria acontecendo - Catra começou a bater na testa, cada vez mais forte - A culpa é toda minha Sparkles, eu sou uma idiota, uma imprestavel - As unhas da gata ficaram afiadas e Glimmer se assustou, Catra arranhava o rosto fortemente, quando arranhou perto dos olhos que o sangue apareceu, Glimmer segurou as mãos de Catra a impedindo de fazer qualquer movimento. Glimmer sentiu uma pontada na parte de baixo da sua barriga por conta da rapidez de seu movimento, suspirou e suportou a dor.
- Não sirvo nem para ser mãe, deixei meu próprio filho morrer, eu sou inútil Glimmer - Catra abriu os olhos e encarou a garota a sua frente - Não sou uma boa mãe por deixar meu filho morrer, sou uma péssima esposa por deixar a Adora mal com isso - Glimmer afrouxou as mãos que estavam apertando os pulsos da felina - Adora deveria ter me deixado morrer quando Horde Prime tinha me chipado - Sua voz saiu baixa - Na verdade se eu não existisse, a vida da Adora seria mil vezes melhor - A rainha secou as lágrimas de Catra, e a abraçou, sentindo a dor dos pontos mais forte pelo contato com o corpo da felina.
Catra se assustou pelo ato, mas a abraçou de volta, o corpo quente da felina esquentava o corpo frio de Glimmer. A garota fazia carinhos na cabeça da gata sem se importar com o sangue que começava a secar, as vezes brincando com as orelhas.
Mas qual havia sido a verdade? Como os clones estavam ali?
O fato é: Catra desde que Finn tinha nascido, haviam câmeras em todo o palácio instaladas por Catra e Glimmer para ficar de olho no bebê, que adorava fugir. A felina tinha visto como os clones tinham entrado, e o que eles tinham feito com o seu pequeno gatinho. Se passaram por guardas, e foram até o quarto de Finn, o matando sem a menor piedade. Por isso foi até a Glimmer, esse estava sendo seu modo de pedir desculpas sem ter que falar. Adora não sabia dessas gravações então as culpadas sempre serias Catra e Glimmer, Bow havia ido para a casa dos pais porque não queria estar ali naquele lugar depois de ter perdido o sobrinho e o filho no mesmo dia.

Pov Glimmer

Essa lembrança me atormentava no aniversário do Finn, segurando sua pequena roupinha eu sentia seu cheiro de bebê.
- Me perdoa Finn, Eu não consegui te salvar - Abracei o macacão dele - Não cheguei a tempo de te deixar vivo, me desculpa mesmo Finnskull - Guardei aquela roupa e me virei, perto do berço Finn estava lá sentado no chão segurando Arrow nos braços, esfreguei meus olhos por achar estar vendo coisas.
- Eu te perdoo Tia Sparkles - Ele me encarava com um sorriso - O Arrow também te perdoa, ele sabe que você fez isso por uma causa, estamos em boas mãos - Ele fazia carinho na cabeça do bebê - A rainha Ângela está cuidando muito bem da gente - Então ele sumiu.
Senti lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas, ele não tinha como saber o nome da minha mãe já que nunca falamos dela pra ele, mas ao mesmo tempo que a dor de lembrar da minha mãe, uma paz me atingiu por saber que eles me perdoavam e que a rainha Ângela estava cuidando bem dos meus pequenos.
Limpei as lágrimas e sai do quarto, tranquei a porta e respirei fundo. Aquilo era forte demais para mim, mas agora eu estava bem, finalmente bem. O peso de ser a culpada pelo que havia acontecido com os meus meninos, finalmente com o perdão de Finn eu senti meu corpo leve.
Adora me perdoou e Bow me perdoou, mas culparam os guardas por serem tão ingênuos.