4: Are we too young for this?

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O dia vinte e três amanheceu com uma leve chuva de neve que cobriu parcialmente o vidro da janela do dormitório de Harry. Assim que ele sentiu os finos raios de Sol adentrarem sua cama, ele acordou. Mas não se levantou. O grifinório permaneceu deitado por um bom tempo, pensando.

O baile de inverno seria daqui á dois dias, na noite do dia vinte e cinco, e ele não tinha falado com seus amigos ainda.

Na tarde anterior, o moreno ficou conversando com Draco por mais alguns minutos antes de perceber que Hermione e Rony deveriam estar sentindo sua falta na comunal. Malfoy, sendo o ser humano mais confiante que Harry conhecia, insistiu á ele dizendo que "não deve ser tão difícil assim se assumir para eles. Eles não vão surtar, Harry, fique calmo." O grifinório achava que o namorado estava vendo o mundo por trás das lentes cor-de-rosa mais grossas existentes.

Bom, era fácil para ele dizer. Na situação atual, Draco estava bem longe do furacão de problemas, apenas observando enquanto ele ia na outra direção. E harry? Bem, Harry estava voando e rodopiando solto bem no meio do tornado.

Mas tirando o problema em si, Potter conseguia ver benefícios em finalmente estar se assumindo. Ele tentava focar sua mente nesses benefícios, pensar apenas neles para não se preocupar.

Era verdade que a cada dia que eles precisavam fingir que não estavam juntos, era como se Harry sentisse mãos gigantes apertando seu corpo, amassando seu coração. Mesmo sabendo que toda aquela encenação de Malfoy era apenas isso, uma encenação, o moreno não conseguia deixar de lembrar do Draco de antes, de antes de ser seu namorado. O Draco Malfoy idiota que lhe irritava mais que tudo.

E Harry odiava isso de fingir. Ele se sentia quebrando á cada insulto falso lançado um contra o outro, bem no meio do peito. Sua medula e seus ossos ficavam expostos, ele não era nada além de uma ferida ambulante.

E tudo isso só o fazia querer mais e mais se assumir logo para Rony e Hermione. Em seguida para toda a escola, no baile.

— Eu nem acredito, faltam dois dias para o baile e ainda não encontrei um par. — Seu amigo ruivo disse quando apoiou sua cabeça nos braços, em cima de uma mesa na sala comunal.

Hermione estava sentada na cadeira ao lado, lendo um livro, mas quando Harry á viu revirar os olhos para o lamento do amigo, percebeu que ela fingia ler para ouvir a conversa.

— Talvez você pudesse convidar a Padma Patil, a gêmea da Corvinal da Pavarti. — Harry disse, colocando uma mão de consolo no ombro de Rony.

Pavarti, a garota com quem Hermione havia dito para ele ir, já havia achado seu par e agora iria com Ernie Macmillan, um lufano, para o baile. O que fez Harry suspirar de alívio quando soube. Ele não queria que Pavarti achasse que iria ele com ela para depois desmarcar.

— É pode ser. — Rony retrucou de mal humor. — E você? Agora que a Pavarti não está mais disponível, com quem você vai?

E Harry queria amaldiçoar o chão por ter perdido a chance de lhe engolir ali mesmo, naquele exato segundo.

Não que ele estivesse fugindo (ainda) disso, não. O moreno só estava tentando achar o momento perfeito para falar com os amigos. Rony estava de mal humor agora, provavelmente aquela não era a hora de falar.

Se bem que o tempo estava se esgotando. Harry já havia aceitado o fato de que só tinha menos de dois dias para se assumir. Na sua cabeça isso estava claro.

— Sobre isso... — Ele começou, mas as palavras, aquelas malditas palavras engasgaram em sua garganta. Ele esperou um pouco, vendo se alguém chegaria naquele mesmo instante e o interromperia para salvá-lo. Mas ninguém veio.

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