Capítulo Único.

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Marcia nunca viu a necessidade de precisar de alguém. Ela já havia visto, no passado, o quanto o amor errado poderia foder a vida de alguém, e partir daí, e como se seu cérebro estivesse desligado, como se não pudesse amar ou mesmo ser amada novamente. E ela pensou nisso por um tempo.. Talvez, por ser uma aberração, estivesse sendo castigada por seus pecados ao não ter ninguém para a ama-la, toca-lá e a fazer se sentir inteira.

Mas isso foi provado o contrário quando Inês apareceu; Fala mansa e olhar suave, tão querida que você nunca pensaria que poderia a sentar confortavelmente apenas para a fazer passar por seus sentimentos mais traumáticos. Mas que você tinha certeza que seria aquela que poria uma mão em seu ombro, a olharia com extrema empatia ao repetir o que você nunca acreditaria, mas você acreditou, apenas porque era ela quem repetia.

"Eu não sou uma aberração."

Estava apaixonada pra caralho, era tão perceptível. O jeito que se inclinava para a morena assim que as mãos ossudas desta repousavam sobre sua cintura. O jeito que seus lábios se abriam ligeiramente para soltar suspiros pesados quando os próprios lábios de Inês se selavam com a pele pálida da policial. O jeito que se rendia toda ao ouvir a simples fala de Inês, um pedido, mas que para si fora uma ordem.

"Tire sua blusa, amor."

O olhar gentil da bruxa quando pusera suas mãos por cima das de Márcia, cujo respiração engatou e bochechas se tornaram mais vermelhas do que anteriormente estavam. Márcia então mal percebendo quando sua blusa e sutiã foi jogado em um canto completamente aleatório do quarto. Mal percebendo quando a bruxa se pôs em seus próprios joelhos, sorrindo ladino para ela e piscando.

"Relaxe."

Foi tudo que seu cérebro pode processar. As mãos de Inês maliciosamente deslizando por sua pele, sabendo o quanto isso era pura provocação para a mulher quase se contorcendo acima. A tocando como se fosse um presente enviado pelos céus. De joelhos como se Márcia fosse uma maldita deusa ao qual fazia questão de adorar.


Calças, roupas íntimas descartadas, língua deslizando pelo nervo e suspiros enchendo a sala. Mãos pálidas e trêmulas se enterrando em fios negros e os puxando com gentileza, fazendo um leve rosnado escapulir e vibrar contra si, um gemido estrangulado seguido por uma leve risada enchendo o ar.

E doía, doía o jeito que seu corpo se inclinava todo à bruxa, rendida e implorando por seu toque.

"Me toque."

Rosnou.

"Faça me sua."

E quando se abraçavam, deslizando o indicador pela pele nua em uma carícia gentil. Ambas sabendo que Inês iria embora como todas as vezes, mas mesmo assim Márcia se arriscou a questionar.

"Você vai ficar?"

Apenas para acordar sozinha numa cama fria, ligeiramente afundada por um peso fantasma. Márcia suspirando e jogando os fios de cabelo para trás, se levantando enquanto seu corpo ansiava para a próxima vez.


Me toque. Faça-me sua. (Marinês)Onde histórias criam vida. Descubra agora