Capítulo 2

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Quando abri os olhos na manhã seguinte, escutei meu despertador tocar e me levantei.

Tomei um rápido banho e fui preparar o café. Se depender de Isa morremos de fome.

Fiz um bolo de laranja e comemos em silêncio.
O acontecimento de ontem ainda pesa o ambiente.

Quando acabamos peguei minhas coisas e esperei Isa pegar as dela.

Eu: Vamos - gritei entediada com a demora.

Isa: Tô indo - gritou de volta.

Em poucos segundos ela deceu as escadas e logo estávamos no carro.

Eu: Nossos vizinhos também estão saindo - comentei olhando pela janela.

Um deles está conversando no telefone e parece dar ordens a alguém.

Isa: Será que também fazem faculdade? - perguntou mordendo a boca.

Eu: Não sei - respondi ligando o carro.

O caminho até a universidade foi curto, morar em um condomínio bem localizado tem suas vantagens.

Assim que estacionei, decemos e fomos procurar nossas salas.

Como fazemos cursos diferentes, minha sala não será a mesma que a sua.

Eu: Essa é a minha - falei ao parar na porta de número 115.

Isa: Boa sorte com esses....alunos - falou olhando a turma com desgosto.

Revirei os olhos e entrei sendo recebida por muitos olhares quearionadores.

Tudo bem que entrar no meio do ano não é legal, mas esses olharem que estou recebendo também não são.

Procurei um lugar para me sentar e achei no fim da sala.

A maioria dos alunos daqui são mulheres e a maioria tem um olhar de superioridade no rosto.

Suspirei esperando a professora chegar e peguei meu telefone.

Enviei uma mensagem a Isa perguntando se achou sua sala e fui respondida com um " só tem gatinho aqui".

Tampei a boca para não rir e balançei a cabeça.

Vi a professora entrar na sala e guardei o aparelho.

Quando ela começou a aula vi que Nova York estava no mesmo nível que aqui.

A medida que a aula ia passando as garotas me olhavam com ironia.

Franzi a sombrancelha sem entender até que uma delas veio falar comigo.

XXX: Pretende se tornar uma estilista com esse estilo? - perguntou rindo.

Olhei para minhas roupas e balançei a cabeça.

Eu: Pretendo sim - respondi sorrindo -  afinal essa sala é pra isso né? - perguntei irônica.

XXX: Sua grossa - falou com nojo - acabei de ter certeza que esse não é o seu lugar - completou empinando o nariz.

Eu: Quem decide isso sou eu - falei calma - vai procurar o que fazer vai - balancei a mão voltando a olhar meu caderno.

A garota bufou e voltou a seu lugar.

Era o que me faltava acharem que minha roupa me impede de ser estilista.

Esperei até o intervalo e contei tudo a Isa que começou a rir.

Isa: Eu sabia que iria matar um aqui - comentou feliz.

Eu: Nada de mortes - falei séria.

Isa: Ela nem vai me ver chegando - fez um  bico manhoso.

Neguei com a cabeça e comecei a comer meu bolinho de chocolate.

Alguns minutos se passaram e vi um grupo com o estilo muito conhecido por mim.

Eu: Parece que temos um Dievon aqui também - resmunguei apontando com a cabeça para o grupo.

Isa: Somos invisíveis - ironizou mordendo sua maçã.

Eu: Em Nova York também éramos invisíveis - rebati sorrindo.

Isa: Não podemos arrumar mais problemas Safira - falou suspirando.

Eu: Não vamos - afirmei séria.

Como temos quarenta minutos de intervalo nos sentamos no campus e começei a olhar ao redor.

Eu: Vê aquele grupo? - perguntei apontando discretamente com a cabeça.

Isa: O das patricinhas de Beverly Hills? - perguntou desinteressada.

Eu: São minhas colegas de sala - revirei os olhos.

Isa: Você não me deixa matar elas - deu de ombros.

Eu: Qual seu problema de querer matar todo mundo? - perguntei assustada.

Isa: Eu só quero - respondeu simples.

Balancei a cabeça e fechei os olhos aproveitando o pouco sol existente.

Quando o intervalo acabou voltei para a sala e esperei anciosa as quatro horas seguintes acabarem.

Quando acabaram juntei minhas coisas e fui para o estacionamento esperar Isa.

Isa: Conseguimos suportar um dia sem pirar - falou quando entrou no carro.

Eu: Um de muitos - brinquei dirigindo ate em casa.

Assim que chegamos em casa Isa preparou o arroz e eu fiz um macarrão.

Durante o almoço olhei para seu rosto e suspirei.

Eu: Quando falaremos do demônio que esteve aqui? - perguntei largando o garfo.

Isa: Não tem o que falar, não sabemos para onde ele foi - deu de ombros - e não podemos sair a procura dele na cidade toda - completou bufando.

Abri um sorriso divertido e me inclinei na mesa.

Eu: Somos bruxas, a cidade é pequena para nosso poder - disse.

Isa: O que sugere então? - perguntou.

Eu: Vamos fazer uma varredura mágica na população - falei me levantando.









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Lua Negra _ Spin-off   [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora