Outro dia normal em que eu senti muita dificuldade de levar de manhã. As coisas são assim quando seu corpo está constantemente em estado de exaustão. Mas, eu estou bem. É complicado ser universitário, manter dois empregos e tentar começar o próprio negócio. Não estou desesperado por dinheiro, tenho os melhores pais do mundo que me ajudam o tempo inteiro e me apoiam há 21 anos em todas as minhas empreitadas e eu te garanto, não foram poucas. Aos oito anos, eu jurei que seria professor de inglês um dia, então, eu lia muito, lia tanto que uma vez acabei adormecendo na biblioteca após o horário das aulas, fazendo a escola toda me caçar e ligarem para minha mãe, dona Johannah Tomlinson, que ameaçou processar a escola e chorou no telefone com meu pai, que estava em uma viagem de negócios e quase pegou um avião de volta para casa. Acontece que tinha uma salinha muito confortável na biblioteca, onde havia livros muito valiosos e não permitidos para alunos, mas, podíamos sentar lá para ler com tranquilidade. Foi tanta tranquilidade que eu fechei a porta por um minutinho e cochilei. Depois dormi pra valer. Mesmo bravos comigo, muito bravos mesmo, meus pais construíram uma biblioteca pequena na nossa casa, para que eu pudesse ler e ler e nunca mais assustá-los daquele jeito novamente.
Não me tornei professor, não tenho a menor vontade de liderar uma sala de aula ou aguentar qualquer criança ou adolescente que não sejam meus irmãos mais novos. Eu optei por Publicidade e Propaganda e em seguida decidi me especializar em Design Gráfico, porque aos 12 anos de idade eu vi o quanto adorava desenhar, escrever, projetar, adorava tipografias e fotografia e que queria fazer aqueles pôsteres enormes da porta dos cinemas e as capas dos álbuns de rock favoritos do meu pai. Meus pais investiram e investiram e aqui estou eu. E estou cansado desse jeito porque chegou a hora de ter um pouco de independência e dar o máximo de sossego para os meus velhos. E é pensando neles que eu consigo me levantar, me arrumar e tomar meu caminho para o meu primeiro turno do dia.
Eu começo meu dia em uma loja de discos. Sim, meu caro leitor, elas ainda existem e graças ao meu trabalho, a Syco Disco é uma sensação londrina. Eu movimento as mídias sociais do lugar, crio postagens, escrevo posts no site oficial, desenvolvo vídeos e animações que passam nos telões da cidade e impressionam os colecionadores, até mesmo faço capas personalizadas para quem deseja algo diferente para seu álbum favorito. Montei um espaço para que a galera jovem apaixonada por coisas retrô possa fazer fotos incríveis que dominam o instagram e cria uma conexão entre o velho e o novo (e também lota o estabelecimento). Minha chefe é incrível, uma senhora de 60 anos toda tatuada, com o cabelo branco tingido de rosa, que usa plataformas transparentes maravilhosas e adora a Steve Nicks. Ela entende mais de jovialidade do que eu, mas eu entendo mais de mídias sociais do que ela, então, criamos ideias juntos, eu executo e ela me enche de elogios, reconhecimento, bons salários e uma alegria de vida que eu nunca imaginei que teria no trabalho.
Ela vive tentando me convencer a largar o trabalho que eu faço assim que saio daqui, um trabalho que eu adoro também, mais tranquilo do que esse, com a paixão que me seguiu desde a infância. Uma pequena editora me contratou para desenvolver capas de livros depois de ver uns trabalhos no meu perfil profissional. Eu lembro que eu sorri como o garotinho que pegou uma pilha de livros na escola e leu até pegar no sono. E sorri mais ainda quando eles mandaram um exemplar para a minha sala e era minha arte, linda, brilhante, na capa de um livro, com a primeira página assinada pelo autor com os dizeres: "Eu compraria um dos meus livros, afinal, fui eu quem o escreveu, mas, com essa capa magnífica, eu compraria todos os exemplares. Muito obrigado, H. E. S". Foi um dos melhores momentos de toda a minha vida. Desse dia em diante continuei criando capas incríveis e todo o material de divulgação dos livros da editora Rainbow. Sei que não vou conseguir trabalhar para os dois lugares para sempre e ainda conseguir manter meus freelancers, mas, eu ainda não consigo escolher, não quando eu fico feliz por conseguir escapar do cansaço e fazer todas essas coisas diferentes que eu amo o dia inteiro e ainda ganhar uma grana com isso. Fora que eu tenho a sensação de que eu não preciso escolher, eu quero aproveitar as duas maravilhosas oportunidades de explorar minha criatividade e ser feliz profissionalmente.
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Suddenly, it's love || Larry Stylinson
FanficE acho que é assim mesmo, a vida é corrida, os obstáculos são tremendos, os dias acabam sendo muito curtos, cansativos e turbulentos, você acorda sem forças e depois encara a rotina porque precisa, quer orgulhar a si mesmo e à sua família, quer ser...