Uma dama nada convencional

[\\Prólogo//]

Toda e qualquer pessoa em Londres sabe - ou já ouviu falar sobre - a filha mais velha do conde Riley.

Se alguém ouvisse por longe e nunca sequer tivesse visto a tal dama sem dúvida pensaria que sua popularidade vinha de ser uma Riley, e ser filha do conde é claro.

Mas se tal sujeito visse a senhorita Riley acreditaria que sua fama viria de duas possiveis coisas:

1) Sua beleza alarmante. Ninguém poderia sequer ousar dizer - ou pensar - que Audrey Riley é desprovida de beleza. Isso seria uma das maiores mentiras, e quem estivesse perto e ouvisse riria jurando ser a mais enfâme das piadas. Audrey Riley com seus cabelos castanhos sedosos e brilhantes, olhos esmeraldas hipnotizantes, boca carnuda e seu rosto sempre expressivo encantam por onde passam. Ninguém podia negar que a senhorita Riley exalava - além de luxúria e sedução - poder. E que nos raros momentos que dava um sorriso sincero era quase impossível não querer cair de joelhos diante dela.

2) A personalidade. Audrey Riley sempre teve olhos ávidos como o de uma águia e uma língua tão afiada quanto uma agulha. Seus pensamentos e opiniões não ficam escondidos, a não ser que ela queira, uma vez que a dama tem sempre total controle sobre toda a situação. Muitos dizem que ela é assim por ter passado muito tempo com suas tias: Rose Bennett e Phillipa Miller. Ou outros afirmaram com total veemência que ela é assim por estar sempre junto com Lady Danbury. Mas, o que ninguém pode negar é que sem sombra de dúvida Audrey Riley é uma dama peculiar.

Sem dúvida ninguém que a conhecesse acreditaria que a dama não é casada.

"Por que diabos nenhum homem se casou com ela?!?" Deve ter passado por sua cabeça. Alguém com tal beleza e riqueza deveria ter filas de homens todos aos seus pés.
Era o de se esperar... E de certa forma foi o que aconteceu.

Audrey Riley teve sua primeira temporada Londrina aos 18 anos. Ela foi - como o esperado - o diamante da temporada.

Todos os homens estavam encantados e hipnotizados por ela. Mas, Audrey não dava atenção a eles, para ser sincera elas os espantava!
Alguns intensionalmente, ela dizia que eram tolos demais para ela, outros ela espantava sem ter intenção, e uns nem sequer aproximavam por ter ouvidos todos os rumores sobre.

No começo todos a viram como um desafio - um delicioso desafio - mas com o passar das temporadas acabaram por notar que ela era um desafio que eles nunca iriam vencer...

Então Audrey Riley, chegou a marca de 25 anos sem se casar, se tornando uma solteirona... E o porquê de nunca ter se casado?

Um simples motivo:

Audrey Violet Riley era para todos os efeitos, um homem, e ainda, não era um homem qualquer.

Não, Audrey não era literalmente um homem.

Mas não podia se negar que ela era mais homem do que muitos homens.

Audrey sempre foi uma menina...diferente.

Não gostava de usar vestido e brincar de bonecas - certa vez quando a mãe a vestia um vestido rosa ela disse que parecia "Uma pilastra com uma toalha de mesa ao redor do corpo" a mãe rira é claro... Mas Audrey bufou e revirou os olhos ( um ato que repeti com uma certa frequência) - ela na verdade gostava de ficar com seu irmão. E é claro, usar calças!

Audrey sabia caçar, nadar, lutar escrima, atirar e cavalgar. Além de diversas outras coisas que a maioria das garotas nunca sonharia saber, e que ela sempre fez melhor do que a maioria dos homens. Bom, ela também sabia tocar piano, escrever e pintar como ninguém, as únicas coisas que ela poderia dizer a um pretendente sem espanta - lo.

Audrey Riley era sem dúvidas o herdeiro que seu pai - e qualquer pai - desejaria. Mas... Ela era uma mulher, o que a deixava todas as suas qualidades como aberrações.

Audrey já desejará mais de uma vez ser um homem para fazer tudo que bem entendesse, mas logo ela franzia o nariz e balançava a cabeça em desaprovação pensando em quão tolo era o pensamento. Não, ela não gostaria de ser um homem. Todos os homens - tirando os da sua família - eram um bando de idiotas. Todos tolos e metidos, se acham sempre melhores. Ela poderia sim
fazer tudo que queria... Só tinha que ser discreta.

Não importava quantos: "Não", "Não pode", "Você é uma mulher, não deve fazer isso" ela recebesse... No final das contas ela fazia o que queria.

Se Audrey fosse um homem ela sem dúvida séria muito mais honrada que a maioria. Se ela realmente fosse um homem ela seria o que podemos chamar de "O homem perfeito". Mas ela não era um homem, e tudo que fazia dela "Um homem perfeito" se assim fosse fazia dela "Uma mulher nem um pouco perfeita". Mas ela não ligava, era quem era e nunca - nunca - mudaria pelos outros dizerem que assim deveria ser feito.

Talvez esse fosse um dos motivos pelo qual Audrey Violet Riley ser algo que nenhuma dama deveria ser:

Uma libertina, com L maiúsculo.

Algo mais raro do que um homem que acredita - de verdade - no amor verdadeiro, é uma mulher - que não seja uma atriz ou uma cantora de ópera - que seja uma libertina, e ainda mais uma libertina com L maiúsculo.

O início daquilo foi quanto ela estava no final de sua terceira temporada.

Audrey sabia o que acontecia no quarto de um homem e uma mulher. Seus pais por mais que tentassem ser discretos era muito apaixonados... E não muito silenciosos. Além de ela já ter pego um livro - com imagens um tanto interessantes - no quarto de seu irmão. Mas, ela deve certeza de verdade quando sua irmã, Blair, se casou. E contou todos os detalhes no qual ela deve direito

De início Audrey achou aquilo um tanto estranho. Mas... Aos poucos a ideia deixou de ser estranha para... Humm... atraente.

Ela sabia que não ia se casar. Por mais que a avó ainda tivesse essa esperança, ela não tinha mais. Então quando conheceu Oliver, filho de um dos empregados, ela não deve tanto pudor quanto deveria.

Oliver foi o homem que a beijou pela primeira vez. E ela gostou... Muito.

Não, ela não havia se apaixonado. Ela se sentia atraída. Audrey sempre foi muito boa em decifrar seus sentimentos. Ela sabia que a única coisa que sentia era atração. E... Ela não iria se casar. Porque não aproveitar a vida?

Oliver também tirou sua virgindade. Mas, somente porque Audrey sabia que ele era um bom homem, e ela confiava nele. Eram amigos... Amigos que se beijavam e dormiam juntos. Mas ainda amigos.

Ela sabia que ele não estava apaixonado por ela - ela agradecia por isso, uma vez que seria muito difícil se ele fosse apaixonado por ela - ele na verdade era apaixonado por Julie, uma garota de cabelos loiros. Eles estavam somente saciando seus desejos carnais, uma vez que ela não teria outra forma de usufruir disso e ele estava desolado por Julie se casar em breve.

Depois de Oliver vieram outros. Todos nós quais Audrey escolhia bem. Sabia que podia confiar e que confiavam nela também.

Não era difícil conseguir um amante. Eles apareciam, vários deles. Alguns há queriam como amante, mas ela os descartava. Esses eram os aristocratas, eles a queriam como submissa e isso era uma das únicas coisas que ela nunca seria. Ela ficava no controle... Não importava a situação.

Ela não se casará. E não parecia triste ou indignada com isso. Em nenhum momento. Ela própria disse no fim de sua segunda temporada que ela com toda certeza não se casaria, e que homens não gostavam - e não queriam - mulheres mais inteligentes do que eles, ou melhores do que eles em absolutamente nada. E ela sabia... Muito bem que ela era melhor do que eles em qualquer coisa se assim ela quisesse.