Hoje é meu primeiro dia de aula, por mais que eu esteja ansiosa para conhecer minha nova escola eu estou com medo de ser como da última vez, sozinha e cair totalmente no boletim de notas. Agora é uma nova chance de recomeçar, no Internato Mário Andrade eu tenho certeza que posso ser melhor do que da última vez, sem me sentir culpada pelo o que deixei pra trás. Acordei, fiz higiene e me arrumei, fui quase correndo pra escola apressando minha mãe, que não queria me deixar ir de jeito nenhum pra um colégio interno, mas depois da descoberta da doença é o falecimento do meu avô (que me apoiou nessa ideia) ela pensou melhor, e deixou eu ir. Quis ir pra um colégio interno na esperança de ter amigos e poder fazer o que eu quisesse, só acho difícil que seja assim, pelo menos vou estar longe da confusão que se tornou a minha vida. No último ano, fui da garota mais popular e invejada, para a indiferente e excluída, tudo isso por conta de 3 fotos, que talvez mais pra frente eu conte sobre isso. Foram turbilhões de ameaças, mensagens mandando eu me matar, e coisas que na real eu prefiro esquecer. Nova escola, nova chance. De falhar novamente ou recomeçar. Tudo era muito diferente, começando pela lista de alunos, tinham uns 20, comparada com minha última turma de 32 alunos, era pouco. Peguei minhas coisas na secretária e fui direto pro meu quarto, vazio por sinal.Dizem que 2 mulheres em um quarto é problema, imaginem 4. Não queria dividir quarto, não mesmo. Vi as coisas de umas meninas espalhadas pelo quarto, deixei minhas coisas e sai. Abracei minha mãe e vi ela saindo quase chorando. Fui ver meus horários e percebi que eu estava completamente perdida. Não entendia se quer uma palavra, me aproximei de uma menina no fim do corredor loira do cabelo longo e ondulado conversando com uma menina morena do cabelo escorrido até a cintura e deu batidinhas no ombro.
— Oi, desculpa. Você sabe onde é a sala B?
— Oi! Você é da mesma sala que eu e a Lavi, vem comigo que eu te mostro onde é, eu sou a Gabriela, pode me chamar de Gaby — respondeu com um sorriso.
Ela foi super simpática mas tava preocupada com algo. Chegando na sala, vi tanta gente em pé, correndo e rindo que me senti enturmada de certa forma. Me senti intimidada por uma menina que ficou me encarando mas nem dei bola, sentei atrás da Gaby e começamos a conversar. Ela tinha acabado de entrar pro colégio porque não ia bem nos estudos, e a amiga dela que conheceu fora do internato que depois se matriculou lá não era do mesmo quarto que Gaby, ela era Giovana, o cabelo encaracolado e morena, que ficava do outro lado da sala. Cara de muitos amigos, conversando com um menino moreno alto, Gaby disse que estava super ansiosa pra conhecer todos, diferente de uma menina que sentou atrás de mim e riu quando Gaby disse isso.
— Animada pra conhecer isso? A pior turma que esse IMA já fez, pegou o burro do Bruno e o garoto estrela Gustavo.
— Você já estudava aqui? — perguntei assustada.
— Já, — se levantou e sentou em cima da mesa do meu lado — era um inferno até uns dois anos atrás, mas tava tudo indo bem, até criarem essa turma pequena mas cheia de gente problema.
— Sara! Sai de cima da mesa agora! — disse professora que tinha acabado de chegar, encarando ela.
— É, eu sou a Sara — e sentou no seu lugar.
Eu e Gaby ficamos completamente paralisadas por um tempo, olhando pra ela e como ela entendia bem daquilo. Me senti mais segura.
— Eu sou a Professora Michelle. Atenção para a chamada, eu direi o nome e vocês se levantam! Se quiserem breve apresentação, sem perder tempo.Ela foi meio rude mas entendi a pressa mais tarde, aquela turma falava tanto...
— Bruno Gabriel.
Um menino moreno, meio vesgo e alto se levantou rindo e disse presente. A cara de gay entregou que ele não era hetero.
— Gabriela.
Ela se levantou e deu um "oizinho" com as mãos.
— Giovanna.
Gi se levantou, e deu um sorriso fraco.
— Gustavo.
Um menino loiro, branco e alto se levantou, e a mesma cara de gay permaneceu.
— Joana.
Me levantei, e abraçando meus braços disse presente.
— Júlia.
Uma menina morena, do cabelo liso e preso levantou e disse um presente com a intonação mais triste que já vi. Olhei pra ela e sorri, ela deu um breve sorriso e sentou.
— Lavínia.
Lavi, do cabelo ondulado e castanho usando óculos levantou e olhou pra professora.
— Mariana.
Uma menina morena, das bochechas rosadas, e o cabelo preso levantou e disse presente.
— Netto.
Netto, um menino moreno, do cabelo cacheado nem levantou só disse presente e todos começaram a rir da entonação mistériosa (e obviamente com um toque de sono).
— Otávio.
Um menino com fones de ouvido levantou com uma cara de irritado e bravo com a vida, assentando pra professora.
— Rafael.
Rafael levantou foi até a professora e entrou um papel. Voltou sorrindo e abraçou Bruno:
— Quanto tempo, irmão.
— Sentem agora! Hm, quem é o próximo? Isso, Sara.
— Bom dia querida professora, pode me liberar mais cedo só pelo querida!
— Vou te mandar pra coordenação mais cedo! Simon.
Simon era um menino do cabelo castanho que olhou pra Gi e sussurrou um "você ta diferente" e umas risadas com Bruno.
— E por último... A menina da feira de ciências, Thaisa Rafaela.
Thaisa era uma menina magra, morena, do cabelo escorrido que abriu um sorriso.— Finalmente, vamos conhecer os quartos e os grupos de cada um.
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O ANO DAS NOSSAS VIDAS
Novela JuvenilUm internato divide turmas e cria uma nova completamente diferente e misturada. A questão é que nesses mistérios de cada história alguém sempre acaba machucado. Um aluno é assassinado e 13 adolescentes se juntam para conhecer mais sobre a vida perdi...