[\\Capítulo 3//]

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- Sebastián... Sebastián. Está me ouvindo?

- Ah. - Sebastian piscou algumas vezes como se sido arrancado de um transe. - É claro, Georgiana.

- Então sobre o que eu falava? - sua irmã levantou uma sobrancelha o desafiando.

- Err...O baile dos Riley. - ele torceu para que fosse isso.

Sua irmã revirou os olhos e bufou. Ele não conseguiu esconder o sorriso. Era exatamente sobre isso que ela falava. Ele não podia se orgulhar muito de ter acertado. Sua irmã não falava de outra coisa dês de que foram convidados, um pouco antes dele chegar.

- Nós vamos, não vamos, Sebastián? - Sua irmã se levantou do divã no qual estava e foi para próximo dele. - Precisamos ir!

- Sim, Georgiana. Nós iremos. - a garota abriu um sorriso enorme e começou a andar pela sala.

- Eu vou...Eu vou... - ela disse entre suspiros. - Vai ser o melhor baile de todos. - sorriu para si mesma.

Sebastián também sorriu olhando para sua irmã com um ar tão sonhador. Georgiana sempre fora daquela maneira. Sempre sonhadora, com uma imaginação sem tamanho. Tão parecida com que um dia sua própria mãe fora.

Sua mãe havia morrido no parto dela, e seu pai nunca se preocupou com os filhos de verdade, então ele era a única imagem paternal da irmã. Ele a conhecia, ele era seu herói e salvador nos piores momentos. Era a ele que ela procurava quando sentia medo e precisava de proteção.

E ele desejava que ela fosse feliz, que vivesse seu conto de fada. Esperava que ela se casasse e se tornasse uma boa moça, não o tipo de moça que sai por bairros decadentes em Londres vestida de homem fugindo de ladrões na madrugada. Argh!

Desde de a madrugada do dia anterior aqueles malditos par de olhos verdes não saia de sua cabeça. Ele não sabia exatamente porque, se era pelo fato de ter encontrado um homem que o fez invadir uma carruagem ou que esse homem na verdade fosse uma mulher! Ele ainda não conseguia acreditar. Uma mulher num lugar como aquele, e com aquelas roupas!

Ele não sabia ainda quem era ela, e sabia que provavelmente nunca saberia. Ela devia ser uma criada que pegou as roupas do patrão e saiu pelas ruas, ou quem sabe uma cortesã que pegou a roupa de um de seus clientes e fugiu... Talvez aqueles homens não eram realmente ladrões. Ele não sabia, simplesmente não sabia quem era ela e se ela precisava de ajuda, ou se estava bem, mas o fato era que por mais que tentasse não pensar nela, ele não conseguia. A todo momento se lembrava da profundidade do verde de seus olhos, do vermelho de seus lábios, e daquele mar negro e brilhante de cabelo. Mas, o momento do qual se lembrava com total lucidez, era quando ele a segurou pelo punho a impedindo de chamar o cocheiro.

Quando viu o rosto dela, ali tão perto do seu, os olhos verdes brilhando de raiva, o queixo erguido em desafio e os lábios cerrados, ele estremeceu. Algo dentro dele balançou, o fez perder o fôlego e a força. Ele não sabia o que havia acontecido com seu coração. Ele de repente havia parado, então começará a bater aos galopes, errou batidas e começará tudo de novo, como...Como se estivesse dançando. Oh, por mil demônios, corações não dançam! Mas...mas naquele momento ele pode jurar que, dançavam sim. Mas então a ela se soltou dele de safanão, levando todas aquelas sensações estranhas com ela.

Ele não sabia se devia procurar algum médico, talvez fosse algum tipo de alergia ou...

- Sebastián! - ele balançou a cabeça acordando. Georgiana estava na sua frente novamente com uma careta um tanto engraçada. - Por Deus, nunca o vi tão distraído. - ela bufou.

Ela tinha razão, nem ele próprio já se vira daquela maneira. Malditos olhos verdes!

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Audrey nunca gostara muito de vestidos. Eles a pinicavam muito e ela nunca podia fazer o que queria os usando. O que ela gostava mesmo era de calças. Sempre confortáveis, simples e nunca lhe impossibilitava de fazer nada. Quer dizer... Audrey não podia ir a bailes, festas ou chá da tarde com calças. Ela na verdade as usava somente quando estava em casa, não que sua mãe aprovasse o hábito.

- Audrey, querida. Está tão linda. - minha mãe sorriu e arrumou um pouco mais a forquilha em seu cabelo. - Será a mulher mais linda está noite. - ela beijou o topo de sua cabeça e Audrey sorriu.

- Blair ficará enciumada. - brincou.

- É claro que não ficará. - Audrey se levantou e sua mãe a olhou dos pés a cabeça. - Realmente...Está divina.

- Não mais que a senhora. - Audrey abriu um de seus sorrisos.

- Oh...- Caroline ficou com as bochechas vermelhas.

Audrey amava sua mãe. Ela era uma mulher doce e gentil. Blair sempre se parecera muito com ela, em todos os aspectos, tanto na aparência quanto na sua maneira de ser, com aquele ar meigo e jovial.

- Querida, temos que descer. - Caroline balançou a cabeça e pegou as mãos da filha. - Os convidados já devem estar chegando.

- É claro... não tem relação com o fato de Rebecca já ter descido.

- Oh! Claro que não. - mas Audrey sabia que tinha.

Quando chegaram ao salão cumprimentaram alguns convidados que ali já estavam. E pela graça e sorte de Audrey sua irmã já havia chegado.

- Audrey, está linda! - Blair sorriu doce.

- Também está belíssima. - Audrey retribui o elogio. - Como está Charles?

- Ah, está muito bem. Estamos tão apaixonados, Audy. - Blair soltou um riso e suas bochechas ficaram vermelhas.

Audrey sorriu com a empolgação da irmã. Ela se sentia feliz quando Blair falava sobre Charles. Ela era tão apaixonada por ele e ele por ela. Aquilo não era algo tão comum, e saber que sua irmã deve tamanha sorte era de certa maneira um acalento para ela.

- Onde está mamãe? - Blair perguntou olhando em volta.

- Provavelmente está cumprimentando alguns convidados que chegaram. - disse enticando a onde sua mãe a tempo de ver um homem alto e moreno entrar no salão.

Não

Não

Aquilo só podia ser um sonho - ou melhor - um pesadelo!

Então aqueles olhos castanhos cruzaram com o seus e ela sentiu um arrepio na nuca. Um que só havia sentido na madrugada do dia anterior.

Não podia ser... O homem no qual ela havia pensando desde de que se conheceram estava ali!

E olhando para ela.

Uma dama nada convencionalOnde histórias criam vida. Descubra agora