Prólogo -(Azul e areia)

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Azul. Há azul, por toda parte. É uma cor, certo? Imagens de uma mulher que as duras penas tentava me ensinar a escrever a palavra, que eu acredito que denomina esta cor, pintam em meu cerebro. Na ocasião, não recordava quais consoantes e vogais eu deveria usar, tudo oque me vinha em mente era uma grande tela coberta de tinta azul, tal qual estou olhando agora. Isso é o céu? Não há uma nuvem sequer para colori-lo, gosto quando a nuvens brancas e pequenas quer parecem rabiscos de tinta, o colorem.

Onde estou?

Ao tentar virar minha cabeça, uma dor aguda desce pela minha espinha. Ofego, e mexo lentamente meus dedos, eles tocam em algo que parecem ser pequenos grãos. A sensação de afundar os dedos nos grãos quentes e fofos é boa, isso é areia, com certeza é! Será que estou em uma praia? Não. Se estivisse eu ouviria o som do mar, de suas ondas. Então, pelo calor que faz poderia ser facilmente um deserto. Se eu estiver ao menos próxima de onde vivo, tenho ciência que um deserto não poderia ser. Mas eu não sei onde estou e nem onde vivo. Tenho uma remota lembrança de algum lugar perto do mar. Mas não sei onde se localizada nem o nome do local onde tenho a sensação de ser meu lar. Se conseguisse mexer algo mais que apenas meus dedos eu conseguiria me levantar e olhar em volta para ter uma visão além deste céu azul que paira a cima de mim. A cada respiração dada, ha um local de meu corpo que doi e faz com que eu solte um gemido para que este faça um dueto com meu suspiro, ao final de cada folego. Inspirando  profundamente antes de juntar força,  movo meu pescoço para a esquerda. Merda, isso doí.

Pisco algumas vezes para garantir que oque vejo não é uma alucinação, e um riso fraco mas insterico sai de minha garganta. Foi um chute certeiro - eu não tinha esta habilidade no colegial - eu estou mesmo no deserto. Porra, como eu vim parar aqui?! Tento buscar em minhas memorias qualquer coisa, mas nada esta claro o suficiente para que eu possa chegar a uma conclusão, e como pensar com muito afinco me causa pontadas na cabeça, decido que eu devo ter me teletransportado para cá. Outro riso insterico me escapa. Aparentemente eu tenho uma  tendencia a rir em situações no minimo inusitadas. O riso se transforma em uma gargalhada e ao meu corpo chacoalhar não há um músculo ou nervo que não agonize quando sente os  movimentos que meu ataque de riso histérico causou.

Por que, estou aqui?
Por que, não lembro de nada mais, além de pequenos fragmentos de memorias sobre mim, mas não  lembro quem sou?
Por que, não me lembro de outras pessoas?
Quem é importante para mim?

Preciso me acalmar.
Preciso sair daqui, preciso me mover, preciso saber oque esta acontecendo.

Faço um pequeno esforço para levantar meu tronco, porém no primeiro sinal de desconforto excrucinante desisto e volto a ficar imovel.  Devido minha condição fisica, tenho apenas duas opções. Posso ficar aqui parada e esperar que algum ser venha me ajudar, correndo o risco de morrer de desidratação por conta do calor extremo ou posso enfrentar a tortura que é mover meu corpo e me levantar para ir para algum lugar, ou ao menos tentar ir á algum lugar. É obvio que uma das auternativas não tem a menor chance de eu optar. É uma droga, mas terei que esperar aqui deitada e rezar para que alguém me encontre antes de morrer inanição. O que posso fazer!? Odeio senti dor!

                                                                 *                    *                  *

Foram três noites frias como o inferno, o calor durante o dia é tão ruim quanto e até agora nada. Não há uma alma viva por perto. O tedio de estar aqui, na mesma posição a 72h esta vencendo meu receio de sentir dor e angustia, quando me mover.

Ja consigo mexer minhas pernas, preciso me esforçar para faze-lo, mas consigo, oque ja é grande coisa. Meus braços estão dormentes mas não doem como antes. Será que eu me levanto ou espero um pouco mais?

Os pecados de Aduke Nahara e Taeyang ParckOnde histórias criam vida. Descubra agora