Capítulo 2

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Os dias se arrastaram e Emma se encaminhava mais uma vez para dentro de um tribunal. Os advogados de Killian não cansavam de tentar todas as medidas possíveis para tirar ele da cadeia. Eles eram incansáveis e o dinheiro da família do rapaz ajudava bastante nisso, e é logico que o fato de acreditarem na inocência do filho ajudava mais ainda.

A loira cruzou todo o tribunal para se sentar uma vez mais ao lado de seu advogado. Hoje, diferente de todas as outras vezes, era uma juiza, o antigo estava fora por um tempo. O julgamento correu normalmente, com um olhar cruzado entre as duas. Por um momento Emma pode jurar que a mulher a fintava diretamente. Talvez aquilo fosse loucura.

Mas o julgamento seguiu com todas aquelas perguntas e histórias vindo mais uma vez átona.

— Eu coloquei a mão no coração da minha filha e percebi que o coração batia muito forte. Do meu lado, Killian, em total desespero,  gritava que havia entrado um ladrão no prédio, e minha filha estava ali com os olhos arregalados, sem conseguir respirar direito, apertando muito minha mão. Eu liguei outras vezes pro socorro. Porque tudo que eu conseguia fazer pra estabilizar ela sem materias eu fiz. — Ela chorava em total desespero e a juíza acompanhava atentamente aquela releitura do crime.

— Senhor Killian Gold Jones, o senhor se declara como diante de todos os fatos  aqui representados? — A juíza perguntou em um tom brando, e Emma tentava se controlar para que o julgamento não fosse paralisado por algo que ela fizesse.

— Senhora meretissima, eu sou inocente. Como eu já falei nos outros julgamentos, eu fui visitar minha namorada e quando entrei o homem estava com ela no colo e ao me ver, a jogou da janela.

— Não estou coletando seu depoimento, apenas quero saber como o senhor se declara.

— Inocente. — Ele falou e a juíza se recostou em sua cadeira, parecia ponderar, pensar em sua decisão, afinal era algo sério. Ela foleou algumas vezes os papéis em sua frente.

— Gostaria de ler uma coisa, se me permitem. — A juíza falou e logo começou a ler uma folha do processo. — Abre aspas "No último dia de julgamento, o promotor Arthur Lancelot usou provas técnicas para acusar o réu, Senhor Killian Gold Jones. Ele montou uma cronologia de horários baseado no GPS do carro de do acusado e telefonemas realizados pelo mesmo no dia do crime, e alguns vídeos e fotos do celular do mesmo. A partir dos dados, o promotor concluiu que o senhor Jones não conseguiria, em menos de 1 minuto, entrar na casa, subir as escadas olhar os quartos e ver o tal suspeito jogar a criança. " Fecha aspas. — A mulher puxou o ar e tirou seus óculos de leitura. — Isso é ciência, não é crença. Contra fatos não há argumentos. O senhor estava no quarto da garota quando ela foi jogada. E digo mais: sua sentença foi branda demais e por esse fato acontecem esses vários julgamentos  apenas prejudicando a mãe da criança. — o tribunal estava em total alvoroço, até então nenhum dos juízes havia confrontado e batido de frente com aquele monstro. — Se me permitem, quero ler uma parte da mãe da vítima. Acho que sempre vivi uma total depressão em toda minha vida. Desde muito nova, nunca tive um significado real em minha vida, até ter minha Josie. Eu nunca me permiti conhecer ninguém por medo da pessoa não  entender as minhas tantas crises e, também, pelo fato de ter uma filha pequena. E na única vez que eu baixei a guarda eu perdi meu mundo, minha sanidade, minha ponta de alegria que me tirava da depressão dia após dia. — a juíza limpou uma lágrima que iria cair. — Já foi provado em mais de cinco seções como essa que o senhor ceifou a vida de uma garotinha. Que o senhor a violentou. A espancou.  A sufocou. Fraturou ossos de uma criança com menos de sete anos. Uma criança, senhor Killian. E ainda tem a coragem de pedir outro julgamento para um pedido de abescorpus e revisão de depoimentos daquela mulher? Aquela mulher que está ali em pedaços porque o senhor tirou tudo o que ela tinha?

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