❧Capítulo 7❧

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Louis acordou um pouco mais tarde do que deveria, perdeu o jantar em família (com o Troy) e teria que comer sozinho. Não que ele estivesse reclamando disso, de modo algum, era um alívio ter o privilégio de jantar sem seu padrasto ali lhe encarando e o ameaçando com os olhos. 

O menor sentou na cama e pegou o celular que estava no criado-mudo, olhou o horário e viu que faltavam 15 minutos para as oito da noite. Seus olhos azuis percorreram o quarto todo observando cada canto do cômodo vendo o breu que se encontrava ali, ligou o abajur que tinha ao lado da sua cama e viu uma bandeja com torradas, suco de laranja e morangos encima da cama.

Além do jantar também tinha um pedaço de papel, Louis o abriu e começou a ler.

Coma tudo, eu disse a mamãe que você estava com dor de cabeça, espero que melhore logo Lou. Ela acreditou na minha mentira, mas você precisa arrumar um jeito para ela não vê esses machucados.

Estão horríveis, é sério. Eu passei remédio enquanto você dormia.

PS: eu fiz as torradas e o Troy não vai voltar cedo, se mantenha trancado até as 22:00 para evitar, qualquer coisa me manda mensagem.

Lottie, sua irmã favorita.

O menor dobrou o bilhete e guardou dentro da sua gaveta, pegou a bandeja com cuidado e colocou encima das suas pernas, abriu a gaveta novamente e pegou o controle da tv que tinha em seu quarto ligando a mesma e colocando em um programa aleatório.

Começou a comer calmamente, sua garganta doía horrores e apenas o suco gelado aliviava a dor e o fazia relaxar. Louis gemia baixinho tentando não chorar, seu corpo ardia e o pequeno rezava para quando acordasse no outro dia, seu pescoço não tivesse com nenhuma marca roxa, pois ele sabia que seria difícil esconder aquilo das pessoas.

Quando acabou de comer colocou a bandeja de lado e se deitou se enrolando no edredom quentinho e fofinho, Jay que estava na sala achava que seu pequeno Ômega já estivesse dormindo e Louis queria tanto ir até lá e lhe dar um abraço, chorar em seu colo sentindo o seu cheiro de rosas, mas só de pensar que teria que responder as perguntas dela, ele desistiu.

Louis assistiu vários desenhos e filmes, ouviu a porta da sala sendo aberta e logo depois fechada brutalmente mostrando que Troy havia chegado do bar que ele ia todos os dias, a casa estava totalmente silenciosa se não fosse pelo homem que subia as escadas fazendo questão de que todos soubessem que ele estava ali.

Por volta das 02:30 da manhã o de olhos azuis se levantou e começou a arrumar sua mochila para a aula, mais um dia ruim e dessa vez sem seu melhor amigo Zayn, o Alfa tinha lhe mandado mensagem avisando que o seu hut tinha chegado mais cedo. Louis precisava se preparar psicologicamente para ouvir as provocações de Luke e Mike.

•*¨*•.¸¸☆*・゚

07:00 am em ponto, novamente o celular de Louis despertou o tirando de um dos seus melhores sonhos, onde o seu príncipe encantado ia lhe resgatar e o tirar daquele lugar.

Ele se levantou lentamente indo para o banheiro, fez a sua higiene e tomou um banho, um banho calmo e um pouco demorado. Sua esperança era que a água morna levasse embora toda a sua dor, tirasse os seus machucados dali, mas ele sabia que isso não aconteceria.

Depois que acabou o banho se enrolou na toalha e saiu do banheiro, vestiu seu moletom e sua calça de costume, colocou seu vans e ajeitou o cabelo deixando na tigelinha.

Abriu as cortinas, forrou a cama e pegou a mochila que estava no chão ao lado da cama, pegou a bandeja do jantar e desceu as escadas indo para a cozinha.

Jay estava acabando de arrumar a casa, Troy já tinha saído para o trabalho e Lottie estava atrasada para o café da manhã o que era estranho, pois a menina nunca se atrasava.

"Bom dia, mãe." Louis disse indo até a mulher e deixando um beijinho em sua bochecha e deixou a bandeja encima do balcão.

"Bom dia, Boo." Jay deu um beijinho na cabeça do filho, logo depois Louis se sentou na cadeira cuidadosamente vendo sua mãe servir o seu café.

"Cadê a Lottie?" o menor perguntou confuso, estava estranho aquele silencio na casa. "Ela vai se atrasar."

"Sua irmã não irá hoje para o colégio, Boo. Ela amanheceu doente e não poderá ir, você pode vir direto pra casa quando a sua aula acabar? Não quero que ela fique sozinha."

"Claro, eu tenho algumas atividades para entregar e depois eu posso pedir para o professor de geografia me liberar mais cedo, eu não preciso de nota nele."

"Tudo bem, come logo que o ônibus passará já!" Jay disse e Louis começou a comer.

Johanna tomou o seu café da manhã junto com Tomlinson, não conversaram muito pois a mulher estava preocupada com a sua filha, ela disse que a filha estava com dores no corpo, mas não sabia onde e nem o motivo. 

"Estou saindo mãe, bom trabalho." Louis gritou quando chegou na sala. Jay havia subido para o seu quarto para buscar a sua bolsa, a mulher estava um pouco atrasada para o trabalho.

"Boa aula, Boo Bear." ela gritou de volta e Louis saiu fechando a porta.

Ir até o ponto de ônibus sozinho e sem a sua irmã para lhe fazer rir era horrível, Louis já sentia falta. Lottie lhe fazia carinho, falava sobre coisas engraçadas e o fazia rir, além de o irritar, mas ele amava isso.

O Ômega continuou seu trajeto, o dia não tinha começado nada bom. Zayn estava em seu hut e não iria para o colégio, Lottie estava entrando na sua tpm e Louis iria ter que enfrentar Hemmings e Clifford sozinho.

Uma sensação estranha tomou conta do corpo do menor, seus pelos se arrepiaram e ele não sabia o que estava acontecendo. Louis andava devagar tentando fazer o seu corpo não doer com o esforço de estar andando rápido, a rua estava deserta, o ponto de ônibus não chegava nunca e ele já estava longe de casa.

Um pouco longe Tomlinson viu finalmente o ponto de ônibus e logo um alívio percorreu seu corpo, o menor já podia se ver sentado em um dos banquinhos esperando o ônibus escolar, mas seus sonhos foram novamente por água abaixo quando um carro preto - aquele carro preto - parou ao seu lado.

O menor não teve nem tempo de pensar em algo ou se virar para vê quem era o motorista, ele sentiu um pano tapando a sua boca e o seu nariz. Seus olhos começaram a pesar logo depois que ele cheirou o paninho, seu corpo estava mais leve que uma pena fazendo o menor se sentir nas nuvens, flutuando, voando.

Mãos seguraram as suas pernas o levantando antes que ele caísse por conta da fraqueza que sentiu, sua cabeça começou a girar e seu corpo mole e dolorido foi colocado em algo fofinho, mas antes que ele perguntasse o que estava acontecendo, tudo ficou escuro e ele apagou.

STOCKHOLM SYNDROME » L.S [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora